Sequestro.

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Espero todos irem dormir, pego uma calça jeans preta, e uma blusa de gola, também preta, visto um casaco, pois lá fora estava muito frio. Papai tem um cofre cheio de armas, e claramente, eu sei a senha do cofre.

Nunca sonhei em matar alguém, nunca quis isso também, mas não vou deixar machucarem meu pai, já perdi minha mãe pro câncer e Dalia para essa família, não posso perder mais ninguém.

Então infelizmente, optei pelo lado de que se for preciso, eu vou matar sim.

Subo até o terraço, ficando a vista de tudo e de todos. Posso estar sendo muito tola de me expor a esse risco, mas quero mostrar a meu pai e a todos que eu não preciso me casar para ser alguém que faz parte da máfia.

– Será que alguém aparecerá? – Bufo, e me sento.

Uma, duas, duas horas e meia, e nada de ninguém, pensei em descer e voltar para meu quarto, mas quando menos espero, caio no sono, acordando com o sol batendo em minha face.

– Que? Que horas são? Porra, 07:00? Caralho, eu dormi. – Bato na testa.

Me sento, e prendo meu cabelo, tiro o casaco e fico mais alguns minutos ali ainda lá em cima.

Percebo um possível movimento suspeito lá em baixo, então me inclino um pouco para ver o que estava acontecendo.

Vejo um rapaz alto, com roupas de rappers, e tranças pretas, percebo um piercing em seus lábios, uau, que rapaz bonito, não parecia ser nada suspeito.

Fiquei com preguiça de descer, e o sol estava tão bom, que eu queria passar mais um tempo ali, sem pensamentos de que eu irei casar com um estranho, de que eu viraria uma assassina sangrenta e sem coração logo logo, de que queriam matar meu pai, a saudade de que eu tenho de minha irmã Dalia e de minha mãe, é grande, mas não posso sentir falta de uma covarde que se apaixonou por um rival nosso.

– Aiai, não acredito que sai do conforto da França para dormir em telhados. – Brinco com minha situação e rindo. Até que me assusto com um barulho de tiro .

– Que porra!! - Grito descendo correndo, com minha respiração falha, meus braços tremendo, mas minha arma estava na cintura.

Quando entro devagar pelos fundos, vejo um bando de cara armado, com meu pai e dona Céline presos, então rapidamente me escondo num armário de empregados que estava ali perto, tampei minha boca.

Não pude conter lágrimas quando escutei dois disparos, eu entrei em desespero, Céline e meu pai poderiam ter morrido agora, se eu não tivesse dormido na porra daquele telhado, talvez eu estivesse morta agora também, ou até mesmo matado algum deles, ai eu não sei o que pensar.

Caiu no choro, infelizmente eu escuto passos ali perto, seguro minha respiração, fecho meus olhos e encosto totalmente meu corpo contra parede.

– Que vadiazinha, achou que poderia se esconder? - O rapaz alto de tranças que eu disse que não era nada suspeito, abre a porta me puxando pelos cabelos, me arrastando até aonde eu escutei os disparos, vejo sangue pelo local todo, fazendo eu assim, gritar e chorar.

– Me solta!! – me debato chorando, dois caras enormes me seguraram.


- Levem esse rato daqui, levem para o carro, desmaiem ela, depois vejo o que farei com ela. – O rapaz de tranças diz enquanto guarda sua arma.

Eu só sei que eu grito muito, acho que toda a Los Angeles ouviu, os rapazes que estavam me segurando, me apertavam, eu estava ficando sem ar, eles também pegavam em minhas partes intimaes, na bunda, nos peitos, em tudo, sinto minha cabeça pesar, e meus olhos se fecharem, só lembro de estar dentro de um carro, amarrada com um pano na boca.

From knives to flowersOnde histórias criam vida. Descubra agora