02.

48 12 0
                                    


Dois anos atrás.

Sexta-Feira, 18 de novembro.



~POV Aurora Yohane, 15 anos.


-Onde a senhorita foi após o jantar? – Genevieve pergunta, entrando em meu quarto.

Amelie, está penteando meu cabelo, enquanto quase cochilo na penteadeira.

-Bom dia, minha querida irmã – respondo, fazendo com que Genevieve se enfureça.

-Não estamos em casa Aurora, você não pode continuar com suas saídas noturnas, nem as diurnas! – bufa, perfeitamente pronta, com seu vestido bufante carmim.

-Eu estou bem – rio, tentando abraça-la – Sai para tomar um ar, apenas isso, fiquei nos limites do castelo – informo, tentando tranquiliza-la.

Genevieve beija minha testa e me empurra de novo para a cadeira, onde Amelie volta a mexer em meu cabelo.

-Está atrasada, o café da manhã está quase saindo – diz alisando seu vestido – Dizem que o Principe Damon estará presente.

Principe Damon.

Com certeza sua presença ontem à noite me deu medo, é muito imponente, misterioso.

Seu olhar é penetrante, e tudo em seu ser exala perigo, mas não deixo de acha-lo interessante.

Ele não tem chifres, nem qualquer outro traço monstruoso que dizem, ouso dizer que ele é bonito.


***


-Aurora adora pintar – Minha mãe diz à mesa.

O café da manhã foi delicioso, embora tenha sentido falta das frutas tropicais que geralmente comemos no Norte. A culinária do Sul é muito diferente.

-Gostaria de ver – Rei Leopold sorri – Damon também tem muitos dons – resume.

Aposto que sim, deve ser uma lista extensa, como: matar, estrangular, esfaquear, enfim...

-Gostaria de me acompanhar em um passeio, Princesa Yohane? – Damon questiona, do outro lado da mesa, fazendo todos se calarem e olharem assustados.

Desde que chegou ainda não havia aberto a boca, também não parece estar contente com toda essa baboseira.

-Você não tem algum compromisso, querido? – Rainha Clarissa se intromete – A condessa Catarina pode leva-la.

Imediatamente a garota no fundo da mesa se arruma.

-Sim, alteza! – desamassa o vestido.

Catarina parece tímida, mas já notei seus olhares para o príncipe.

A verdade é que nos reinos as mulheres não possuem valor, somos descredibilizadas, não nos levam a sério, a maioria não são ensinadas nem a ler.

-Não será necessário – Damon se levanta, caminha até mim e me estende a mão – Vamos.

Não é um pedido.

-Com licença – sorrio falsamente, ao aceitar sua mão e me retirar da mesa.

Caminhamos pelo jardim do palácio, alguns guardas nos acompanham a distância, junto das damas de companhia.

The Reign - Um duelo entre a luz e as trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora