Jude teria um dia normal se não tivesse que lidar com provocações contínuas dos seus colegas de time. Todos eram insuportáveis, principalmente Erling Haaland, talvez toda aquela implicância seja por conta que eles era novato ainda e tinha muito o qu...
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CAPÍTULO ONZE " sobre sentimentos "
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Talvez ele não devesse ter esperado dormir naquela noite. Depois de tudo o que aconteceu, era óbvio que o sono não viria facilmente. A cabeça de Jude estava um caos, pensamentos circulando sem parar, cada um mais intenso que o outro. Não era só o beijo que estava pesando em sua mente ── o maldito contrato de conveniência de Haaland também estava ali, martelando incessantemente, como se Jude fosse o único capaz de resolver aquilo, quando na verdade ele sabia que não podia fazer nada.
Era impossível para ele imaginar o quão desgastante devia ser manter as aparências daquele jeito. E, ainda assim, era impressionante como Erling fazia isso parecer tão fácil. Como ele consegue? Jude se perguntava, virando-se mais uma vez na cama. Ele mesmo não tinha a menor paciência para isso. Seu temperamento não era exatamente estável, especialmente quando algo estava em jogo que ia contra a sua vontade. Mas Haaland... Haaland parecia imperturbável, mesmo com tudo que estava acontecendo. Ele mantinha a fachada perfeita, jogando o jogo que seus pais e a mídia esperavam dele.
Jude suspirou, sentindo uma pontada de empatia por Haaland. Ele nunca tivera que esconder quem era, nunca precisou viver com medo de ser rejeitado pela própria família. Seus pais sempre o apoiaram, desde o começo. Ele lembrava perfeitamente do dia em que contou à sua mãe sobre o primeiro garoto que beijou, e o quanto ela reagiu com carinho, sem julgamentos. Era difícil para ele imaginar como seria diferente. Ter que esconder algo tão essencial de si mesmo... Jude não sabia como aguentaria. Provavelmente teria surtado há muito tempo.
Erling deve carregar um fardo enorme, pensou, enquanto olhava para o teto escuro de seu quarto. A noite parecia interminável, e as três horas de sono que conseguiu arrancar antes de ser despertado pelo alarme matinal não ajudaram em nada. Levantar da cama foi quase tão difícil quanto tentar dormir. O corpo estava pesado, a mente ainda mais, mas a necessidade de fazer algo o empurrava para frente. Se ia se livrar daquela sensação opressora que crescia dentro de si, ele precisava se mexer. Correr, treinar, fazer qualquer coisa que tirasse sua cabeça de tudo.
Foi com essa decisão que Jude se arrastou para fora da cama, vestiu as roupas de treino e saiu de seu quarto. Sabia que o treino seria sua única saída para aliviar o estresse que estava o consumindo ── e talvez até clarear um pouco a confusão na sua mente.
