cap two

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Numa noite gélida, a jovem andava rápido e em passos silenciosos pela rua. Havia conseguido, era apenas o que importava, conseguiria fugir por tempo o suficiente para livrar seu filho das mãos de Mori, ele faria 8 anos em breve, era a idade em que Mori com certeza não o deixaria escapar de suas mãos, aquele assassino, estrupador asqueroso. Pouparia seu filho, nem que tivesse que abandonar o menino, e Dazai, pobre Dazai, já sabia o que estava acontecendo. Sabia que sua mãe seria morta assim que abandonase o beco onde estava sendo deixado. Osamu chorava em silêncio, mas sabia que a mais velha sabia pois suas lágrimas rolavam em direção ao ombro do morena mais velha.

Os barulhos de tiro foram disparados consecutivamente 6 vezes, ou pelo menos foi a quantidade que Dazai consegui contar em quanto engolia o choro. Mais tarde ele se levantou decidiu que ao menos deveria se levantar e seguir em frente já que tinham se passado horas, e começava a esfriar até de mais.

O garoto não foi muito longe antes de desmaiar no jardim de um desconhecido que gritava para ele se levantar mesmo que o menino não ouvisse. Mais tarde descobriu que quem o tirou daquela situação foi o vizinho da frente do homem rabugento.

Apesar da vontade constante de morrer, Dazai cresceu no tão deprimente bairro, onde gritos eram ouvidos a todo instante, garrafas de vidro se quebrando. Odasaku se sentia extremamente mal com isso, pois apesar de nem se quer ter o sangue do rapaz, queria o dar o melhor que pudesse, também não cresceu em um ambiente que lhe deu boas memórias, então no mínimo gostaria de fazer o que não teve a Dazai, para minimizar sua dor, mesmo que no fundo soubesse que não funcionaria.

Dazai nunca tinha ido a uma escola, nem sequer sabia ler, mesmo com seus 8 anos, o jeito que achou 'pra se adaptar ao ligar foi sendo memorável, até por quê Dazai cresceu até o momento de forma negligente, então não se importaria de chamar um pouco de atenção, do primeiro ao quinto ano do fundamental, Dazai mascarava sua dor sendo palhaço da turma, havia alguma detenção aqui ou ali, mas nada que Osamu realmente se importava. Até o fundamental dois, Dazai mudou de escola, nenhum de seus colegas tinham ido para o mesmo colégio, não que eles realmente gostassem de Dazai, apesar de barulhento, Dazai era observador. Sofreu muito na mãe de mais velhos, o colégio passava um ar mais deprimente ainda, como solitude, a pressão era horrível. Os alunos mais velhos pegavam ainda mais no pé de Osamu, pois apesar de estar sendo machucado, parecia acostumado, então o jeito que lidaram com Dazai, foi totalmente pior, pregos enferrujados aonde quer que Osamu sentasse, constantemente afogado na pia do banheiro, teve até mesmo seu braço quebrado em um dos dias, isso apenas em seu primeiro ano no colegial, e ao que parece, agora todos no ambiente escolar o achavam estranho, por ser meio desnutrido o chamando de "viadinho".

Foi aí que o efeito imaginário de LSD no cérebro de Osamu pareceu sumir, agora não estava mais se auto engando, só restava de sua máscara de calmaria e felicidade para os demais que viviam de fora daquele lugar hostilizado.

Dazai Osamu desejava fartuosamente sua morte, mas tinha algo lá dentro que sempre o puxava para a superfície, do seu terrível abismo, sentia uma pequena brase que se recusava a apagar nas profundas águas onde Dazai se via afogando. Algo em seus sonhos sempre o puxando para cima, para o oxigênio.

Ó, seja o que for Osamu odiava essa chama que o impedia de ser submerso, estragando com suas diversas tentativas falhas de morrer.

***

Tudo voltou como um flash na cabeça de Dazai, durante todo o caminho, Chuuya não sabia o que fazer, pois nunca teve de consolar ninguém, pra sua sorte parecia que Osamu não queria ter consolo.

Nakahara perguntou o que estava acontecendo lá nos prédios, Dazai deu um resumo do resumo, o que consequentemente, deixou Chuuya um tanto quanto irritado e curioso.

Um cúpido com péssimos dons • Soukoku Onde histórias criam vida. Descubra agora