Capítulo 2

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Minha respiração está ofegante, enquanto observo o homem caminhar envolta do carro, até chegar ao lugar do motorista e sentar-se ali.  Reparo além do vidro da janela, pessoas olhando e motoristas de outros carros resmungando a manobra repentina e arriscada que Vittorio realizou em meio a uma avenida. . Sei que é errado, mas, no fundo eu achei aquela atitude incrível. A adrenalina causa uma sensação agradável.

Olho para o homem ao meu lado, sua expressão era firme, rígida, maxilar másculo e um olhar penetrante que marcou um lugar em minha memória. Quando o vi a primeira. Vez, estava coberto de sangue, repleto de hematomas. Agora, consigo observá-lo com clareza. Ele dá a partida no carro, atento a frente e logo tomou o rumo da estrada. Percebo pelo retrovisor do automóvel, seus seguranças vinham logo atrás, era de se esperar.

A tensão que toma conta do ambiente é imensa, eu considero falar algo, mas a timidez faz com que não consiga pronunciar nem ao menos as primeiras palavras. Então, respiro fundo tomando coragem para quebrar aquele silêncio pairava entre nós .

— Como sabe o meu nome?— minha voz era baixa .

— Eu descubro coisas muito mais difíceis — a voz dele era quase uma melodia — Por que você não aceitou que a levassem para casa em segurança?

— Eu não entendo por que isso é necessário. — explico.

— Você me salvou e também se envolveu em algo que ... não deveria.— ele me olha dessa vez.

Seus olhos encontraram os meus e eu acabo desviando imediatamente, pois sei que o meu rosto corou de forma instantânea.

— Explique-me então. — sugiro.

— É tanto complexo, Giulia. — ele afirma com convicção.

Ficamos em silêncio durante o trajeto até chegar a minha casa, ele para o carro logo a frente da residência e desce imediatamente dando a volta no automóvel até abrir a porta para mim, sendo cordial.  Ao descer, observo que ele se aproxima, parando a minha frente com as mãos nos bolsos da calça, olha para mim fixamente, isso me causa arrepios.

— Obrigada .— agradeço dando -lhe um sorriso tímido.

— Não se oponha aos meus seguranças, não se negue a aceitar que eles façam a sua proteção. .— ele olhava intensamente o meu rosto.

Seu olhar sobre mim estava deixando-me desconfortável. Saí da sua frente, caminhando pela trilha de pedras entre o gramado a frente da casa. Ao chegar na pequena varanda, olho para trás mais uma vez, e ele estava parado na mesma posição. Abro a porta e me encosto nela logo após fechada, levo uma das mãos a testa e respiro fundo, que loucura tudo que estava acontecendo. Esse homem me faz sentir algo diferente, sua presença me deixou desnorteada.

●•●•●

Acordei bem cedo aquela manhã , a noite não consegui dormir tão bem por conta de uma insônia infernal. Deu tempo de organizar um pouco a pequena casa onde morava e logo após me arrumar para a universidade.

Uma semana tinha passado desde o episódio do ônibus e quando vi o homem dos olhos verdes brilhantes. A minha rotina estava basicamente a mesma, com seguranças bem preparados para me levar e trazer de faculdade todos os dias e a essa altura, eu não coloquei empecilhos para isso, até já estava me acostumando com a presença deles que eram bastante gentis.

Mesmo assim me sentia sufocada ás vezes , queria caminhar um pouco e respirar ar livre sem dois brutamontes ao meu lado . Sai de casa e eles já vieram em minha direção

— Eu não vou muito longe, quero caminhar um pouco . Por favor !— peço com educação.

Eles se entre olharam e balançaram a cabeça em forma de afirmação, então me sinto aliviada por conseguir um momento de solidão e, liberdade. Coloquei as mãos nos bolsos do casaco de moletom cinza que usava, e caminho tranquilamente pela calçada. Iria aproveitar e comprar um novo livro na banca de jornais próximo da minha casa. Tinha esse hábito sempre que passava por lá, revistas, livros, etc.

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