Prólogo

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Olá queridos! Vim aqui a pedido do autor falar o @ dele (@Cruel_Hero no ao3 ) e avisar que esse capítulo pode dá gatilho sobre suicídio, mas prometo que essa história acaba bem!

E se não for demais, gostaria de perguntar se vocês querem mais história snarry ou preferem outro casal?

Pro agora é só, boa leitura! <3

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PRÓLOGO

Harry parou no meio do caminho, afastando a cortina para considerar o peso dela contra sua palma. Era delicado e macio – seda, enfeitado com fios de ouro e cheio de estrelas que brilhavam suavemente.

Ele esmagou um na mão e viu-o se transformar em nada.

Para Harry, o baile era uma farsa e Malfoy ainda era um idiota, apesar de ter implorado ao comitê para deixá-lo liderar a festa de decoração. Flores e rendas não conseguiam compensar sua falta de coragem quando era importante.

Harry deixou o tecido escorregar de seus dedos, sem se impressionar, e passou por trás dele. Ele respirou fundo e deixou seus olhos cansados beberem ansiosamente o luar cinza-claro enquanto ele acariciava cada pedra, enquanto se acumulava em retalhos de padrões desbotados e desbotados, nas samambaias flutuantes e nos vasos de flores estranhamente bulbosas, cada uma explodindo com um brilho laranja em cada centro minúsculo, em teias com moscas se contorcendo embrulhadas para o jantar, e as pequenas aranhas gananciosas que agitavam seus fios brilhantes para atrair mais, mais, mais.

Harry lambeu os dentes pensativamente.

Durante toda a sua vida ele se sentiu como aquela mosca. Esperando para ser devorado. Ferido e assustado. Mas ultimamente foi a aranha que ele entendeu. Voraz e brutal.

Harry olhou para trás, onde a música e a celebração expressavam uma melodia em desacordo com a atmosfera de seu pequeno recorte escuro. Ele vagava se deveria ser mais parecido com a mosca, taciturno, como aqueles que dançavam junto com a melodia do outro lado daquela cortina de falsa grandeza.

Ou deveria ainda abraçar a aranha que se tornou, mesmo sabendo que poderia chegar um dia em que não sentiria absolutamente nada e ninguém poderia detê-lo.

Com os dedos trêmulos, ele deu um passo à frente, com um suspiro tenso preso em seu peito.

Como uma criança melancólica, ele estendeu a mão para o horizonte, sua carne desejando acariciar os raios de lua quebrados que ali eram carregados. Ao se aproximar da balaustrada, com os dedos abertos encontrando apenas o ar vazio e sem vida, ele se encheu de um arrependimento avassalador.

Harry fechou um olho e girou a mão lentamente para vislumbrar cada dedo. Ele se perguntou como seria sentir aqueles raios contra sua pele nua. Seriam sedosos e leves, como nuvens de orvalho? Será que eles lhe mostrariam o paraíso que ele só havia visto em seus sonhos? Ou eles se sentiriam como nada? Eles ecoariam o frio vazio de seu coração?

Observando o horizonte onde a brisa brincava entre as árvores, Harry não pôde deixar de sentir que algo mais do que obrigações e responsabilidades esperava por ele lá fora. Que o que ele tinha aqui estava murchando lentamente; doloroso e moribundo.

Ele não era mais capaz de suportar a existência do jeito que existia. E embora ele certamente perdesse uma parte irreparável de si mesmo no processo, ele tomou sua decisão por causa disso. Aquela varanda espessa e de pedra à sua frente agora havia se tornado seu precipício; uma ponta afiada sem caminho de volta: o ato final de Harry James Potter.

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