002. Insane.

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LÍVIA GASPAR

Uma semana se passou, e tanto Telma quanto Mauro já sabiam de tudo. Minha mãe estava tendo pequenos surtos, e Karen a ajudava com isso, mas nada tão prejudicial.

Já era inevitável o fato que boa parte dos nossos conhecidos já sabiam o que eu tinha com Alex, por um lado, era legal, já que quando estávamos juntos e com outras pessoas, o Ferrari me tratava como uma princesa. Mas por outro, algumas pessoas eram bem invasivas, como o Téo, que fez um interrogatório comigo via mensagens, e esse momento é agora.

— Li, tá tudo bem? — Alex passou seu braço por minhas costas, fazendo carinho no meu ombro enquanto eu lia as mensagens.

— Nem tanto, mas não é algo a se preocupar. Era só o Téo.

— Ele tava te enchendo o saco por conta do nosso "namoro"? — inclinou um pouco a cabeça, encostando-a no sofá fofinho de sua sala.

— Isso, ele foi.. meio desnecessário, sabe?

— Hum.. entendi.

Passamos a tarde inteira juntos, e talvez eu tenha "dito demais" para ele. Acabei entrando em uma zona mais emocional e irracional, no final, falei todos os meus problemas com Karen e chorei em seu ombro. Algo que amigos fazem, legal. Pelo
menos esse namoro falso fez uma evolução em nós. Digo, ficamos mais próximos e bem menos infantis.

Por um lado, sempre estranhei esse comportamento de Alex, já que ele sabia muito bem que era um namoro falso, e nem se quer no começo dessa loucura éramos amigos. Mas por outro lado, talvez Ferrari esteja sendo apenas atencioso e levando o papel a sério, não é?

Karen bateu a porta de casa com força e muita raiva, me assustei por um instante e logo questionei.

— Karen, pra que bater a porta tão forte assim?

E então, ela revirou os olhos e disse somente uma coisa.

— Não fala mais comigo Lívia, não basta essa história boba de namoro.

Espera, boba? Pra ela dizer especificamente essa palavra, não acreditava no meu relacionamento com o garoto do Torre, tombei minha cabeça pro lado e puxei ela antes que fugisse dali.

— Ei, Karen, não tem nada de bobo não. Não tenho culpa se sente ciúmes de seu amigo.

Ela não respondeu nada e só tirou a minha mão de seu braço, indo para o nosso quarto e batendo a porta novamente, em mesmo tom. Me virei para Alex, um pouco confusa.

— Alex, você e a Karen já tiveram algo?

ALEX FERRARI

Eu e Karen!?!? Lívia só podia estar brincando. Karen sempre foi minha melhor amiga e nada mais. Me levantei do sofá que estava aconchegado e entrelaço os dedos da minha mão com os da garota, sussurrando em seu ouvido.

— Sei que tudo isso é de mentira, mas eu não mentiria em hipótese nenhuma quando algo envolve meus amigos.

Só de olhar para a Lívia já era perceptível que ela tinha ficado meio "sem jeito", e não demorou muito tempo para ela voltar ao normal.

— Eu acredito em você Alex, mas só achei meio estranho, entende? Mas, sem querer falar nada, é melhor você ir.

— Ah, sem problema.

Desde aquele momento, quando me juntava com Lívia sentia uma energia diferente. Como se eu tivesse aquele relacionamento há anos e se aquele tratamento fosse comum, tudo parecia mais natural.

Isso definitivamente foi o meu pior pesadelo. { Lilex }Onde histórias criam vida. Descubra agora