Desespero

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Quando abro meus olhos eu vejo que estou numa pequena sala de paredes brancas sem nada dentro. Estava deitado no chão e quando tento me levantar minha visão se escurece por alguns segundos e preciso me apoiar na parede para não perder o equilíbrio.

Minha mente está um caos, com todas as vozes gritando desesperadamente. Sinto que posso desmaiar a qualquer momento.

Ao me olhar direito vejo que trocaram minhas roupas e que estou totalmente vestido de branco e descalço, isso me faz lembrar de quando minha casa era uma cela.

Ando devagar até a porta, cauteloso e tento a abrir, e impressionantemente ela estava aberta. Não entendo oque estão tentando fazer ou que tipo de estratégia estão adotando no momento, mas com certeza não tem um objetivo bom.

Saio da sala onde estava e começo a andar pelo local. Ao mesmo tempo que parece o mesmo lugar de anos atrás, também parece estar totalmente diferente do que lembrava.

Olho ao redor e não vejo ninguém, mas vejo câmeras, oque faz meu coração gelar por alguns instantes, mas mesmo assim eu continuo andando pelo lugar, afinal, se não fosse pra eu sair dali eles não teriam deixado a porta destrancada.

Vou em direção a uma porta branca dupla que dava para um corredor com diversas portas e listras coloridas pelas paredes. Não me lembro daqui.

Antes que me retirasse dali vejo duas crianças passando lá dentro pelo vidro da porta e me escondo para que não me vejam. Uma delas tinha uma touca vermelha e um cabelo ondulado marrom, e a outra era uma garotinha loira com uma boina. Elas olham para a porta mas não parecem ter me visto. Eles ainda sequestram crianças?

Saio devagar dali sentindo minhas mãos tremerem e continuo andando. Saber que crianças tão novas ainda estão sendo usadas por eles me dói, mesmo sabendo que na minha época era apenas eu. Vejo muitos corredores parcialmente iguais, a maioria apenas é branco e assustador.

Ouço a voz de uma criança me chamando e olho para os lados assustado procurando quem e, mas em um susto a criança chega perto de mim e cutuca minha perna. Um pouco assustado olho para a criança. 

Era um menino loiro com roupas brancas e detalhes em prata. Ele tinha uma máscara estranha nos olhos repleta de detalhes delicados em prata, o menino também carregava uma prancheta nas mãos, e sua expressão era tão séria que duvidei por um momento se era realmente uma criança.

Meu coração se aperta e me sinto extremamente agoniado. Como eles podem ser tão cruéis assim?

– Senhor, siga-me até a sala de meu superior, por favor. - o menino tinha uma voz robótica e vazia, assim como sua aparência e expressão.

– Quem é você? - acho que entrei em estado de choque.

– Sou assistente de Harpia.

Assistente? O que caralhos aconteceu aqui.

Ele pede para que eu siga novamente e vai andando até um local mais aberto com várias salas que pareciam escritórios numerados nas portas e segue em direção a uma sala específica que parecia maior que as outras, sendo a primeira sala de 14.

Não sei como não dei uma de louco e sai correndo dali na primeira oportunidade, mas mesmo minha mente estando um turbilhão variando de "mate todos" "se juntem a eles" "corra!" "desista de tudo", ainda tendo não surtar.

O garoto bate duas vezes na porta e logo em seguida recebe permissão para entrar. Ao entrar na sala vejo um quadro grande em uma parede ao lado, uma outra porta a frente que leva para um lugar que não consigo ver, e uma mesa onde um homem estava e duas cadeiras na frente.

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⏰ Última atualização: Jan 16 ⏰

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