Obsessed • Guapoduo

Apreensão

Se Roier pudesse voltar no tempo impediria o seu amor de tentar ser tão heróico.Se pudesse voltar só um pouco faria as coisas diferentes, mudaria cada mínima atitude que os levaram à esse final.

As mãos trêmulas seguravam o rosto pálido e o mexicano sentia uma sensação horrível, tontura, enjôo, dor física ao ver o seu mundo tão sem vida em seus braços.

- POR QUE VOCÊS ESTÃO PARADOS? ELE SÓ ESTÁ ASSIM PORQUE QUIS AJUDAR VOCÊS A SAÍREM DESSA MERDA DE LUGAR! NÃO É POSSÍVEL QUE NÃO TENHA UM MÉDICO NESSE HOSPÍCIO?!

Os gritos desesperados transbordavam toda a dor e ira que ele sentia.Todos que até então estavam imobilizados com tudo que acontecia parecem acordar com o esporro que levaram e se apressaram em ir até o casal ajudar.

Para a sorte deles a médica da Federação estava presente.Não era o momento mais adequado para uma cirurgia, mas já era mais que o suficiente.

O brasileiro foi levado às pressas por seu noivo até a ala hospitalar, e mesmo se pediram para se retirar durante o processo ele não moveu um músculo.

Como poderia? Teria que confiar a vida de sua alma gêmea à outra pessoa.Já parecia torturante o bastante assistir sem fazer nada, não deixaria o seu lado nem por um segundo.

Longas e lentas duas horas se passaram na atmosfera tensa da pequena sala de cirurgia.Quando a médica finalmente virou-se para Roier que possuía toda a ansiedade, medo e apreensão extravasando em suas lágrimas.

Jaiden que havia chegado há uma hora estava ao lado do amigo esperando aflita por uma resposta junto do homem desalentado.

- Ele está fora de perigo, a bala felizmente não feriu nenhum órgão.Vocês podem ficar tranquilos, ele ficará bem.

Roier sente que finalmente pode respirar novamente, ele está são e salvo.

Ele deveria saber que o gatinho dele não o deixaria tão facilmente, não ele.Ainda estava tomado pela angústia de tantas emoções, mas isso agora se misturava com o alívio.

A americana o abraçava forte, comemorando e tranquilizando o moreno que soluçava incapaz de proferir qualquer palavra.

A médica saiu da sala para contar ao grupo de pessoas que esperava por atualizações do lado de fora.

Aquela noite eles venceram, de uma forma conturbada e instável, mas vencereram.

⊹──⊱✠⊰──⊹

Três dias se passaram desde a fatídica noite que mudou o rumo da ilha.

Uma parte dos moradores focavam-se em procurar formas de se comunicar com algo além da ilha para ser possível sair do lugar e a outra parte apenas gosta da vida que leva no local.

Todos parecem seguir suas vidas normalmente, seja permanecendo em sua vida cotidiana ou em busca de sair dela, mas Roier apenas se empenhou em cuidar do noivo que estranhamente ainda não havia acordado.

Nesse momento segurava a mão do loiro próximo ao rosto.Sentir o calor de sua pele ou ouvir as batidas de seu coração era o que ajudava à se manter "controlado" em meio à perturbação de sua cabeça.

Sentia falta de olhar no fundo de seus olhos tão imersivos, ouvir sua voz e risada, de ter seus carinhos.Tudo parecia vazio sem ele.

Pac havia acabado de chegar no quarto hospitalar e sorria com a cena adorável.Parecia criminoso interromper, mas Roier notou sua presença e levantou da cadeira para cumprimentá-lo.

- Hola Pac!

- Oi Roier, como estão as coisas por aqui?

- Elena falou que ele está se recuperando bem.Ele já deveria ter acordado, mas isso é provavelmente pelo medicamento que ele foi forçado a tomar.