capítulo 10

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(ainda no mesmo dia)

AKIRA

Saio do meu carro caminhando em direção a barricada. os menor quando me verem já vem todos falando comigo e me cumprimentando

Peço o Tota pra bolar um pra mim, e vou me aproximando do Bruno e do Leca que estão conversando sentados na escada. Minha amizade com esse menor vem desde pivetinho

No dia em que eu conheci ele, eu tava fugindo de casa, lembro como se fosse hoje. Tava em pé em frente à geladeira bebendo água, quando escutei a filha da puta da merinda entrar gritando dentro de casa me acusando que eu tinha roubado ela

Como sempre tava cheiradona e alucinada, eu até tentei argumentar com ela mais foi em vão. Ela veio pra cima de mim e começou a me bater e a gritar que iria na boca me fuder com os chefes

Como eu desde de criança sempre fui sagas, peguei o necessário e meti meu pé pra rua, pra se caso eles realmente forem lá não me acharem. Eu tava com a consciência limpa que não tinha roubado ela, mais até eu explicar pra eles que facinho de porco não é tomada, eu já estaria fudido

Sei do que estou falando porque hoje em dia também sou dono de uma favela, e aqui a ordem de não roubar vale prós adultos e pras crianças também. Claro que com as crianças é o máximo respeito possível, mais também não deixamos eles ficarem roubando de mironga no morro, se caso acontecer de alguma criança roubar eu chamo na conversa e até mesmo boto de castigo. Sempre deixo bem claro que quem precisa de alguma coisa é pra vim em mim ao invés de roubar - minha gestão é pra melhorei sempre pô

mais naquela época era totalmente diferente se eles me pegassem eu ia tomar um couro firme. Desci a rampa distraído pensando pra onde eu iria, porque pra casa eu não poderia volta se não ia apanhar. descendo a ladeira eu vi um menor com um carrinho de controle remoto do outro lado da rua brincando, quando eu vi eu achei muito maneiro, e quis ver de perto como era

Então atravessei correndo pra poder pedir o menor pra ver, só que antes deu chegar perto o puto do Bruno, me atropelou de bicicleta. Cai sentado no chão, e já lavei empurrando ele cheio de ódio, mais meu ódio acabou quando ele me abraçou me pedindo desculpas

Depois disso nunca mais agente se desgrudou, aonde eu tava ele também estava e assim foi por muito tempo. Papo reto só Tenho mesmo a agradecer a família dele que me aceitaram como parte dales também, a tia Maria sempre me tratou como filho, tudo o que ela comprava pro Bruno, ela comprava pra mim também. ela sim posso dizer que foi minha verdadeira mãe.

BH: até que enfim Akira, achei que ia me deixar aqui no relento pô - fala coçando o queixo e se aproximando de mim, faço um toque com ele e com os demais que estão presente - tá suave irmão?

tota vem com meu verdinho e me entrega junto com o esqueiro

Eu: tô na paz pô - tateio passando minha mão no bolso pegando meu celular que tá vibrando e vejo que é uma ligação de um número que eu não conheço - marca um 10 ae irmão

BH: jaè meu gostoso vai lá - fala dando risada, devo tá de otária nessa porra mesmo - entra ano, sai ano e você continua gostoso hein mano!

me afasto dando o dedo do meio pra ele, e acendendo meu baseado dando as primeiras tragada, e colocando ele entre meus dedos. vou pra um canto atender a ligação que é de número privado, geralmente quando me ligam assim é os mano da facção

Ligação:

Eu: alô?

A pessoa respira fundo e quando eu reconheço a voz por trás da ligação eu fico puto pra caralho.

UMA LOUCURA POR AMOR Onde histórias criam vida. Descubra agora