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Mário passou o resto do dia pensando na menina da aula de cálculo e quando chegou no dia seguinte e não encontrou a loira em lugar nenhum ficou um pouco decepcionado.
-- Se você continuar com essa cara de apaixonado pobre coitado talvez a garota apareça por medo.
Encontrou os gêmeos nos armários do corredor de exatas, que nem todos os dias, pegando os livros das aulas daquele dia.
-- Bom dia pra você também, Gael - Mário resmungou.
-- Eu pensei ontem, e tive uma ideia - Benício disse pegando um caderno do armário - depois das aulas no dia da sua aula de cálculo eu e o Gael vamos pro laboratório e esperamos alguma loira do olho azul.
-- E depois a gente pergunta pra todas as loiras do olho azul q passarem por ali se elas assistiram alguma aula de cálculo ontem porque meu amigo se apaixonou perdidamente por ela durante a conversa deprimente que eles tiveram - Gael fingiu desmaiar. Mário revirou os olhos.
-- Sem esse final. - Benício falou.
-- Pode ser. - Mário concordou mexendo no armário - mas sem a parte do apaixonado perdidamente.
Gael sorriu e deu uma cotovelada no armário fazendo o refrão de "ME!" de Taylor Swift começar a tocar.

Gael sorriu e deu uma cotovelada no armário fazendo o refrão de "ME!" de Taylor Swift começar a tocar

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-- Por favor - Lottie disse, quando as meninas saíram da aula naquele dia - não erra a sala de novo, eu imploro

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-- Por favor - Lottie disse, quando as meninas saíram da aula naquele dia - não erra a sala de novo, eu imploro.
-- É só você ir comigo. - Lorena sorriu.
-- Tá... Mas só porque eu não quero ficar até duas horas na escola.
A loira sorriu e puxou a amiga pelos corredores. Passaram por quase toda a escola e quando finalmente chegaram no corredor de exatas, Charlotte não conseguiu segurar o impulso de esbarrar nos armários. As duas riram quando "Abecedário da Xuxa" começou a tocar pelo corredor.
-- Sala 29 é onde tá o laboratório, segundo o professor W. - Lorena disse quando conseguiu parar de rir - Mas eu tenho certeza que eu entrei na sala 29.
Elas continuaram andando e encontraram duas portas, fechadas, uma do lado da outra.
-- Ah, não - Lottie bufou.
-- O que?
-- Lorena.
-- Sim?
A garota apontou pra placa na parede entre as portas.
-- Sala 27 e 29. - A morena riu - Como você lê e não vê que são DUAS SALAS.
-- Mas também, olha essa placa. - Ela se aproximou - Não tem como ler esse 27.
Nesse momento a porta da sala 27 se abriu e esbarrou na loira, sem perceber.
-- Desculpa, eu não... - O menino sorriu - Turista. Parece que você não odiou tanto a visita.
-- Ah, eu definitivamente odiei. Mas ainda preciso ver minha formigas.
-- Ou outra aula de cálculo. - O sorriso dele aumentou
-- Definitivamente não. - Mas ela sorriu de volta.
-- Quando precisar fazer sua matrícula, eu posso te ajudar - Ele repensou - Quer dizer, eu não...eu não seria de muita, é, ajuda né? Porque eu não sei seu nome, então, quer dizer...
-- Lorena - ela achou graça - Meu nome. É Lorena.
Charlotte pigarreou.
-- Eu vou olhar as minhas sobrinhas - Ela apontou para o laboratório.
-- Elas não são suas sobrinhas. - Lorena se virou tão sem graça quanto o menino.
-- Você é louca. Trata essas formigas como filhas, então, logicamente, elas são minhas sobrinhas.
Ela entrou no laboratório batendo a porta.
-- Quem é...? - Mário disse apontando para a porta agora fechada.
-- Minha melhor amiga.
E ficaram lá, os dois se encarando, sem saber o que falar mas sem conseguir tirar os olhos um do outro.
-- Bom... - A menina disse, sem jeito - Eu vou...
-- Tá, é... Eu também tenho que ir lá...
Mas nenhum dos dois saiu do lugar.
-- Mário, qual o seu probl...
Lorena viu na ponta do corredor dois meninos. Iguais. O cabelo preto, os mesmos olhos, iguais. Não reconheceu de cara, mas logo percebeu  quem eles eram: o da direita usava óculos e era ligeiramente mais alto que o irmão. Benício. Lorena já tinha visto o garoto em muitas feiras de ciências e as vezes no laboratório. O da esquerda era mais baixo mas parecia bem mais confiante, andava como se fosse o dono do mundo. Gael. O garoto da pegadinha dos armários, Lottie já cumpriu algumas detenções com ele, ela lembrou.
Os dois pararam do lado do amigo, chocados.
-- Ela é loira. - Gael disse.
-- E do olho azul. - o irmão completou
-- E loira. - Gael repetiu.
-- Acho que sim. - Lorena falou, sem graça.
-- Enfim. - Mário estreitou os olhos para os gêmeos. - Esses são os meus melhores amigos.
Nessa hora Lottie saiu do laboratório murmurando alguma coisa sozinha.
-- Electra? - Gael disse surpreso
-- Ferreira. - Ela revirou os olhos - E não me chama de Electra.
-- Mas é seu nome.
-- Do meio.
-- Por isso mesmo.
-- Tanto faz - Lottie suspirou - Lo? Suas formigas vão morrer de fome, tão quase subindo pelas paredes e tomando a escola em um revolta.
Lorena revirou os olhos com o drama da amiga e depois se virou para o garoto.
-- Tchau Mário, a gente se esbarra. - Ela sorriu.
-- Tchau turista.
Assim que a porta do laboratório se fechou, Charlotte abriu a boca:
-- Lorena Maria D'Ávila.
-- Meu nome do meio não é Maria.
-- Eu estou falando. - A morena estreitou os olhos - Por isso voltou sorrindo ontem. Você me deixou até duas horas esperando por causa de um garoto e nem se deu o trabalho de ME CONTAR.
-- O que? - A loira tirou os olhos do formigário - Não. Charlotte Viturino, você impossível.
A amiga cruzou os braços.
-- Eu assisti uma hora e meia da aula de cálculo. E, no final, eu derrubei o estojo no chão, ele pegou e veio falar comigo e só. Por isso ele não sabia meu nome até agora pouco.
-- E o apelido?
-- Eu contei pra ele a história, como eu errei a sala, e estava só de visita no corredor de exatas.
-- E você nem pensou em me contar?
-- Não achei que foi algo significativo.
-- Se aquilo ali fora não foi significativo... - Ela suspirou - Enfim, fala logo com suas filhas que eu quero ir pra casa.
Lorena revirou os olhos mas riu, enquanto voltava sua atenção para as formigas.

Matemática do teu coração || marenaOnde histórias criam vida. Descubra agora