002 - Antes de ir embora.

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Acordei às 7:00 horas da manhã, fiz minha higiene matinal e troquei de roupa: Coloquei um vestido rosa e branco com babados e que vai até a metade da minha perna. Fiz duas tranças em meu cabelo, uma de cada lado, e depois, encaixei minha coroa dourada sobre minha cabeça.

Diana, como sempre, trouxe meu café da manhã na cama e eu comi: duas torrada, um copo de leite com café e uma maçã. Tenho que manter minha alimentação saudável e corpo bonito (de acordo com o meu pai).

Inclusive, eu fui falar com ele as 10:00 horas. Dei três batidas na porta de seu quarto e ele me deixou entrar. Quando eu já estava dentro, fiquei observando-o, enquanto ele olhando o nosso reino através da janela do cômodo. Até que eu resolvo quebrar o silêncio:

- Oi pai... gostaria de conversar com o senhor.

- Aquela mesma conversa de sempre? - ele se virou lentamente para mim.

- Sim, a mesma conversa de sempre.

- Não importa o que você diga, eu não vou cancelar esse casamento. - Ele respondeu, confiante.

- Você nem se importa comigo, não é, pai? Você não está nem aí para os meus sentimentos! - Naquele momento, eu alterei um pouco a voz.

- Lógico que eu me importo com você, minha filha. Do que está falando?

- Não, você está mentindo! O senhor só importa consigo mesmo e em adquirir riqueza e poder.... Ah, e também se importa mais com o Travis do que comigo. - Digo com os olhos se enchendo de lágrimas. - Eu não sinto nada por ele... Como o senhor deseja que eu me case com alguém que não sinto nada e ainda é 18 anos mais velho que eu!

- Pare já com esse drama todo! - Meu pai se aproxima de mim, furioso - Eu te juro, Kathe, quando você se casar com o Travis, você passará a amá-lo. Foi assim comigo e com sua mãe!

- Como assim?

- Sua mãe e eu também fomos forçados a nos casar. Mas com o tempo, nós dois começamos a amar um ao outro, mais do que tudo nessa vida.

- Me explica direito... vocês sempre me disseram que se apaixonaram à primeira vista...

- Peço desculpas desde o início por termos mentido para você, porém, tem certas coisas que não podemos contar sempre. - meu pai deu um suspiro e prosseguiu - Pois bem, seus avós também nos forçaram a casar. Sua mãe era a rainha desse reino e eu apenas um plebeu que vivia lá fora. Ela tinha que escolher alguém para se casar e também não queria se casar com o pai de Travis, na época. Então ela teve de escolher uma pessoa do próprio reino o mais rápido o possível antes que seus pais também falecesse da tal doença. Então ela me escolheu...

- Então aquela história de que vocês se encontraram na floresta, se apaixonaram à primeira vista e se amaram desde então, foi tudo mentira? Não faz sentido vocês terem mentido! - Digo, incrédula.

Meu pai apenas acenou com a cabeça.

- Nem minha mãe quis casar com alguém daquela família, então por que eu? Você sabe o que aquele nojento faz?

- Minha filha, não chame ele ass‐

- Já chega! Estou perdendo meu tempo... De novo! Mas bom saber que você nunca amou a mamãe! - As lágrimas que eu estava segurando para não cair... caíram. - Você nunca amou ninguém.

- É claro que eu a amei, ainda não entendo o que quer insinuar...

- Se amasse mesmo ela, não a deixaria morrer - outras lágrimas se escorreram pelo meu rosto.

- Já chega dessa palhaçada toda. Você não sabe de absolutamente nada sobre mim e sua mãe - Ele segurou meu braço - E outra, você vai se casar sim e ponto final, apenas tira essas maluquices da sua cabeça, pois quando nós ficarmos fortes e poderosos, você vai me entender e me agradecer!

- Você não vai conseguir o que quer... pois eu não irei permitir - me soltei das mãos do meu pai e saí do cômodo às pressas.

Chego no meu quarto chorando e pego minha mala - que já estava pronta desde ontem e coloquei apenas o necessário nela - Diana chega logo depois e lógico que ela tentou me impedir mais uma vez, porém, eu puxei o meu pai: quando eu coloco algo na cabeça, só tiro essa coisa se arrancarem ela junto.

Pedi que Diana viesse comigo mas a mesma recusou novamente. Nós duas sabemos que meu pai ficará super bravo quando descobrir que não estou mais no castelo e provavelmente irá discutir com Diana. Mas ela disse que aguenta e sabe se virar sozinha. Agora, neste momento, ela estava muito preocupada comigo e para onde eu iria.

Nem eu sei tenho certeza para onde vou. Mas qualquer lugar é melhor que aqui.

Agradeci a Diana por tudo que me fez, por todas as vezes que ela me ajudou e me amou. Eu iria retornar algum dia? Claro. E quando eu retornar, vai ser para tirar Diana desse castelo também.

- E se der tudo errado? - Questionou Diana com olhar de preocupação.

- Eu volto e faço o que meu pai quer. Se der tudo certo, eu volto e tiro tudo que é dele.

- Espera, você vai mesmo enfrentar seu pai? Ficou maluca? - disse com a voz trêmula.

- Eu vou conseguir. Eu tenho que conseguir. É por mim, por você e pela minha mãe... você acha que eu não sei o segredo da morte dela? - pergunto com um semblante melancólico.

- Que segredo?

- Você mesma me contou, não se lembra?

- Eu... pensei que... havia esquecido...

- Eu não me esqueci. E nunca irei.

Pego minha mala rosa e me retiro do quarto, só que antes, dou um último abraço em Diana. Ela irá me cobrir e me defender, caso necessário.

Chego na enorme porta de entrada do castelo na qual havia dois guardas, um em cada lado dela. Eles me perguntam aonde irei e ainda mais com aquela mala:

- Eu quero dar uma volta no meu reino e ver o meu povo. Já nesta mala, contém algumas roupas que não irei usar mais, então irei doar para algumas mulheres - respondo sorrindo e agindo naturalmente.

Os guardas não acharam estranho porque eu já tinha feito isso antes, então eles sorriram de volta, abriram o portão e me deixaram sair. Antes que eles fechassem a enorme porta branca de madeira atrás de mim, eu me viro e olho para dentro do castelo e sorrio pela "última vez" para Diana, que estava na escada me vendo sair.

Olho para o céu, respiro fundo e digo:

- Seja o que for para ser.

- Seja o que for para ser

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A Jornada de uma Princesa FugitivaOnde histórias criam vida. Descubra agora