Capítulo 14 - A megera mostra suas garras.

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Fodida, assim que me encontro neste exato momento. Acordo na varanda de Lyandro com o sol incomodando meus olhos. Após quatro orgasmos caímos cansados e satisfeitos no tapete, mordo meus lábios com a sensação que ainda encontro no meio de minhas pernas, o cara é gostoso pra caralho.

Me levou à loucura com beijos, carícias e mordidas que podiam ser comprovadas por marcas que se encontram por toda parte de meu corpo, eu estou totalmente ferrada aqui.

Observo seu corpo jogado, uma perna em cada puff, que foi palco para as mais diversas perversidades causadas por nós dois, eu já estive com outros homens, experientes, inexperientes e agora tinha Lyandro um homem que foi capaz de me fazer perder o controle totalmente. Papai do céu me dê forças para sobreviver esse dia sem pensar em foder com esse homem novamente.

Me levanto com cuidado, e vou atrás de uma calcinha rasgada, um vestido amassado no canto da varanda e começo a sair de fininho, deixando um homem delicioso dormindo. Não tem como ser de outra forma, preciso ir trabalhar. Corro pela sala e pego meus saltos, viro uma última vez em direção a varanda e respiro com pesar, pensando ser melhor assim.

Quando chego em casa bato a porta com força, sentindo meu corpo totalmente alegre pela a noite que passou. Lyandro foi perfeito, eu sentia que não estávamos apenas transando, e sim que ele amava cada parte do meu corpo, balanço minha cabeça para espantar a noite e vou em direção ao meu quarto, preciso me arrumar para trabalhar e tentar esquecer tudo isso. Me apresso em direção ao banheiro, tomando um banho gelado para aquietar o fogo que estava sentindo. De volta ao quarto escolho um vestido tubinho na cor vermelha, completando com um louboutin na cor preta. Passo uma maquiagem leve, e com meus cabelos soltos começo a juntar meus pertences entre eles o celular. Tinha tanta coisa para fazer hoje, que não podia demorar em casa. O relógio batia 8:00 eu pretendia estar até as 9:00h no trabalho. Pego minhas chaves, e abro a porta devagarinho, com medo de que Lyan estivesse me esperando. Mesmo que não houvesse motivo para tal, era só uma transa.

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A empresa hoje estava movimentada, as meninas tinham recebido de um fotógrafo uma exclusiva de um empresário, diziam pelos corredores que isso iria animar o Rio de Janeiro. Eu não duvidava, o fotógrafo em questão era Paulo, ele conseguia pegar grandes furos de artistas, empresários, políticos. Eu amava, pagar bem tinha suas vantagens, por cada foto ele recebia uma pequena fortuna.

Da janelas consegui ver todos saltitantes, dizendo como as fotos estavam incríveis. O burburinho estava tão alto que não prestei atenção no homem parado próximo ao elevador, com um terno feito sob medida, as famosas abotoaduras douradas dando um charme extra no corte bem feito da roupa. Lyan onde chegava deixava uma ótima impressão, Mara e Ester estavam mais próximas do elevador. Rapidamente correram para falar com o grande CEO da Marlboro, aproveitei a distração e liguei no ramal do José.

— Mande ele entrar, evite chamar atenção de todos. — Disse rápido, evitando perguntas desnecessárias desliguei o telefone. Voltei minha concentração para meus afazeres, hoje tirei o dia para assinar contratos, rejeitar ou modificar algo. Não era ainda 12h e eu já queria ir para minha casa, ou quem sabe para a praia. O calor estava um grande inferno.

Ainda com os olhos em Lyan, vi José caminhar até ele com elegância e respeito, mostrando o profissional que a maioria deveria está sendo neste momento. Ele era gostoso, mas porra, para que essa palhaçada toda? Em passos rápido Lyandro estava em minha porta, com duas batidas eu o mandei entrar. Encostei-me na cadeira, e cruzei meus braços, o fitando com certo estresse. O que ele fazia aqui?

— O que pensa que está fazendo, Lyan? — Perguntei sem rodeios, deixando-o perceber o quanto estava irritada por tê-lo ali atrapalhando no funcionamento normal da empresa. Os curiosos de plantão estavam todas próximos o suficiente para tentar ouvir algo, com uma olhadela rápida consegui avistar Marcu da fotografia, Joana diretora geral da edição e Mara, a design responsável pela nova capa da revista de Março. Estávamos no dia 25 e ela ainda não tinha me mostrado algo agradável e mesmo assim estava ali, fofocando com os demais.

Procurei o controle das persianas e com um "click" elas desceram. Lyandro ainda continuava no mesmo lugar, observando meu escritório com atenção.

— Então? Ainda estou esperando, sente-se. — A pose de dona do mundo estava de volta, ele não me conhecia. Achava que a Íris de ontem, chorona e frágil ainda estava aqui, habitando nesse corpo. Mal ele sabia que aquilo não passou de um contratempo e que minha vingança contra Pedro já estava em andamento.

Quem perde tempo é relógio, mal entrei nessa empresa e já estava fazendo meu dinheiro valer a pena.

— Você saiu apresada, pensei que iríamos tomar um café juntos antes de você vim trabalhar. — Disse me olhando de uma forma tão profunda, que poderia jurar que ele estava lendo minha alma. — Aliás, esqueceu-se disso. — Ele retirou meu sutiã vermelho do bolso interno de seu terno caro. Provavelmente o cheiro do meu perfume doce, iria ficar bem ali naquele ponto. Seria impossível para ele não ficar com meu cheiro o dia todo.

— Ok..Eu agradeço. — Pego meu sutiã e coloco em uma gaveta qualquer, desejando que aquele assunto se encerre de uma vez. — Mas e então? Achou que brincaríamos de casinha depois de ontem? Não quero ser rude, mas você está sendo um pouco emocionado aqui.

Tentando não transparecer minha agitação, abano uma das mão em minha frente. Tentando soar o mais educada possível, ele não me parecia o homem que corria atrás de mulher. E ele está aqui na minha frente, agora com uma carranca que daria medo em qualquer um, me dizia que trazer o sutiã foi apenas um pretexto.

— Nossa, acordou no modo megera hoje? Não gostou da nossa noite?

— Entendi, veio até aqui para que ele levantasse seu ego? — Digo debochada, arqueando uma de minhas sobrancelhas.

— Não, não vim. Mas, não importa. — Diz, levantando-se meio exasperado. Digo até que estressado, ele pensava o que vindo até aqui? Que eu iria pedir para que casássemos amanhã mesmo?

— Lyandro, peço por favor para não fazer mais isso. Eu não posso ter funcionários falando sobre minha vida pessoal. Não gosto e não aceito isso. — Falo ríspida, batendo uma caneta sobre a mesa.

A noite foi incrível, mas ele não precisava saber disso. E sinceramente, não gostaria que ele se mantivesse tão perto. Minha separação ainda é recente, ainda me dói tudo que descobri. E manter outro homem na minha vida, que pode me destruir, não era uma opção.

— Filha da p.. Grandíssima megera, perdi meu tempo vindo até aqui. Mas, aproveitando que estou aqui. Espero que não tenha nada sobre mim no seu jornaleco de quinta, também prezo muito pela minha privacidade. E não gostaria de ter notícias absurdas sobre mim. — Uau, meu queixo caiu com suas palavras duras..Tudo bem, talvez eu merecesse isso. Mas que porra, como ele podia falar assim da minha revista? Ou melhor, como ele podia pensar que eu falaria algo só para ter fama?

Em uma rapidez até assustadora para quem estava de saltos, empurrei a cadeira para trás, levantando meus braços a frente do corpo. Com dedo indicador apontado para a porta indiquei que saísse. Pronto, mas um homem tinha tirado minha paz, tá de sacanagem.

— Fora, fora daqui. Idiota! — Falo quase gritando para que ele saía, percebendo minha alteração que a minutos antes não transpassava em minha face. Lyan virou as costas, me deixando trêmula e revoltada.

Homens eram incapazes de entender que uma mulher que foi ferida, jamais voltaria a confiar em outro tão fácil. Lyandro não deveria ter vindo até ao meu trabalho, o que ele estava pensando?

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