bônus: o que bartô quis dizer

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  Estamos na aula de Poções e, como sempre, ele faz o trabalho de verdade, enquanto eu corto a cauda de algum animal que nem faz parte da receita. Não sou bom com poções - ou em qualquer outra matéria, para ser sincero. Regulus diz que tenho talento com feitiços, mas sou preguiçoso demais para me dedicar nas aulas. E ele está certo.

  As duplas estão conversando, então o burburinho na sala camufla minhas palavras.

- Seu irmão me confirmou que está namorando o loirinho.

    Regulus nem sequer desviou seus olhos da poção. Tento de novo.

- Eles vão juntos na festa amanhã.

  Nada. Nenhuma reação.

- Você está me ouvindo? Recomendei a SlytherGin para eles, acho que irão gostar.

  Regulus me dirige um olhar mortal.

- O que eu tenho a ver com isso?

Tenho que me controlar antes de responder ou vou explodir bem ali na sala de aula.

- Regulus! Fala sério, cara. Você sabe o que isso quer dizer.

- Para, Bartô. Não vou seguir os passos de Sirius.

- Mas você pode! Nós podemos!

- Algum problema, Sr. Crouch? - Horário Slughorn pergunta e receio que minhas palavras tenham saído um pouco mais altas do que deveriam. Balanço a cabeça negativamente e o professor logo perde o interesse; ele só liga para os alunos estrelinhas de qualquer jeito. Volto minha atenção a Regulus.

- Não. Sirius não é um bom filho ou herdeiro, não serei como ele.

- Ah, mas Reggie, você teria apoio dentro da sua família e, fala sério, não dá para ser pior do que ele. Mesmo com isso, você será o herdeiro.

  O professor passou para recolher a nossa poção e Regulus colocou um tanto no frasquinho, entregando-o com um sorriso forçado. Não tive tempo de falar mais nada; logo suas coisas já estavam arrumadas e ele estava saindo. Era para eu limpar o caldeirão, mas quem liga? Fui correndo atrás dele.

  Assim que chegamos ao dormitório, empurro Regulus na parede e o beijo, como já havia feito tantas vezes. Foi um beijo mais desesperado do que o normal, mas não deixa de ser bom. Era sempre bom ficar com Regulus.

  Só que ele me afasta depois de uns cinco segundos.

- Bart, por favor não. Não podemos mais. Eu não posso.

- Pode sim! Por que Sirius pode fazer tudo o que quer e você não? Você não tem que compensar o fato dele ser péssimo.

- Porque ele é ele, e eu sou eu! Sinto muito, Bart, mas só porque você não liga para sua família, não significa que todo mundo é assim. Eu me importo com o legado dos Black e serei o herdeiro perfeito.

- Se casando com uma prima ou algo assim?

- Com quem eu me casarei não é da sua conta. Mas, se for necessário, sim.

  Rio das palavras de Regulus. Ele já havia tentado me afastar várias vezes desde o segundo ano sob as mesmas justificativas: o legado dos Black, reputação, família, blá, blá, blá. No fim, contudo, ele sempre voltava para mim.

- Não, não é da minha conta mesmo, mas talvez seja da conta dela o que você fazia antes de se casar. Sabe, não é um começo muito promissor mentir sobre seus antigos amores ou sua primeira vez, essas coisas.

  Ele me encara com raiva. Reviro os olhos, rendido.

- Ah, por favor, Reggie, deixa disso. Estamos juntos há quatro anos! Você me ama e eu te amo! Vamos fugir, ficar juntos! Não precisamos "lutar pela causa puro-sangue" ou sei lá o que, podemos ir para outro país, começar uma nova vida longe dessa gente tóxica! Ficaremos juntos para sempre!

o plano | wolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora