Capítulo 25

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"Isso não é necessário," protestou Hermione, os pés pendurados no chão enquanto ela se sentava na maca no quarto de hospital da Mansão enquanto Malfoy trocava o curativo em seu braço.

Ele não parou o que estava fazendo, os olhos concentrados na cicatriz dela. "Então você disse."

Ele curou e enfaixou o braço dela na noite passada, quando ela teve o pesadelo. Isso já tinha sido bastante embaraçoso. Ela era perfeitamente capaz de se curar, mas ele não parecia aceitar um não como resposta a isso.

Meticulosamente ele aplicou diferentes pomadas, feitiços e poções. Era irônico como alguém tão inflexível contra seus inimigos tivesse a capacidade de ser tão gentil e atencioso.

Ele não apenas curou a pele dela, mas também aplicou feitiços que tratavam da magia negra calmante. Quando ele terminou, com um novo curativo em volta da cicatriz, ela sentiu uma súbita calma tomar conta dela.

"Você é bom nisso", disse ela.

Ele limpou a mesa, jogando o curativo velho e ensanguentado no lixo. "Por necessidade."

Instintivamente, seus olhos foram para sua Marca Negra, que parecia ainda mais escura contra sua pele pálida.

"Não sinto mais tanto a atração da magia negra", disse ela.

"Bom, eu esperava que tivesse esse efeito."

"Qual foi? A pomada?

Ele assentiu, colocando os ingredientes de volta nas prateleiras. "Fiz logo depois que recebi a Marca. A pulsação constante da magia negra quase me deixou louco. Vou te dar a receita."

"Você ainda usa?"

Ele fez uma pausa. Era óbvio que compartilhar qualquer coisa sobre si mesmo ainda não era fácil para ele. "Sim, na maioria dos dias."

Maioria dos dias. Ela não esperava isso. Aparentemente, não foi apenas a maldição imperius permanente que atraiu sua magia. A própria Marca também o incomodava. Assim como sua cicatriz fez. Havia mais coisas que ela queria perguntar, mas uma luz verde brilhou na parede.

"Ele está quase chegando," Malfoy disse enquanto abaixava as mangas de sua camisa branca de botão.

"Quem?"

"Alguém que possa nos ajudar com a relíquia."

A relíquia estava sobre uma mesa em seu escritório e seus olhos corriam para ela com frequência, lembrando-se de como era quando o poder passava por ela. Por um momento foi como se ela não estivesse quebrada. Mas isso já era aterrorizante por si só. A magia negra corrompeu facilmente os bruxos normais, mas no caso dela parecia ainda mais natural, aderindo-se tão facilmente à ferida já existente, infeccionando como um câncer.

Os olhos de Malfoy não a abandonaram. Ele a estudou como se fosse um experimento que deu errado. Ele sabia tão bem quanto ela que o uso da relíquia resultou em sua visão no beco e no terrível pesadelo. Sangue ruim danificado.

"Você está pelo menos me dando uma dica de quem vamos encontrar?" Ela perguntou um tanto irritada com o sigilo dele.

"Haruto Tanaka. Ele é um colecionador de artes negras."

Antes que ela pudesse perguntar como exatamente aquela pessoa poderia ajudá-los, o Flu na lareira ficou verde e o idoso bruxo japonês apareceu. Ela se lembrou de quando Malfoy conversou com ele na convenção.

"Kon'nichiwa," Malfoy disse no que parecia ser um japonês impecável enquanto abaixava a cabeça.

Tanaka fez o mesmo. "Obrigado por me convidar."

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