Capítulo 7

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𝑨𝒓𝒂𝒃𝒆𝒍𝒍𝒂 𝑩𝒂𝒖𝒎𝒂𝒏𝒏

Havia se passado quase uma semana. Uma semana que eu não o vi mais e nem soube da sua existência, fora como se eles nunca tivessem existido, e tudo não passou de um mísero sonho. Respirei fundo e levantei caminhando em passos precisos até Kaleo, eu precisava vê-lo novamente, nem que fosse de longe ou por alguns segundos. Apenas queria ver aqueles olhos azuis esverdeados novamente. Era tão patético a forma como eu me senti em apenas um dia. Ele realmente poderia ser um assassino, um louco, mas eu confie cegamente nele, e durante essas horas que havíamos passado juntos eu acabei criando um carinho. Obsessão era uma palavra mais plausível.

⎯ Kaleo⎯ O chamei desviando totalmente sua atenção dos papéis que ele lia ⎯ Me empresta o Jipe.

⎯ Pra ⎯ Ele me analisou com o semblante curioso e a sobrancelha arqueada.

⎯ Vou dar uma volta ⎯ Eu realmente iria dar uma volta só não especifiquei pra onde.

⎯ Uma volta quase 15 horas da tarde ⎯ Dei de ombros como se aquilo fosse normal e fiz uma carinha de pidona fazendo o mesmo revirar os olhos e tirar a chave do bolso da sua calça me entregando⎯ Nada de atrasos, e principalmente nada de voltar ao anoitecer.

⎯ Sim senhor ⎯ Coloquei a mão sobre a cabeça o saudando como um general, e peguei a chave virando as costas saindo disparada para o Jipe.

Os campistas tinham saído para um acampamento vizinho, onde eles iriam fazer várias dinâmicas. Optei por ficar no acampamento porque não estava afim de andar até lá.

Mas aqui estou eu, indo até Caspian só porque quero vê-lo por alguns segundos e perguntar se está bem. O caminho que fizerá dessa vez foi o mesmo que Cas havia feito quando me trouxe, passei pela ponte ignorando o lago e fui diretamente para sua casa. Parei o Jipe de qualquer jeito já que não iria demorar mais do que 5 minutos. Mas assim que bati sobre a porta um silêncio reinou, não houve a madeira rangendo sobre os passos brutos de Elijah ou os suaves de Cas, ouve nem ao menos o latido de Deimos, bati mais uma vez por precaução mas não ouve nenhum som ou ruído estranho, olhei ao redor a procura de algo, ou alguém mas não havia nada. Dei a volta pela casa e bisbilhotei até mesmo o celeiro mas não havia ninguém, o que era estranho já que a picape estava aqui e a cavalos também estavam no celeiro.

Suspirei frustrada e voltei em passos rápidos para o Jipe dando meia volta, voltando para a estrada. Olhei para fora vendo que ainda estava sol e meus olhos caíram mais pra frente sobre o lago.

Cas disse que eu poderia nadar ali quando quisesse, por que não agora, eu ainda tinha tempo até realmente escurecer. Coloquei o Jipe em um local que eu sabia que não iria atrapalhar ninguém a passar, e caminhei pela mini trilha que levava até o lago. Havia uma ponte que levava até uma distância boa pra poder pular e sentei sobre a mesma tirando o tênis e molhando meus pés. Não havia nenhuma placa que indicasse perigo e muito menos parecia que o lago era perigoso, a água não chegava a ser cristalina mas dava pra ver perfeitamente as coisas, e estava em uma temperatura agradável.

Desabotoei a camiseta a deixando de lado e tirei a saia colocando dobrada junto com o tênis. Olhei para todos os lados vendo se via ou ouvia alguém mas nada era estranho e apenas os passarinhos e o barulho das árvores estavam presentes. Olhei para o sutiã e a calcinha e pensei durante alguns minutos se valeria a pena voltar com eles molhados. Fui até o feche do sutiã o abrindo e respirei bem fundo quando o tirei deixando junto com a roupa e meu cabelo caiu sobre minhas costas, levantei devagar e deixei a calcinha escorregar pelas minhas pernas até encostar a madeira da ponte, e a coloquei de lado. Contornei a ponte indo até uma escada que tinha ao lado e a desci devagar fazendo a água fresca alisar meu corpo. Nadei até o meio e observei cada canto.

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