7.

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Assim que a campainha tocou, fui direto no espelho da sala para ver se eu estava bem. Sorri e treinei as expressões que faço geralmente. Nada mal.

Suspirei, ajeitando as mangas da camisa que eu estava usando aquela noite. Coloquei um casaco por cima e abri a porta, vendo um mexicano bonitão do lado de fora, encostado em seu carro que custa a minha casa.

— Pensei que tinha morrido. São sete e meia, você disse que vinha às sete — cruzei os braços, fingindo estar bravo.

— Você está bonito — ele sorriu — e eu me atrasei porque passei em um lugar antes.

Dei de ombros e me aproximei mais de Robin. Ele me olhou como se estivesse hipnotizado.

— Tudo bem com você? — perguntei.

— Tudo... está- eu estou bem — ele sorriu fraco.

— Vamos? — chamei, rindo.

Robin balançou a cabeça e abriu a porta para eu entrar. Logo ele foi pelo outro lado e entrou, dando a partida.

— Sabe... eu pensei bastante em você hoje — Robin disse.

— E...?

— E... eu comprei algo que vi, achei a sua cara — ele puxou uma caixa do banco de trás.

— O que é? — perguntei.

— Abra — ele disse, ainda com os olhos na pista.

Desfiz o laço azul que havia na caixa branca, logo abrindo a tampa da caixa.

Era uma luminária decorativa de vidro, com constelações. Meu coração começou a bater muito forte, e meus olhos se marejaram.

Era idêntica a uma que eu tinha quando era criança e minha irmã quebrou quando ficou com raiva. Minha mãe havia me dado, antes de sumir no mundo e nunca mais aparecer.

— Está tudo bem? — Robin perguntou, e eu permaneci calado — Finney... se você não gostou, está tudo bem, eu pensei que você gostasse dessas coisas porque o teto do seu quarto é cheio daquelas coisas que parecem estrelas, fora que é cheio de telas na parede com artes da galáxia-

— Robin, muito obrigado. Eu adorei — sorri sincero — eu amei, não teria nenhum presente melhor que esse.

— Que bom, Finn — ele sorriu aliviado — mereço um abraço em agradecimento?

— No final da noite, talvez... — sorri convencido. Robin riu alto.

— Você não tem jeito mesmo.

[...]

Entramos na boate barulhenta, o som alto quase estourando meus tímpanos. Minhas mãos foram ao encontro do braço de Robin, para que eu não me perdesse naquela multidão.

— Quer tomar alguma coisa? eu sei que não pode beber álcool, vou ver se acho algo bem careta — Robin disse.

— Tudo bem.. só... não vá muito longe, e não demore... por favor — soltei seu braço, ele acenou com a cabeça.

Sentei num sofá vermelho que estava no canto, enquanto via as pessoas dançando, beijando, bebendo. Tinha um casal quase se engolindo no meio da festa.

Coisas normais por aqui.

Comecei a me arrepender um pouco de ter vindo, talvez eu devesse ter consultado minha médica antes...

Bobeira. Não posso deixar de viver por conta disso, certo?

Certo.

— Voltei — Robin se sentou do meu lado, colocando um copo na minha mão — beba.

𝐀𝐋𝐄𝐌 𝐃𝐀𝐒 𝐄𝐒𝐓𝐑𝐄𝐋𝐀𝐒  ━━ 𝒓𝒊𝒏𝒏𝒆𝒚. Onde histórias criam vida. Descubra agora