Capítulo 38 - Longa espera.

18 4 29
                                    

Cinco horas de espera em um banco duro de um hospital gelado, eu odiava hospitais, está aqui não me fazia bem. Só me trazia recordações de quando meu pai morreu, os gritos de minha mãe enquanto recebia a notícia de que meu pai tinha partido dessa para uma melhor. E agora, eu me encontrava novamente na mesma situação com a mulher que eu amava. Fazia tão pouco tempo que tínhamos nos acertados, todos os dias acordávamos juntos e íamos dormir juntos. Seus cabelos jogados em meu rosto, seu cheiro de rosas invandindo meu ofato. Todos os dias eram como um sonho ao seu lado, o sexo, os carinhos, as risadas alta enquanto eu conto alguma fofoca dos meus tempos de faculdades.

Tudo isso estava preste a ser lembranças, apoiei meus cotovelos em minhas pernas e abaixei meu rosto. Chorando de desespero com essa possibilidade, ninguém falava nada o silêncio do hospital era preenchido por lamúrias baixas dos pais de Iris e da minha família. Senti uma mao pousar em minha perna, apertando-a levemente quando eu olhei era minha mãe que eu não sabia em que momento havia chegado ali.

— Mamãe, eu a perdi? — Sussurrei baixinho, como uma criança de 5 anos. Ela acariciou meu rosto delicadamente e me trouxe o acalento que precisava nesse momento. — Eu não fui capaz de salvá-la, mamãe. A minha mulher, o meu filho que descobrimos a existência hoje.

— Ah, querido. Se acalme, ela vai ficar bem! — mamãe com sua voz doce tentava me acalmar, mas o vazio em meu peito era tão grande que eu não tinha esperanças.

Outra mão pousou em minha outra perna e quando me virei a mãe de Íris me olhava com um sorriso ameno e os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Querido, se tem uma coisa em que meu raio de sol é boa, é em ser persistente. Ela vai sair dessa e meu netinho vai nascer forte e incrível como a mãe dele. — Olhei para ela surpreso por ela saber que Íris estava grávida, ela não saiu do meu lado durante o baile inteiro. Diante da minha confusão ela esclareceu. — As mães sabem tudo, Íris jamais beberia água em um baile.

Dei uma risada ao meio as lágrimas e limpei meu rosto com as costas da mão.

— Obrigado, vocês são incríveis. Ela vai sair dessa e vamos todos para a Itália comemorar as novidades, sim? — Elas confirmaram e me abraçaram, cada uma de um lado. Sentia que tinha ganhado uma aliada e uma segunda mãe.

🔥

O médico surgiu uma hora depois, nos rezávamos baixinho para que tudo pudesse dá certo. Levantamos e esperamos que ele começasse a falar.

— Família de Íris. — O médico falou. — Iris sofreu uma perfuração no estômago, que acabou atingindo o trato digestivo, o que causou uma liberação do conteúdo intestinal, se ela não chegasse ao hospital com urgência teria morrido de uma infecção que entra na corrente sanguínea. Ela teve muita sorte, conseguimos parar o sangramento, mas mesmo assim ela precisou de transfusão de sangue.

— Doutor, e o bebê? — O pai dela me olhou surpreso e emocionado, pelo visto a mãe de Íris manteu isso em segredo do marido.

— Eu não sei o que aconteceu, mas é um milagre ela não ter perdido o feto. Ela tem lesões por todo o abdômen, acredito que causado por batidas sucessivas, o local tem um grande hematoma. Mas o bebê continua lá, intacto! Fizemos uma ecografia e ele está lá quietinho, se desenvolvendo na perfeição. Parabéns a família, a senhorita Íris está de 2 semanas. — Ouvir aquilo aqueceu meu coração, e todos nós comemoramos as boas notícias.

Karina minha irmã me abraçou forte e me desejou felicidades, seguidos por meu irmão e prima. Logo chegou a vez de meu sogro, e eu entendi minha mão para que fosse apertada, mas ele me surpreendeu me puxando para um abraço.

— Obrigado, obrigado! Não sabe o quanto eu estou feliz em saber que serei avô.

— Eu que agradeço por ter colocado aquela mulher no mundo, eu prometo fazê-la muito feliz. — Disse emocionado me afastando para poder olhá-lo.

— Bem, a senhorita está sendo transferida para a UTI, ela precisa de repouso e estamos controlando seu estado. Ela está sedada por conta da dor e seu corpo precisa de recuperação, a família poderá vê-la em breve.

INDOMÁVEL - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora