A mente de Emily a levou para um momento vivenciado de manhã, enquanto varria um dos quartos do casarão. Ela poderia desconfiar do olhar mais profundo do noivo sobre si. Nunca o viu tão quieto e reflexivo do que quando estiveram mais próximos.
Não.
Tudo era loucura de sua mente
Ian amava Madeline e entre eles só havia brigas. Então, seus pensamentos foram interrompidos.
— Srta. Brown, comparecer à sala privada da Sra. Wood. Ela a aguarda! — Uma outra criada comunicou a Emily, que ajudava Corina na limpeza.
— O que ela deseja? — Emily perguntou curiosa, e reparou como Corina também tinha o mesmo questionamento.
— Ela somente ordenou. Já está à sua espera! — a criada declarou e deu a volta, saindo do quarto.
— Vá logo! Quando a patroa chama é nosso dever atender com prontidão! — Corina declarou, tirando a vassoura da mão de Emily.
A jovem assentiu e estava perto de sair, contudo ouviu:
—Ah, não esqueça de contar depois! — Corina deu uma piscadela e um sorriso divertido.
Emily retribuiu o sorriso e, no meio do caminho, pensou sobre qual seria a conversa de Madeline. Na verdade, imaginava o teor do assunto: Ian Turner. Ela ponderou que agora mais do que nunca deveria ser vigilante com as palavras, ou se enfiaria em mais uma enrascada e era provável Ian matá-la.
Não que tivesse medo daquele selvagem, mas precisa ser cuidadosa. Afinal, aquela era a casa que a acolheu, ainda que não tivesse pedido. Mas ao menos tinha um teto para dormir e alimento todos os dias. Era o que serviria até ir embora outra vez.
— Senhora Wood, mandou me chamar? — Emily indagou, abrindo a porta da sala de Madeline.
— Certamente! — Madeline estava sentada na pequena mesa de carvalho e com muitos papéis à sua frente.
— O que deseja? — Ela colocou sua mão para trás, como uma verdadeira criada.
Madeline ainda não tinha a olhado, porém indagou:
— O sr. Turner parece ter melhorado. O médico receitou novos medicamentos. Agora tem dormido bem. A noite passada não foi fácil — ela comunicava como se fosse a governanta e não a patroa. — Sua ajuda foi propícia também.— Fico feliz pela melhora dele — Emily disse sem emoção.
Madeline assentiu e, de modo abrupto, começou a derramar lágrimas copiosas sobre os papéis. Ao ver a cena, Emily se espantou. Ora! Não imaginava que a patroa estivesse com as emoções tão descontroladas.
— O que aconteceu, sra. Madeline? Algo dói? — Emily se aproximou depressa.
— Sim, o meu coração — disse com a voz embargada. — Ah, Emily! Sinto que estou a beira de um precipício e não sei como escapar dele.
Os olhos da criada crisparam, ela gostaria de mais clareza.
— Isso tem a ver com o sr. Turner?
— Sem dúvida! — Madeline disse e fitou. — A angústia dele é tão profunda que nega as próprias afeições. Minha mãe costumava dizer que pessoas feridas preferem fugir ao encarar os fatos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Graciosa
Storie d'amoreEmily Brown imaginava que casaria com o homem de seus sonhos. Mas após uma armação mal sucedida, ela foi obrigada a se casar com o médico Ian Turner. Só que nem ela e o noivo conseguem se tolerar. Logo, uma ação impensada os colocará diante de uma...