Capítulo 38

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Harry olhou para o chão onde estavam o corpo de Scrimgeour e a varinha quebrada de Voldemort. Hermione tinha acabado de contar tudo a ele. Sobre a maldição imperius permanente de Malfoy. O plano de Scrimgeour de implantar a maldição em outros ex-Comensais da Morte e criar seu próprio exército. Como ele ameaçou a vida de Hermione, como ele sugeriu que forçaria Draco a matá-la. Ela nem tinha contado isso a Draco e não tinha certeza se algum dia contaria. O pensamento ainda a deixava enjoada.

Harry estava quieto e ela não o culpava.

"Eu sei que é muito para processar", disse ela.

"Desculpe, mais uma vez, quando você descobriu que Scrimgeour estava com a varinha?"

Essa é a parte pela qual ela se sentiu mal. Ela sabia que Harry temia que a varinha ainda estivesse lá e ela não contou a ele.

"Eu sei que deveria ter vindo até você mais cedo. É só que você era tão próximo dele.

Harry parecia magoado porque sabia que isso significava que ela não confiava totalmente nele. "Lamento que você tenha passado por tudo isso." Ele se agachou, olhando para o corpo mais de perto. "O que exatamente aconteceu com ele?"

"Eu usei a varinha de Voldemort e... as coisas fugiram de mim."

Ele não disse nada sobre isso, mas Hermione tinha certeza de que podia ver a desaprovação nos olhos dele.

"Tudo bem, então a questão é como vamos explicar tudo isso?" Ele perguntou.

Naquele momento, Snape aparatou na sala. Ele olhou para a varinha quebrada e de volta para Hermione. Ela não tinha certeza se essa era a maneira dele de dizer 'muito bem' ou 'seu idiota' porque seu rosto era estóico. 

"Nós contamos a eles exatamente o que aconteceu, Senhor Potter. Esconder a varinha do Lorde das Trevas é um crime grave. Tentar criar um exército de ex-Comensais da Morte contra a vontade deles é certamente outra. Você será interrogada, Srta. Granger. Sua declaração será suficiente, tenho certeza.

"Você acha que eles vão acreditar na minha palavra?"

Snape olhou para ela enquanto Harry pigarreava.

"Mione, não é como uma investigação policial trouxa. Isso não é feito conversando. Eles estão usando legilimência para vasculhar suas memórias."

"Oh."

"Já que você é excepcionalmente ruim em oclumência, vou procurar em suas memórias, para que outros Aurores não vejam nenhuma memória que não estejam procurando."

Ela corou, lembrando-se da última vez que Snape examinou suas memórias. A primeira imagem que apareceu foi de Draco empurrando-a contra a estante da biblioteca.

"Já solicitei uma reunião de emergência, pois precisamos encontrar um substituto para o senhor Scrimgeour", disse Snape. "Temos que nos preparar para uma luta com Bellatrix e não podemos mostrar nenhuma fraqueza."

Harry assentiu. "O que voce precisa que eu faca?"

"Como o escolhido", ele sempre dizia esse termo com escárnio, "você deveria ser o rosto público. Dê uma entrevista ao Profeta Diário e conte-lhes o que aconteceu."

"Devo falar sobre Malfoy?" Ele perguntou.

"Sim," Hermione respondeu.

"Não," Snape disse quase ao mesmo tempo.

"Eu estaria morta se não fosse por ele," Hermione protestou.

Snape quase revirou os olhos para ela. "Sim, Srta. Granger, estou mais do que ciente de quantas vezes você precisou ser salva. Trata-se da mensagem para o público. O nome Malfoy, como você certamente deve saber, não tem grande reputação. Se o seu nome for mencionado em conexão com o assassinato do Ministro da Magia, temo que isso complicaria as coisas. Em vez disso, nossa história é que ele não teve nada a ver com a descoberta e destruição da varinha. Nem com a morte de Scrimgeour."

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