Prólogo

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O som suave de risadas preenchia a pequena sala de estar da casa dos Lovegood

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O som suave de risadas preenchia a pequena sala de estar da casa dos Lovegood. A luz do final da tarde entrava em feixes dourados, dançando nas paredes, enquanto mãe e filha brincavam no tapete felpudo. Pandora tinha um sorriso sereno no rosto, os olhos azul-claros cintilando como se refletissem o próprio céu lá fora. Com gestos suaves e graciosos, ela conjurava pequenas criaturas luminosas com a ponta da varinha, fazendo-as voar ao redor de Maya, que tentava alcançá-las com os dedinhos esticados.

— Peguei! — Maya gritou com um sorriso largo, os cabelos loiros bagunçados caindo sobre os olhos. Ela ergueu a mãozinha triunfante, embora o besouro cintilante sumisse antes que seus dedos pudessem realmente tocá-lo — Ah, sumiu!

Pandora a observava com ternura, como se aquele momento fosse um tesouro que ela queria guardar para sempre. Maya era curiosa, brilhante e, embora ainda tão nova, já mostrava sinais de um talento incomum. Nos últimos meses, desde o aniversário de nove anos da garota, vinha notando pequenas manifestações onde a pequena sempre se assustava falando que tinha alguém observando ela ou os acordando de noite falando sobre homens encapuzados a perseguindo. Se fosse o que seu marido vinha supondo, Pandora se sentia desesperada por sua filha mais velha.

— É só um truque, minha estrelinha. Mas você quase conseguiu — Murmurou Pandora, abrindo os braços para envolver sua filha em um abraço.

Foi então que tudo mudou.

No instante em que seus corpos se tocaram, um frio súbito percorreu a espinha da menina. Seus olhos se arregalaram e a sala à sua volta começou a escurecer. De repente, Maya não estava mais em casa. Viu-se em uma sala ampla e mal iluminada, as paredes cobertas por estantes cheias de frascos, ingredientes e livros antigos. Um cheiro forte de poções e ervas queimadas pairava no ar. No centro, cercada por uma fileira de caldeirões fumegantes, estava sua mãe, Pandora. Ela parecia séria, concentrada e quase desesperada, com a varinha erguida e apontada para uma espécie de colar suspenso no ar.

De repente, com um movimento rápido, sua mãe lançou um feitiço explodiu do fim de sua varinha como um raio azulado, atingindo o colar em cheio. Houve um clarão, então a imagem se desfez. Em um instante, a menina foi lançada para uma nova visão - a mesma sala, mas agora imersa em silêncio e sombras profundas. No chão, entre caldeirões tombados e poções derramadas, estava Pandora, imóvel. Seu corpo pálido e frágil destacava-se no escuro, como se a própria luz tivesse sido drenada.

Maya voltou para a sala de estar em um sobressalto, o corpo tremendo. Ela olhou para a mãe, que agora estava bem diante dela, com a expressão horrorizada — M-Mamãe... — Gaguejou, a voz quebrada. — Eu te vi... você... você estava... — Mas as palavras se embaralhavam, a visão ainda dançando diante de seus olhos como um pesadelo.

Pandora ficou imóvel, os olhos arregalados. Seu rosto estava pálido, ela parecia congelada, incapaz de entender o que a filha estava tentando dizer. — Maya... estrelinha... — Murmurou, a voz tremendo levemente enquanto se ajoelhava na frente da filha. Ela tentou segurar as pequenas mãos de Maya, mas a menina recuou, soluçando descontroladamente. — Escuta... Eu... eu estou aqui. Eu não vou a lugar nenhum, está bem? Está tudo bem. A mamãe está aqui... — Repetiu, a voz soando tão frágil quanto um sussurro.

Saturn | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora