CAPÍTULO 4

857 33 4
                                    

NARRADO POR DRACO MALFOY

Vários minutos depois de Harry Potter ter ido embora, eu ainda estava sentado na cama, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. A visão dele em pé de frente para porta, dizendo que tinha valido a pena, não saia da minha mente.

Quando Zabini me ligou naquele dia, eu fiquei satisfeito dele ter entrado em contato. Eu estava precisando mesmo aliviar as tensões. Estava com um caso difícil para
defender e o julgamento seria em poucas semanas, além disso, não tinha estado com ninguém desde Julian, o que já fazia mais de um mês.

Eu realmente precisava de uma noite de sexo intenso e despreocupado para relaxar, no entanto, era tudo que eu NÃO tinha conseguido com aquela noite, nunca, em nenhum momento em toda minha vida eu já tinha sequer imaginado Harry Potter ajoelhado no chão de um quarto de BDSM como um submisso. Potter era a pessoa menos submissa que eu conhecia, sempre rebelde e subversivo.

As memórias que eu tinha dele me invadiam enquanto eu pousava meu rosto nas mãos, tentando raciocinar. A primeira lembrança que me veio foi no primeiro ano, me enfrentando para proteger Neville Longbottom na nossa
primeira aula de voo. Eu era um menino bastante
mimado e sem qualquer conhecimento da dura realidade do mundo, naquela época. Eu queria muito exibir o fato de eu já saber voar, mas no final fora Potter, que nunca tinha usado uma vassoura, que tinha se sobressaído e ainda por cima fora escolhido para ser apanhador aos 11 anos de idade.

Mas a personalidade de Potter nunca tinha me
impressionado tanto quanto no quinto ano. Ele tinha sido ridicularizado perante o mundo bruxo, taxado como um mentiroso, um adolescente problemático que queria
chamar atenção; mas ele estava certo, o Lorde das Trevas tinha mesmo retornado. Potter tinha mesmo lutado com o bruxo mais perigoso de todos os tempos. Ele tinha enfrentado a todos, se mantido de pé, insistindo na sua versão da história, encarando as punições de Umbridge, os desmandos do Ministério, os assaltos na sua mente feitos pelo Lorde das Trevas (dos quais eu soubera por meu pai).

Depois, tudo que eu me lembrava dele era de Potter lutando, Potter de queixo erguido, Potter me salvando do fogo na Sala Precisa, Potter derrotando Voldemort. Potter... a pessoa mais forte, mais íntegra que eu já tinha
conhecido na vida. E a menos submissa. O que tinha levado ele a fazer aquilo?

Eu olhei para os lençóis com a cabeça dando voltas. A visão de Potter ali, deitado comigo, dividindo todo aquele prazer, era vívida em minha mente. Eu ainda sentia o cheiro dele na cama, fazendo meu corpo se arrepiar, lembrando-me do tesão enlouquecedor que eu senti em dominá-lo, possuí-lo, ver ele me obedecer, reagir aos
meus toques, assistir ao seu prazer, seus gemidos, seus orgasmos.

Me levantei, respirando fundo. Meu corpo já começava a dar sinais de excitação. Saí do quarto e desci as escadas, na direção da sala de estar. Decidi telefonar para Zabini. Ele poderia ter alguma resposta, alguma pista. Disquei seu número no Magifone e aguardei que ele me atendesse.

_ Draco. - ele disse, me atendendo no terceiro toque. Claro que o desgraçado já estava esperando minha ligação.

_Blaise. - eu respondi.
_Como foi? - ele perguntou, a voz cheia de curiosidade.
_Ele foi até o fim?
_Foi. - eu me limitei a dizer.
_Eu imaginei mesmo que iria. - Blaise falava com
admiração.
_Potter é um homem muito determinado.
_Por que você não me contou? - eu questionei. _Por que não me disse que era ele? . Havia certa irritação na minha voz.
_Potter estava sentado à minha frente quando eu te
liguei. Ele tinha dito que não queria uma conversa sobre o assunto com você, então achei melhor não contar. - Blaise explicou. _Ele disse que quando você chegasse no quarto e ele estivesse lá, você simplesmente iria em frente ou iria mandá-lo embora.
_Ele disse isso? - eu estava impressionado.
_ Disse. - ele confirmou. _Embora eu tenha achado um pouco ingenuidade da parte dele acreditar que existia a possibilidade de você manda-lo embora. Nem que fosse apenas para compensar toda a irritação que você sentiu por ele em todos os anos em Hogwarts, ainda me lembro de você reclamando de Potter no dormitório da sonserina.
_Apenas isso não bastaria. - eu ponderei.
_Eu não teria feito com Weasley, por exemplo, por mais que ele tenha me irritado na época da escola. Meu corpo se arrepiava de asco ao imaginar a pavorosa
visão de Ronald Weasley nu.

50 tons de verde e prataOnde histórias criam vida. Descubra agora