decisão.

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— A garotinha é a sua imagem, Richard, tem seus olhos, seu cabelo... Inegável que ela seja sua filha. — Expressou Veiga olhando fixamente para o notebook, onde estava exposta uma foto da minha suposta filha. Não posso negar que a criança é muito parecida comigo mesmo. Estava encantado, ela era muito linda, mas a semelhança não era confirmação de nada.

Mal conseguia desviar o olhar da pequena da foto. A ideia de ser pai ainda me assusta, é estranho! Eu realmente não estou preparado para isso, tenho medo de falhar e não ser um bom pai. Mas, se essa menina for realmente minha filha, eu irei assumi-la. Tentarei me aproximar ao máximo e compensar o tempo perdido com ela!!!

Depois que a Malena saiu daqui pela manhã, chamei o Raphael e contei a ele tudo que aconteceu. Estava nervoso ainda quando ele chegou, meu estado não era dos melhores. Eu chorava feito uma criança, afinal de contas, me sinto um babaca pelo jeito que tratei a Lena. Minha mente era a minha maior inimiga, nossa conversa ficou remoendo em minha cabeça e eu realmente não conseguia pensar em outra coisa, a não ser na filha que a Malena alega que tenho.

Talvez eu tenha ultrapassado limites, deixei que a raiva me dominasse e acabei falando coisas que não queria ter dito. Não sei o que fazer, estou completamente perdido. É muita informação para pouco tempo! Em um dia durmo normalmente, e no outro acordo sendo pai. É compreensível a minha reação, eu só fui pego de surpresa...

— Segundo essa publicação, a menina tem cinco anos. Fazendo as contas, bate sim com a data da sua ida para a Colômbia — continuou o meia enquanto continuava fuçando as redes sociais de Malena. — Irmão, eu acho que a Male está falando a verdade, você realmente é o pai da Pequena, mas claro que não há certeza.O que pretende fazer agora?

Estava tentando processar todas as informações em minha cabeça, mas estava sendo difícil. Pensei em um teste de DNA, mas logo descartei essa possibilidade, eu já fiz muitas bobagens! Se a Malena está dizendo que eu sou o pai, eu sou o pai!

Eu a conheço, apesar de ter dito o contrário, a mulher nunca importou-se tanto assim com o dinheiro. Aceitou-me quando ainda não tinha nada, comia pastel e caldo de cana na calçada comigo quando ainda não tinha grana para leva-la em um lugar bacana. E sempre demostrou ser alguém honrosa. Não acho que isso tenha mudado.

— Eu realmente não sei! Estou me sentindo um imbecil — confessei. — Tratei a Malena como uma oportunista, falei coisas absurdas para ela. E o pior é que eu nem acho tudo aquilo, eu só deixei que a raiva falasse por mim. Por outro lado, eu realmente estou chateado, afinal de contas ela me escondeu uma filha há cinco anos, você tem noção do que é isso?

— Olha, a situação é realmente complicada. Mas se você parar para pensar, a atitude dela é compreensível. Naquela época você queria muito ir para a Colômbia, e estava disposto a ir a qualquer jeito! Talvez ela tenha ficado com medo, cara!

Meu amigo não mentia quando disse que eu queria muito ir atuar na Colômbia, eu realmente queria. Eu ia ganhar muito mais do que ganhava no Flamengo, sem contar que viveria experiências novas, conheceria pessoas com uma cultura diferente. Porém, eu abriria mão de tudo isso por um filho! Eu posso ser tudo, mas não teria ido embora se soubesse da gravidez da Malena, disso eu tenho certeza.

— Não importa, eu tinha o direito de saber, não acha? Ela me privou de acompanhar a vida da minha filha. Isso é ridículo.

— Tá, mas você já sabe o que vai fazer? Pensa direitinho para não se arrepender depois. Lembre-se que é a vida de uma criança que está em jogo, Richard! — alertou o Veiga, fechando o Notebook, logo após me encarando severamente.

— Não tem o que pensar, eu irei atrás da Malena. Precisamos conversar melhor, eu quero saber tudo, tudo mesmo. Detalhe por detalhe! Se eu sou o pai da Lorena, eu quero conhecê-la.

Meu amigo abriu um enorme sorriso, parecia satisfeito com minha decisão.

— Por que não vai atrás dela? Tenta a sorte, quem sabe ela ainda não mora no mesmo lugar. Se quiser eu vou com você. — sugeriu e eu acatei a sua ideia. Não quero deixar para depois, o que eu posso fazer agora.

— Obrigado, Rapha! — sorri fraco para o mesmo. — Eu só irei tomar um banho rápido e aí vamos, ok?

— Certo!

Sinto que depois desse dia, minha vida jamais será a mesma... Só estou tentando decifrar se isso é bom ou ruim!!!

Borboletas - Richard Rios. Onde histórias criam vida. Descubra agora