Capítulo 12: Quem é Maicon?

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A aula seguia seu curso

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A aula seguia seu curso. Olhei na direção de Maicon, e ele ainda me encarava. Parecia que seus olhos estavam negros, com veias escuras irradiando ao redor.

Fechei os olhos e sacudi a cabeça, buscando clareza. Ao abrir novamente, as veias haviam desaparecido e seus olhos estavam normais, verdes e brilhantes como a aurora boreal.

Logo, um sorriso provocador surgiu em seu rosto, tão atraente quanto detestável. Parecia que ele notara minha confusão, evidente em minha expressão. Revirei os olhos e desviei o olhar.

Fixei-me no quadro onde o professor escrevia, mas minha mente estava longe, presa à mesma pessoa que vinha ocupando meus pensamentos há dias: Maicon. Maicon. Maicon. Eu estava perdendo a cabeça; ele estava me enlouquecendo.

Ana me trouxe de volta com um cutucão.

— Carol? Carol? — ela sussurrou.

— O que foi, Ana? — perguntei baixinho, virando-me para ela.

— Você está bem? A aula está quase no fim e você ficou em silêncio o tempo todo.

Franzi o cenho e olhei ao redor, procurando Maicon, mas ele não estava mais em seu lugar.

Impulsivamente, fechei o caderno e guardei a caneta na mochila. Notei que Ana me observava, confusa, mas ignorei e levantei-me, indo em direção à porta. Só havia uma coisa em minha mente:

Encontrar Maicon Stewart.

(...)


Após cerca de 20 minutos andando sem rumo, deixei a escola e permiti que meus pés me guiassem.

— Senhorita Ferri, a aula ainda não acabou disse o Prof. Noah.

Foi a última frase que ouvi antes de sair.

Não olhei para trás nem falei com ninguém. Minha única missão parecia ser encontrar Maicon, aquele que conheci recentemente e que me envolvia em uma atração irresistível, fazendo-me questionar tudo.

— Ei! Garota! — gritou uma voz masculina.

Antes que pudesse reagir, um homem me puxou para a calçada.

— O que você estava fazendo, menina? — ele perguntou, alarmado.

Fiquei em silêncio, esperando uma explicação para seu comportamento.

— Você tem noção do que acabou de fazer? Estava prestes a ser atropelada por um carro! — ele finalizou.

Haha, agora pareço uma louca suicida por causa de Maicon Stewart.

— Eu me distraí. Não sou suicida, gosto muito da minha vida — respondi, ironicamente.

Ele me olhou indignado, ainda segurando meu braço.

— Por que está segurando meu braço?

Ele soltou rapidamente.

— Você é ingrata. Eu te salvei. Você podia estar morta.

— Tenho que te agradecer por estar viva? — perguntei, debochada.

Quanto mais conversávamos, menos eu entendia o que fazia ali.

— Olha aqui, garota — ele segurou meu braço de novo, com força. — Não sei o que te deixou tão distraída, mas aposto que foi Maicon. — Ele sorriu.

Fiquei chocada.

Ele conhece Maicon?

— A pergunta é: como conheço Maicon? — Ele riu — Acho que o conheço desde que nasci.

A princípio, vi nele apenas um intrometido, mas percebi as semelhanças: o jeito petulante, os olhos verdes, o cabelo escuro, a pele clara e a beleza marcante.

Soltei-me de seu aperto e vociferei, impaciente.

— Quem é você, porra?

Ele levantou as sobrancelhas, surpreso.

— Como pode um rostinho tão inocente ter um vocabulário tão sujo?

Aproximei-me, determinada.

— Quem. É. Você?

Liam. Liam Stewart. — ele finalmente respondeu.

Minha expressão se encheu de confusão.

Stewart? Como Maicon?

— Foi engraçado você conseguir essa informação me "intimidando" — ele zombou.

Tentei me afastar, mas ele segurou meus braços.

— Não ficaria surpresa em saber que sou irmão dele, né? — disse, provocativo.

Meu coração acelerou. Não sei se pelo agarre, pela revelação, ou ambos.

Só queria fugir, organizar a mente e acalmar o coração, mas não consegui.

— Acho que já está bom, Liam. Chega de perturbar a pobrezinha. — uma voz conhecida soou.

Droga.

Liam afrouxou o aperto.

— Quem disse que eu estava perturbando? — Ele olhou para Maicon e depois para mim. — Diz para ele, Carol. Diz que gostou da minha companhia. — Sorriu maliciosamente.

Idiota.

Virei-me. Lá estava Maicon, com a mesma roupa da escola, como se nem tivesse ido para casa. Claro que ele nunca faltaria às aulas para ir para casa.

Ele me olhou rapidamente, indiferente, o que me confundiu.

— Não me lembro de ter te emprestado ela. O que está fazendo com ela? — Maicon perguntou a Liam.

Franzi o cenho e ia responder, mas Liam falou primeiro.

— Qual é, irmão. Deixa de ser egoísta, a gente pode dividir.

Liam se aproximou e lambeu minha bochecha.

Imediatamente, minha mão voou em direção ao rosto dele, derrubando-o.

Olhei ao redor, especialmente para Maicon, mas percebi que a rua estava deserta, só nós três ali.

Maicon percebeu e sorriu sinistramente, enquanto seus olhos oscilavam entre mim e Liam, que segurava um poste para não cair e o rosto onde o acertei.

— Essa garota tem uma força inacreditável — disse Liam, tentando se levantar.

— Precisa de ajuda, amigo? — gaguejei, debochada.

Mas fui surpreendida por Maicon, que me pegou pelo pescoço, me levantando do chão.

Minha visão turvou e...

— Carol? Carol? — Ana sussurrou.

Levantei a cabeça e vi que estava na sala de aula.

Olhei para Ana, confusa, me questionando se aquilo foi real. Virei a cabeça, procurando por Maicon.

E ele estava lá, me olhando com um sorriso.



















Continua...

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