2 | Segunda chance

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O local onde Yeonjun combinou surpreendentemente não ficava tão longe de casa, era apenas alguns minutos de caminhada. 15 minutos, para ser mais exato.

A neve começa a cobrir as calçadas e os flocos caindo me dão uma visão mais bonita e “inocente” da rua, a timidez do inverno em suas primeiras aparições, cobrindo a cidade em branco, fazendo com que procuremos roupas mais grossas para nos aquecer, para depois nos afetar com seu intenso frio mesmo com três camadas de casacos.

Quando enfim chego no local marcado, vejo ser uma cafeteria decorada com tons de marrom claro e um ambiente aconchegante, mas não vejo Yeonjun.

— Diz pra eu me apressar e ainda é o atrasado…

Quando abro a porta e o sino soa pelo estabelecimento, uma sensação reconfortante e nostálgica me faz sorrir, como se o ambiente magicamente espantasse meu mal-humor. Tocava uma música calma, mas baixa, e o local se encontrava agitado apenas pelas conversas excessivamente altas.

Por preferência, sentei-me em uma das mesas do canto, onde o estofado era macio e eu podia ficar ao lado da janela.

“cadê você cacete??? eu já to aqui”


Pego o cardápio na mesa após revirar os olhos e chacoalhar minha perna, repentinamente ansioso e — novamente — estressado.

Estou começando a acreditar nas pessoas que dizem que o clima influencia no humor — apesar de eu estar dentro de um estabelecimento quentinho e confortável. Minha cabeça não anda funcionando normalmente desde aquele encontro com os amigos de Yeonjun, e a pergunta de Beomgyu sobre Taehyun. Foi como se uma parte de Taehyun que estava presa há tanto tempo tivesse se libertado do meu peito, e agora, as recaídas se tornam mais frequentes, porém mais curtas.

Cheguei num ponto de trocar o nome dos meus personagens pelo o dele e só perceber depois.

Esse lugar me faz lembrar de quando eu chegava atrasado em casa de propósito para ir com Taehyun ao shopping ou qualquer outro lugar, só para passarmos mais algum tempo juntos. Quando saímos da escola e fomos para um mercadinho próximo comprar algumas besteiras e ficamos ali, comendo e conversando. Toda semana era uma desculpa diferente e muito bem arquitetada por nós dois, e eu voltava pra casa ansioso, mas feliz demais.

Tamborilo os dedos na mesa e descanso minhas costas no encosto macio e permito-me respirar fundo, tentando expulsar essa tensão esquisita do meu corpo.

Se eu estivesse com meu computador agora…

Observando um pouco o local, uma figura vestida completamente de preto chama a minha atenção por meros segundos, já que o cara segura um livro do qual tento — miseravelmente — ler o título, e também porque ele é o único monocromático em meio a tantas misturas de cores. Por algum motivo meu coração acelera e sinto uma pequena e momentânea falta de ar após ver bem seu rosto, a expressão serena e concentrada lendo, os óculos escorregando pelo nariz e a franja caindo pelos olhos — e também devido ao gorro igualmente preto que ele usa.

Corações (In)DestrutíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora