Ah Não.

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-Tá, agora você passou dos limites!- disse o Jung ao jogar Yunho dentro do apartamento.

Graças a Deus o Park já havia ido pra sua casa, se não teria os dois reclamando consigo.

-Foi provocar ele?? Pra quê, Yunho??- disse jogando a sua mochila num canto aleatório enquanto berrava com o Jeong.

-Por que eu quis tá, eu já falei, eu não vou parar até conseguir o máximo de informações possíveis!- disse já alterando o tom de voz também.

-Sério?? E oque tem haver com investigação oque você fez hoje?? Parecia mais que queria dar pra ele!- disse ainda aos berros. Ele não estava errado.

-Mesmo se eu quisesse, oque você tem haver com isso?- disse indo pro seu quarto na intenção de deixar o Jung berrando sozinho.

Ia bater a porta, mas foi impedido.

-Oque eu tenho haver com isso? Fala sério,Yunho.- disse o estudante de moda já com a voz mansa, parecia triste agora.

-Você é como um irmão pra mim. Se você se machucar e acabar no hospital, como eu iria explicar pra vovó?- disse se aproximando do Jeong no meio do quarto.

Yunho cresceu sem os pais, só tinha a sua vó, e Wooyoung tinha ambos, pai e mãe, eles não eram gentis e amáveis como toda criança sonha, muito diferente disso. Não deixavam o Jung ser quem ele era, eram muito clássicos e quadrados, e Wooyoung sempre deu sinais desde pequeno, amava vestir as roupas da mãe e lambuzar a cara de maquiagem, quer dizer..Até ela descobrir que ele fez isso e bater no mesmo. E sempre que esse tipo de coisa acontecia, ele corria para a casa da Vovó , ela era a mulher mais doce da rua, conhecia todas as crianças pois os pais sempre a pagavam para ser babá, ela se sustentava disso, sua casa não era um orfanato por pouca coisa, foi assim que os dois morenos se conheceram.

Foram criados juntos pela Vovó, eles tem um amor absurdo pela mulher.

Yunho parecia pensar agora.

O ar do quarto se tornou melancólico, ambos pensavam oque poderia acontecer com o Jeong.

-Eu vou tomar cuidado.- disse desistindo de discutir com o moreno mais novo.

-Vem cá.- disse o mais baixo com um sorrisinho no rosto e ambos os braços abertos, pronto para abraçar o Jeong.

Soltou um riso nasalado pela ação do menor, mas logo aceitou o abraço e descansou sua cabeça no ombro alheio.



Pov: Mingi

-Não tô acreditando até agora.- disse risonho o homem de cabelos vermelhos ao lado direito do rosado, quase se derretendo no chão.

-Continua rindo e você perde essa capacidade já já.- disse o azulado ao lado esquerdo do rosado.

O trio estava rumando pra um bar local, claro que não tinha ninguém bem encarado lá, o bar só era visitado pelo pessoal do Song, as vezes alguns moradores imbecis apareciam lá.

-Nossa, Hong.- disse cessando sua risada.

-Calem a boca os dois.- disse o Song autoritário, sabia que isso mal funcionava com aqueles dois, mas valia tentar.

Finalmente na porta do bar.

Hongjoong se põe a postos e abre a cortina do bar.

Assim que o rosado entra, todos os seus homens se põem de pé na velocidade da luz e o comprimentam com uma reverência.

-Se sentem.- disse para acabar logo com o alvoroço.

Logo ele foi direcionado para sua mesa, junto a Hongjoong e San, San esse que logo sinalizou avisando pro garçom que queriam as mesmas bebidas de sempre. Cerveja para o Kim e o Choi e duas doses de Whisky para o Song.

-Aah, finalmente sabemos por que ele continua atrás de nós.- disse o Choi logo após se sentar à mesa.

-Ele tá apaixonado pelo chefe!- disse se permitindo rir, acabou que até o rosado riu.

-Iiih, essa risadinha entregou.- disse agora o Kim se juntando ao Choi para zoar o chefia.

-Tá namorando, tá namorando!- cantarolaram em uníssono num tom até que alto, fazendo homens de outras mesas olharem de canto de olho.

-Quietos!- disse irritado, bateu na mesa para que seus companheiros ficassem quietos.

-Tá estressadinho é?- disse o ruivo ainda em tom de brincadeira.

-Se me irritar leva um murro no olho.- disse o homem de cabelos rosa.

Era até que comum ver os dois se matando frequentemente, todo dia o Choi arrumava um jeito de entrar na cabeça do Song, e no final sempre apanha.

Iriam cair na porrada agora, mas um conhecido se junta a eles.

-E aí, Jongho.- disse San com um sorriso no rosto ao ver o Choi mais novo.

Eles formavam um belo quarteto. Mingi era a linha de frente, San seu braço direito, Hongjoong seu braço esquerdo e Jongho na retaguarda, eram uma equipe perfeita.

-Eaí, gente.- comprimentou todos de uma vez com um sorrisinho contido no rosto, um tanto falso.

-Já sei que você não trás boas notícias.- disse o Kim ao bebericar sua cerveja. Conseguia ler as feições do Choi, ele não era bom em escondê-las.

-E você está certo meu querido Kim.- disse tomando o copo do mesmo e dando um gole, deixando Hongjoong com uma cara de nojo.

-Desembucha.- se fez presente a voz grave do homem de cabelos rosas.

-Nosso último carregamento foi roubado.- disse logo de uma vez.

-Oque??- o Choi mais velho falou alto em surpresa.

As reações do trio foram diversas.

Hongjoong estava com a boca em um perfeito formato de "o", o Choi berrou em surpresa e o Song se mantinha em sua posição anterior, paralisado.

Silêncio.

Foi oque pairou na mesa depois do berro de San em surpresa. Eles estavam esperando a reação do Song.

-Você sabe...Quantos quilos tinham naquela porra de carregamento?- disse ainda com a voz calma.

-E eu só quero saber...Aonde foi parar.- a voz calma do Song conseguia ser tão ameaçadora quanto sua voz irritado.

-Tenho certeza que foram os Choi's.- disse o azulado à mesa.

-Aqueles desgraçados.- agora foi a vez do avermelhado de xingar.

Os Choi's eram uma facção inimiga da deles, chefiada por Choi Yeonjun e Choi Soobin. Os imbecis sempre atrapalham os negócios do Song.

-Yeonjun e o namoradinho imbecil dele se meteram de novo.- disse o rosado já se irritando.

-Não vai ficar assim...Aah se não vai.- declarou rodando seu shot.

Iriam conversar mais sobre o assunto, mas uma figura conhecida pelo trio ali entra no bar.

Ah não.





Pov: Yunho


Yunho resolveu caminhar pelo bairro para esfriar a cabeça.

A conversa que teve com Wooyoung o deixou pensativo. Valia a pena se por em perigo por uma matéria?

Ele sabia que nem era pela matéria mais. Estava verdadeiramente curioso sobre aquele homem, queria se aproximar e saber a história dele.

Mas como fazer isso sem tomar um tiro na cara?

Era uma noite fria, por volta das nove da noite. Yunho vestia um moletom preto, por baixo dele uma regata branca, uma calça skinny azul escura e um tênis preto.

Até o clima batia com a vibe de Yunho.

Um friozinho bom, causado pela pouca chuva do fim da tarde.

Estava melancólico,não tinha nada melhor para fazer num clima desses do que dar uma boa caminhada.

Aliás, tinha sim.

Encher a cara.

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