001. Nightmare.

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                              LÍVIA GASPAR

Mais um dia insignificante, estava tomando um ar fora de casa por puro estresse, considerando que havia acabado de brigar com Karen, minha irmã "perfeitinha", com toda a razão, e dona de tudo e amiga de todos.

Pouco tempo se passou, e como minhas previsões, ali estavam, Alex Ferrari e Romeu Monteiro, ambos sempre mantém aquele caráter insuportável e metido, não sei como convivem entre si. O Ferrari, sempre sendo bem irônico e sarcástico, apoia seu cotovelo em meu ombro de forma nada agradável, já me enchendo de perguntas.

— O que está acontecendo aqui?

Com meu reflexo um pouco demorado, me esquivo do contato físico com o menino e logo limpo rasteiramente o meu ombro, pra não ser empregnada com aquela "espécie". Tentando manter a calma, retruco o Ferrari em mesmo tom.

— Precisa de um óculos para enxergar algo, Alex?

E então, Ferrari retruca os olhos, de forma quase instantânea. Sem nem pensar muito, me levanto do banco que estava aconchegada, indo para casa. O Monteiro interrompe, fazendo com que a minha pessoa não fosse embora em um momento errado.

— Ei, Lívia, o Alex precisa de conversar com você.

Ao escutar meu nome, paro no meio do caminho e me reviro, bufando levemente, já que se tratava sobre Alex. De forma invasiva, o Ferrari me puxou pelo braço e caminhamos de forma apressada até estarmos meio isolados de Romeu.

— Então Lívia, os nossos pais tão meio próximos, sabe? E.. sem ofensas, mas não quero ter de ser seu meio irmão e da Karen. Pra impedir, pensei que poderíamos fazer um namoro falso.

Esbugalhei meus olhos e solucei instantaneamente. Eu teria que fingir um namoro com Alex Ferrari para não correr risco dele ser meu meio irmão?!?! Eu só queria um barulho de despertador junto com um beliscão da Karen por ter acordado tarde demais.

— Tá.. tudo bem? — Ferrari arqueou as sobrancelhas, dizendo aquelas palavras de forma suave, mas eu o detestava desde meus 13 anos, e considerando que tínhamos 16 anos, e também, alguns pequenos traumas com o fato de nossos pais quase se casarem. Enfim, uma longa história.

E então, tudo vira um imenso breu em, literalmente, um piscar de olhos.

                          ALEX FERRARI

Isso definitivamente foi de 0 a 100 muito rápido. Há poucos segundos, estava conversando normalmente com Lívia, e agora, teria ela em meus braços, desmaiada. Carreguei em meus braços, já que sua cara estava em meu pescoço.

Romeu, sendo "nada" previsível, já tinha saído dali, provavelmente teria marcado algo com Julieta. Chacoalhei minha cabeça rapidamente, saindo dos meus pensamentos dispersos e voltando a situação atual um pouco preocupante.

Em alguns minutos, estava em meu quarto, com Lívia desmaiada em minha cama, mexendo em meu celular, esperando que ela acordasse, coisa que não demorou muito para acontecer.

— Alex? Eu pensei que aquilo era só um pesadelo bobo. — a garota dizia com a mão na testa, coçando um de seus olhos com o polegar.

— Pesadelo? Você me odeia tanto assim? — Sorri ligeiramente, sabendo que teríamos de voltar a aquele assunto.

— Talvez....? Prefiro ficar com o Téo de novo do que respirar o mesmo ar que você.

Aquilo tinha me deixado um pouco... magoado? Sabia que Gaspar diria aquilo realmente em situações de vida ou morte, considerando os vastos capítulos que passava ao lado do "novo Monteiro" serem deveras traumáticos e abusivos. Tentei ignorar isso e respirei fundo.

— Mas sabe que... — E quando menos espero, sou interrompido por um palmo completamente bizarro de Lívia em minha boca.

— Eu sei Alex, não precisa me dizer isso de novo. Mas, como raios um namoro se quer funciona?

E ela perguntava isso para mim? Sem se quer ter beijado uma única garota na minha vida inteira? Cocei a cabeça, um pouco constrangido.

— Não acho que precisamos necessariamente nos beijar, sabe? Mas, agir como namorados, ficar de chamego. Entende?

— Bem que minha mãe podia mudar o cara que ela gosta. — Gaspar sussurrou baixo, mas era o suficiente para que eu pudesse escutar, não disse nada.

Passou um tempo, e eu levei a Livia até sua casa, conversamos no caminho, ela não era tão chata quanto pensava, por mais que pelo lado dela, esse pensamento não mudaria de forma fácil.

— Ei, Li.. antes de ir, eu já tinha essas alianças, e poderíamos usar só pra mentir, o que acha? — E então, tiro do meu bolso um par de anéis que exalavam dinheiro só de ver, mas não me importava com isso.

— Ah, okay. — a garota pegou um anel, colocando rapidamente em seu dedo e entrando em sua casa não muito tempo depois.

Portanto, estava "namorando" Lívia a partir de hoje. O meu "eu" de 13 anos berraria horrores com essa informação, já que eu faria de tudo por ela.

Isso definitivamente foi o meu pior pesadelo. { Lilex }Onde histórias criam vida. Descubra agora