[02] Idiota.

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Soojin's P.O.V.

Observava o cômodo de cima calada. Era tudo tão novo na minha cabeça e estava confusa com toda a situação.

Abri o primeiro quarto no corredor e imaginou ser o de Jisoo, era cheio de brinquedos e era todo decorado.

Sentei com a garotinha no chão e começaram a brincar.

Jungkook andou devagar e ficou na soleira da porta observando calado.

- Srta. Bae, eu sei pouco sobre você, porque não me conta a sua história? - Jungkook se aproxima e se senta ao meu lado.

- Bom, eu sou órfã. Meus pais faleceram em um acidente e desde aí eu sou sozinha. Aos 15 fui adotada por uma família rica só não contava que além de rica a família também tinha grande influência no tráfico. - Contava calma e olhava atentamente para Jungkook. - Fui obrigada a casar com esse cara que me persegue, minha família postiça disse que teria que fazer isso em uma forma de agradecimento aos anos que eles passaram cuidando de mim. - desvio o olhar triste para a pequena garotinha brincando em nosso meio.

- Sinto muito por isso. - Ele dizia.

- Quando tive a certeza que ele me traia, usei isso para fugir de vez. Agora ele está atrás de mim. - Levanto a cabeça olhando agora para o rapaz.

- Não imaginava que essa seria sua história. Me perdoe pelos meus homens terem lhe tratado daquela maneira. - Me olhava fixamente.

- E você? Perdão pela indelicadeza mas, vi suas fotos com aquela moça e... - olhei meio sem graça para o homem.

- Ela é minha esposa, Park Mi Hae. Está desaparecida vai fazer dois anos,desde que Jisoo nasceu. No início eu até tentei ir atrás de tudo e de todos para poder encontrá-la, mas cai na mentira de deixar a polícia tentar resolver. - Ele riu descrente. - Logo eu, envolvido com tudo,me sinto um covarde.

- Não sinta, aliás, você tinha uma filha pra criar.

- Mas como eu não deixei ninguém pra ir atrás dela? Nem eu me entendia naquela época. - abaixou a cabeça negando.

Jungkook se sentia culpado por sua esposa ter desaparecido. Ele ao menos tinha pistas e por onde começar.

- Olha, eu tenho contatos com algumas pessoas que podem saber algo desse caso. Trabalhei na polícia a alguns anos atrás, infiltrada. E acho que posso te ajudar com isso. - Peguei Jisoo nos braço me levantando.

- Não sei, Srta. Bae. Você acha que também não tenho meus contatos? - murmurou incomodado e também se levantou naquele pequeno cômodo.

- Se me deixar te ajudar, podemos achar sua esposa o mais rápido possivel. Em troca eu só preciso de um lugar para ficar. - Eu esperava ansiosamente por uma resposta do mais velho.

- Eu já lhe fiz uma proposta, Srta. Bae. E eu não costumo mudar de opinião. - Fito o teto do quarto. Ele suspira, desviando o olhar irritado.

Não conversamos mais naquele cômodo. Estava incomodada demais para falar e ele não se desculpou por ser grosso. Contudo, ainda que eu me esforce para manter a raiva, olhar Jisoo com aquele sorriso me distrai. Fito ele de esguelha. A linha de seu maxilar fica mais esposta.

Quieto ele não parece o idiota que é, quando abre a boca.

Perfuro suas costas com o olhar estreitado enquanto ele sai aborrecido.

Olho a pequena Jisoo, e não posso deixar de notar os traços do pai em si. A pequena garotinha tinha os olhos de Jungkook. Grandes e pretos, pareciam duas enormes jaboticabas. O nariz pequenininho não era nada parecido ao de seu pai, mas a boquinha desenhada e vermelhinha era igual.

Jisoo olha para mim com um olhar pesado,como se estivesse com sono. Pegou a garotinha e não demora muito até que a pequena adormecesse em meus braços.

Deixo a pequena no berço que tinha no quarto e saio. Vagueio pelo cômodo. Acho a cozinha, um cômodo minúsculo e vazio. Sem pensar duas vezes abro o armário. Está repleto de coisas, de um canto a outro está cheio de comida. A brisa feia que entra pelo terraço me convida para a área de lazer.

Observo de cima o jardim. O espaço é grande e gramado. Bem iluminado. Com uma piscina - que provavelmente ninguém usa- e algumas espreguiçadeiras.

Paro pra analisar o local, era maior do que eu imaginava. Estavamos numa floresta a pouco tempo da cidade. Contudo, lembro que estou sem celular. Ele caiu quando estava fugindo. E também as minhas roupas.

Supirei mais uma vez frustrada. Tinha sido burra o suficiente de sair de casa com menos de 5 peças de roupa. Mais tarde iria pedir a Jungkook para ir na cidade, não posso ficar sem roupa.

Reviro os olhos só de pensar todo o sermão que Jungkook provavelmente me daria por fugir sem basicamente nada. Fixo os olhos no pôr do sol, vista a qual meu esposo mal me dava o luxo de ver. Eu era quase uma escrava nas mãos daquele homem horrendo. Deixo uma lágrima solitária escapar. Lembro-me mais uma vez que estou livre daquelas garras imundas.

Agradeço silenciosamente por Jungkook não ser nenhum bandido que me mataria ou abusaria de mim. Na realidade, Jungkook estava sendo mais gentil do que imaginava. Se não fosse por ele, tenho certeza que estaria quase morta.

Me dirijo até o banheiro para tomar um banho, mas antes passo pelo quartinho de Jisoo e dou uma olhada na pequena que ainda dorme calmamente. Seu peito sobe e desce numa batida frenética calma. Olhar para pequena novamente, me traz calma. Uma sensação avassaladora e redundante, sinto por Jisoo algo parecido com estinto materno. Irei cuidar dela e dar o meu máximo mas sei que não posso me apegar. Sua mãe logo voltará e eu partirei, apenas restarão lembranças.

Sorrio levemente, jogando esses pensamentos para longe. Deixo um pequeno selar em sua bochecha gordinha e deixo o cômodo para ir até o banheiro.

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⏰ Última atualização: Jan 09 ⏰

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