O enésimo dia lendo mentes

Capítulo 2 - Voz imaginária

Tao Ran e Wu Hao caminharam juntos até a entrada do salão antes de seguirem caminhos separados. Ele estremeceu quando o vento frio e cortante atingiu seu rosto, então ele imediatamente acelerou o passo e correu para o dormitório.

Parado na entrada do dormitório, ele enfiou a mão no bolso da calça enquanto ofegava, apenas para congelar quando percebeu algo. Ele enfiou a mão no bolso novamente com vigor.

A chave que deveria ter permanecido obedientemente em seu bolso havia desaparecido.

Ele congelou no lugar, um pouco perplexo.

Depois de alguns segundos, Tao Ran procurou em todos os compartimentos de suas roupas e da bolsa do laptop e, depois de um tempo, finalmente desistiu e se agachou em resignação.

Ele sentiu que hoje foi realmente azarado para ele. Primeiro, ele foi forçado a ouvir o discurso de Jiang Yu Heng por duas horas, depois perdeu a chave.

O ambiente de vida na Universidade de Pequim era conhecido por ser excelente. Com quatro pessoas dormindo em um quarto com banheiro privado e uma mesa cada. Quando eles atribuíram os quartos, dois estudantes sortudos também puderam ficar em um quarto para quatro pessoas.

Ele era um dos dois. Mas antes que pudesse aplaudir e comemorar, foi informado que Jiang Yu Heng era a outra pessoa sortuda.

Em outras palavras, ele teve que esperar que Jiang Yu Heng voltasse e abrisse a porta para ele ou enfrentaria uma série de duras repreensões do feroz gerente do dormitório para pegar uma chave emprestada.

Enquanto ele quebrava a cabeça com isso e finalmente decidia escolher o feroz gerente do dormitório, um par de tênis de edição limitada apareceu à sua vista. O dono daqueles sapatos ficou na frente dele naquele momento.

Infelizmente, ele conhecia aquele par de sapatos.

Tao Ran ergueu os olhos rigidamente, encontrando o olhar de Jiang Yu Heng, que o olhava do alto.

Jiang Yu Heng estava inexpressivo e silencioso enquanto olhava de cima a baixo para Tao Ran, que estava agachado no chão. Ele permaneceu imóvel com as mãos nos bolsos também.

Depois de muito tempo, ele decidiu falar primeiro: "Você..."

Só então Tao Ran voltou a si e reagiu. Ele se levantou imediatamente e olhou para ele: "O que você está olhando! Fiquei agachado por um tempo porque minhas pernas estão doloridas, não posso fazer isso!"

Jiang Yu Heng ergueu uma sobrancelha, virando-se e abrindo a porta com as chaves. "Ninguém disse que você não pode fazer isso. Vá em frente e continue agachado então."

A natureza "gentil e descontraída" de Jiang Yu Heng não foi escondida na frente de Tao Ran. Ele poderia dizer claramente por aquele pequeno sorriso malicioso dele que ele não tinha boas intenções.

Tao Ran ficou tão envergonhado que teve vontade de encontrar um buraco no chão e se enterrar nele. Felizmente, Jiang Yu Heng não foi ruim o suficiente para fechar a porta bem na cara dele, pelo menos.

Ele também não era desavergonhado o suficiente para entrar imediatamente. Ele andou do lado de fora por cerca de dez minutos, até que Wu Hao voltou de uma caminhada até o refeitório.

Wu Hao esbarrou nele e ficou realmente surpreso. Ele entregou-lhe o maço de wontons e disse: "Você está louco? Você quer pegar um resfriado por ficar do lado de fora com todo o vento frio soprando em você?"

Ao dizer isso, ele espiou pela pequena fresta que a porta do quarto deixava aberta.

Tao Ran assumiu o controle dos wontons e o empurrou para dentro: "Entre primeiro. Eu volto em breve."