Capítulo 1

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Em meu fone tocava a música perfeita para aquele momento, o admirava no canto da sala, meus olhos acompanhavam cada pequeno movimento que o mesmo fazia. Mas quem era esse? Enzo Vogrincic. O responsável por tomar meus pensamentos nos últimos meses.

– Vou até perguntar se ele quer água, deve estar seco, tadinho. - Diz Martina, rindo, ela estava em pé ao lado da minha carteira. – Ficou tão distraída que nem ouviu o sinal tocar, o pessoal está esperando no refeitório, vamos.

Ela não está errada, mas será que estou deixando tão evidente assim? Preciso ser cuidadosa, não quero parecer uma obsessiva. Penso enquanto retiro meus fones e guardo minhas coisas, péssimo hábito de organização. Encaro Martina e ela me olha, aquele olhar de "Eu estava certa".

– Não me olhe assim, nem eu mesma sei o que está acontecendo. – Saímos da sala em direção ao refeitório.

Eu sabia, mas era apenas uma desculpa por não querer acreditar naquilo. Gostar de alguém no último ano do ensino médio não era uma boa ideia, motivo simples, acreditava que não daria certo por falta de tempo.


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Caso você desenvolva amor por alguém, compreenda desde o início que tal afeto pode não ser correspondido, porém, não se aprisione a essa emoção, uma vez que ela te deixará exausto.
O amor é uma dança que requer passos e harmonia. Sem passos, a dança não se forma e sem harmonia não há emoções.

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O segundo semestre havia começado e precisava me concentrar se quisesse um histórico escolar decente. Estava no final da última aula e ansiosa para ouvir o sinal em meus ouvidos, pois não sou muito fã de biologia. Eu anotava o que estava na lousa e sentia olhares sobre mim. Já fazia um tempo que Enzo e seu amigo me olhavam, e eu estava ficando desconfiada.

– Martina, preciso ter certeza de que não estou ficando louca. Você notou que esses dois ficam me encarando durante as aulas? – Sussurrei ao encará-la.

– Não só nas aulas, hoje mesmo no refeitório, eles te encararam e cochicharam.

– Acredito que não seja nada. – Falei meio insegura.

– Você é muito devagar para essas coisas. Repare como Matías age, está claramente interessado em você! – Ela falou alto demais.

Eu a encarei com espanto, talvez a sala toda tenha ouvido.

– Meu Deus. – Senti o nervosismo me dominar.

– Você está ficando vermelha. – Ela disse rindo.

O sinal tocou e me apressei em arrumar minhas coisas, senti uma pessoa se aproximando e me virei, me deparando com Matías, o amigo de Enzo.

– Tudo bem, Eva? – Disse sorrindo.

Só pela expressão dele sei que vai me pedir algo. Éramos próximos, até porque já fomos do mesmo grupo de amigos, porém, o grupo se esfriou com o tempo. Mesmo com esse afastamento, eu não deixei de trocar mensagens com ele, tínhamos gostos parecidos e isso rendia muitos assuntos.

– Estou bem e você?

– Bem, ficaria melhor ainda se aceitasse sair comigo e os meninos ao cinema, no sábado.

Na lata, sabia que queria algo, mas não imaginava um convite. Desviei meu olhar para encarar minha amiga, pedia ajuda com os olhos e recebi um "Aceita".

– Mais tarde te dou a resposta, tenho que ir agora.

Me apressei em sair de lá.

– Até amanhã, Mar!

Segui o caminho de casa e mergulhei em meus pensamentos. Será possível alguém se interessar por mim? Não tenho nada de especial. Além disso, não saberia como reagir a uma declaração sem sentir o mesmo pela pessoa. Não quero machucar alguém, mas tenho o direito de fazer minha escolha. Nem sei por que estou pensando nisso, afinal, o garoto só me chamou para sair com os amigos.

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⏰ Última atualização: Feb 19 ⏰

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Outubro - Enzo VogrincicOnde histórias criam vida. Descubra agora