Juro Solenemente

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O grande dia estava chegando.

Absolutamente toda a escola de magia e bruxaria de Hogwarts parava para assistir o final do campeonato de quadribol entre as casas; alunos e professores se reuniam nas arquibancadas com suas devidas torcidas e vibravam arduamente enquanto os jogadores estavam em campo.

Chegar aos finalistas daquele ano havia sido muito difícil, mas eis que os times que se enfrentariam na grande final eram nada mais, nada menos que: Grifinória e Sonserina.

E bem, todos sabiam da rivalidade existente entre os leões e as cobras desde que Hogwarts é Hogwarts, mas no esporte esse sentimento crescia cada vez mais no peito dos alunos. Era algo pessoal. Bom, para alguns mais e outros menos. Porém, para Hinata Shoyo – um grifinório – e Kageyama Tobio –um sonserino – era o extremo do pessoal.

Na semana da final, ficou combinado que as duas casas usariam o campo de forma individual e mista, também, assim tendo que dividir com os rivais. Três dias revezando, e um dia individual para cada casa.

O problema eram os dias de revezamento, porque, embora as casas tivessem rixa, a maioria conseguia ficar de boa. Menos, é claro, Shoyo e Tobio.

Esses não podiam ver uma brecha que já arrumavam confusão, ainda mais por jogarem na mesma posição: apanhador. O moreno tinha o talento nato, era coisa ou outra que precisava aperfeiçoar; já o ruivo tinha a garra, a força de vontade, a vontade de ser o melhor apanhador que sua casa já viu. Não era nato como Tobio, mas levava jeito e com muito treino, conseguiu chegar ao mesmo nível do outro. Eles eram quase imbatíveis, difícil de dizer qual era o melhor.

Por um curto período de tempo, Hinata até simpatizou com Kageyama. É, no passado mesmo, porque um acontecimento em específico fez com que a visão que Shoyo tinha sobre Tobio mudasse completamente.

Aconteceu no segundo ano deles; ambos haviam acabado de receber suas posições nos times e iam para o primeiro treino de revezamento de campo.

Hinata estava atônito, maravilhado com tudo, principalmente com Tobio. Aquele cara era demais! Dava até um quentinho no peito ver ele voando, seus movimentos eram sensacionais.

E mais que óbvio, Shoyo sentiu vontade de falar com aquele cara, sempre foi muito caloroso e falante, então nada o impedia de ir lá. Reuniu uma certa dose de coragem após o treino e se dirigiu para perto do outro.

O grifinório chegou sorrateiramente atrás do sonserino, todo radiante porque falaria com seu mais novo ídolo. Optou por cutucar seu ombro para chamar-lhe a atenção.

– O que é? – o moreno disse, ríspido.

Shoyo murchou um bocadinho, não iria mentir, mas se manteve firme.

– Ah, oi! Eu sou o Hinata, da Grifinória! Sabe, eu jogo na mesma posição que você – dizia animado. – E cara, eu acho você muito talentoso, nossa! É muito legal te assistir jogando, um dia quero chegar nesse nível, também. Seus movimentos são demais!

O ruivo sorriu, e Tobio franziu as sobrancelhas.

– Se quer chegar onde estou, você precisa treinar muito mais pra melhorar isso que você chama de quadribol – respondeu, dando de ombros. Na cabeça dele, foi uma resposta normal, ele sempre ouvia esse tipo de coisa, não era nada demais.

Mas para Shoyo...

Poxa, ele estava tão admirado pelo talento do outro, não esperava uma resposta tão ríspida e mesquinha de seu ex-novo ídolo. Cerrou os punhos, dizendo:

– Você é bem idiota. Não precisa falar assim com os outros, tá legal?

O sonserino ajeitou o uniforme no corpo.

Entre Leões e CobrasOnde histórias criam vida. Descubra agora