VINTE E CINCO

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25 de Dezembro de 1873

O dia do natal brilhou no horizonte. O clima gélido apregoava a todos dentro do casarão Wood que era bom para sentar-se à frente de uma lareira com chocolate quente em mãos. Era isso que Emily fazia, após todo o serviço da manhã, lembrando da noite anterior.

Após ouvir as mais belas palavras de amor do seu noivo, Emily foi devolvida às amigas. Ela ainda aproveitou o baile, porém não conseguiu dar atenção a ninguém. Nem a Peter que, de todas as formas, tentou fazê-la participar com mais entusiasmo, porém, tudo que conseguiu foi uma dança. Ela devia isso ao jovem amigo. Porém, seus maiores anseios eram estar junto de Ian.

A frustração de pensar que nunca se amariam, transfomou-se na de achar que jamais conseguiriam viver o amor deles livremente. Precisava ir embora daquele casarão. Ela lembrava a cada instante as palavras de amor de Ian; o olhar apaixonado, o pedido de casamento e todas as emoções eram processadas. Seu coração estava dominado pelo romantismo e, dessa vez, não era uma invenção de sua mente, mas uma realidade.

— Finalmente encontrei-a! — Corina entrou no quarto em que Emily estava sozinha sentada à frente da lareira. — Depois do serviço você sumiu.

— Eu estava cansada e desejava processar algumas coisas. — Emily bebeu um pouco mais do seu chocolate quente.

— Tenho algo para você! — Corina praticamente pulou para o lado da jovem amiga. — Seu noivo me encontrou no corredor e mandou eu entregar para você!

Emily deu um salto da cadeira e, sem pressa, tomou nas mãos o bilhete de Ian. Ela desejava muito encontrá-lo. Ficar no quarto foi uma maneira sábia de acalmar os próprios ânimos para não sair procurando-o por toda a casa.

Coloque um vestido bonito e encontre-me atrás da estufa!

Emily leu a breve correspondência e o coração se aqueceu.

— Corina, ajude-me a se preparar!

— Ele a levará para onde? — Corina começou a ajudá-la, mas a curiosidade falava alto.

— Não sei, mas não importa. Eu só desejo estar com ele. — Emily a olhou com profunda sinceridade.

— Você o ama, não? — Corina tinha um leve sorriso nos lábios.

— Mais do que um dia pudesse imaginar! — A jovem tinha um brilho de emoção os olhos.

Corina cuidou das vestimentas de Emily. Ela pôs um vestido de estampa florida, mangas compridas e saia rodada. Um dos poucos vestidos que trouxe consigo de quando fugiu de casa. O cabelo estava meio preso e meio solto. Antes de sair, Emily colocou a capa para o frio e, com a ajuda de Corina, passou despercebida pelo casarão. Afinal, muitos empregados haviam se recolhido em seus aposentos. Ela chegou atrás da estufa e encontrou seu belo noivo já à sua espera.

— Obrigado pela ajuda, Corina. Sua amiga agora está em boas mãos. — Ele estendeu o braço para Emily que segurou sem reserva e concedendo a ele um sorriso apaixonado.

— Não demorem tanto! — Corina deu uma piscada para o casal e partiu.

Os dois ficaram sozinhos, e Ian acariciou o rosto sedoso de sua amada noiva. Os olhares apaixonados se cruzavam e sorriam com tamanha alegria como se o restante do problemas do país não existisse.

— Eu não pude dormir ontem a noite — ele declarou com a mão enluvada passeando pelo curva do rosto da amada.

— Nem eu consegui. — Emily fitou o noivo,  suspirou e segurou a mão dele. — Estou triste porque sinto que não podemos viver realmente o nosso amor estando aqui. E você sumiu pela manhã.

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