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— Eu respeitaria sua decisão, por mais que eu achasse uma decisão burra. — Por mais que sua frase fosse uma provocação, a voz de JungKook soa triste. — Nada do que eu te disse foi mentira. Nada do que eu senti foi falso... Acredita em mim?

— Eu sei que posso estar sendo injusta com você, mas não me pede para acreditar em nada do que disser agora. Eu acabei de.

— Não. — Ele cobre meus lábios com o polegar, acariciando-os com cuidado, fazendo meu gloss se transferir para seu dedo. — Não quero que falei mais dele pra mim. Não vou forçar a barra com você. — Agora, a mão que calava minha boca começa a acariciar meu rosto.

Sinto a textura pegajosa do gloss quando o polegar macio passa por minha bochecha e num movimento fluido vai até minha nuca, me fazendo encarar seu rosto bonito.

Há quanto tempo não vejo esse rosto tão perto? Esses olhos brilhantes, essa boca desenhada à mão e esse sinalzinho em seu lábio inferior que já recebeu tanto beijos carinhosos meus, em nossos momentos de carinho. Muitos, mesmo que em pouco tempo.

JungKook tem razão. Nos entregamos de verdade ao que tivemos, criamos expectativas e trocamos declarações.

Todas foram verdadeiras da minha parte.

Volto a mim quando sinto os lábios quentes tocarem o canto da minha boca, num selinho úmido e demorado.

Como reflexo, aperto o copo em minha mão e sinto o líquido escorrer entre meus dedos enquanto o plástico vira um objeto disforme contra meu aperto.

O desgraçado ri ao perceber o que acaba de causar e, para piorar tudo, passa a língua por meus lábios, seu hálito de menta e álcool me trazendo memórias que eu tentei tanto apagar, mas que estão vivas como feridas recentes. — Tá nervosa, freirinha? — JungKook pega a minha mão suja de bebida e leva até sua boca, lambendo meus dedos sem quebrar o contato visual. — Tem bom gosto para bebida.

Não espera uma resposta, apenas puxa meu rosto para perto e inicia um beijo lento e cheio de saudade.

Sinto os cabelos da minha nuca serem puxados ao mesmo tempo que uma mordida forte é deixada em meu lábio inferior, me fazendo grunhir contra sua boca. — Eu senti tanta raiva de você durante todo esse tempo. Lembrando que estava... Porra, garota! — Sua língua invade minha boca, como se estivesse marcando seu território por toda ela. Chupando, mordendo, lambendo, levando o tempo que quer em mordidas dolorosas e gostosas que, se eu tento soltar, sinto sua perna me pressionar ainda mais contra a parede, me imobilizando com a coxa entre minhas pernas.

— JungKook. — Digo seu nome numa tentativa de fazê-lo lembrar que estamos em público e, por mais que todos estejam alheios à nossa presença aqui, nunca se sabe.

— Por que não podia simplesmente ter vindo com um vestido ou saia? — Ele prende o dedo no passador da minha calça, puxando com força. — Se eu te levar comigo, deixa eu matar a saudade desse corpo?

— JungKook, não faz isso. — Peço, soando tão necessitada quanto ele. Ou até mais.

— Você não quer? Não quer me sentir de novo? — Ele põe a mão em um dos bolsos e puxa um chaveiro com apenas duas chaves penduradas. — Vem comigo?

Eu não resisto. Apenas o sigo pelo canto do salão, desviando das pessoas que estão bem perto de precisarem procurar um lugar também.

Olhando em volta, consigo ver Clara e Jason dançando enquanto se beijam. Eu deveria avisá-la que estou com JungKook, são nossas regras.

Quando estou prestes a dizer para que ele espere, paramos de caminhar e JungKook solta minha mão apenas para abrir o cadeado que mantém a grande porta fechada e volta a segurar, me puxando para dentro. — Aqui. — Ele me entrega uma das chaves, indicando que ela é responsável por trancar a fechadura.

O irmão mais novo do meu exOnde histórias criam vida. Descubra agora