Capítulo 28

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Seu corpo já lhe apresentava grandes sinais de extrema exaustão, precisaria de um novo oxpedeiro muito em breve. Orochimaru estava sentado em sua cama escorado no travesseiro macio, que mesmo assim não lhe dava nenhum conforto e já havia o substituído diversas vezes ao longo de sua estadia naquele esconderijo.

Toc toc, ouviu do outro lado da porta fechada.

- Pode entrar, Kabuto. - Observou a maçaneta ser rodada e o rapaz adentrar ao quarto. O viu pela última vez há algumas semanas, mas não parecia nem mesmo ter notado que uma porção de dias ele esteve fora - Há quanto tempo não nos vemos...

- O senhor parecia melhor na última vez. - Se posicionou ao lado da cama de seu mestre. Sempre se perguntou como Orochimaru suportava morar em um local onde a iluminação era com base em tochas e lampiões a gás, eram péssimos para iluminar abundantemente um como cômodo como naquele momento.

- Eu não estou tão mal quanto pareço, sério. - Encarou as mãos unidas sobre suas pernas extendidas e cobertas pelo lençol fino e escuro.

- Imagino. - Levou suas mãos até a lateral do braço direito do mestre, chamando sua atenção. O chakra esverdeado adentrou a pele pálida e aliviou as dores que começara a sentir de uns tempos - Não preciso dizer a você que os shinobis de Konoha atrapalharam nossos planos, certo? - O viu manear a cabeça sem demonstrar muita importância- Dentre eles, eu as vi...

- Viu? - Não deixou que o seu ajudante concluísse a fala, seus olhos âmbar ganharam aquele mesmo brilho característico de Orochimaru - E como estavam?

- Eu encontrei Jun bastante cansada após uma luta. Adivinha, foi pega por guenjutsus.

- Seu ponto fraco. - Riu sem expressar nenhuma emoção.

- Mas ela parecia bem. Seu rosto não era um dia mais velho e nem mais novo, o mesmo desde a última vez que nos vimos. - Balançou a cabeça em negação, incrédulo - Acho que o senhor a subestimou um pouco, Orochimaru-sama. Ela despertou o mesmo selo de Tsunade.

Orochimaru ponderou um pouco após aquela fala, curioso. Sua querida criação doente havia alcançado um controle de chakra absurdo, controle este que nem ao menos Kabuto- um ninja médico- possuía. Era surpreendente como uma Senju poderia ser forte mesmo doente.

- Ah, jura? - Fingiu que aquilo não era nada demais - Se não estivesse pertinho da cova, eu até poderia pensar em tê-la como meu receptáculo.

- Não acho que Tsunade permitiria. - Sua fala foi ignorada com sucesso.

- E quanto a Misora? Parece difícil imaginar uma pessoa que herdou tantas características de meu caráter lutando ao lado deles. Nem falo sobre Jun, ela sempre foi mais parecida com a outra.

- Eu a vi de longe só. Estava lutando contra o Nurari, que possuía a marca da maldição espalhada por seu corpo. E sim, Misora o matou com aquela mesma frieza. - Orochimaru parecia satiseito com os detalhes que Kabuto havia o proporcionado. Queria ele mesmo ter as visto, já se faziam tempos desde o último encontro entre eles.

- Certo, obrigado. - Sua fala expressava a vontade de se isolar e o cinzento compreendeu. Deixou um copo d'água ao lado da cama do mestre e se retirou do quarto.


Antes que seu momento de falsa tranquilidade fosse interrompido - falsa porque é impossível que ele pudesse ter um momento calmo consigo mesmo enquanto tantos problemas e assuntos inacabados o assombravam -, dedicou alguns poucos minutos para pensar em suas meninas que estavam do lado oposto de seu esconderijo. Orochimaru deixou um pequeno sorriso maldoso crescer em seus lábios ao imaginar o momento em que Konoha as isolassem por serem filhas dele e as obrigassem a deixar a aldeia. Não tinha certeza se elas recorreriam a ele, mas se isso acontecesse, abriria as portas de seu esconderijo e as abrigaria como uma vez fez com Uchiha Sasuke.

O sangue Senju - Jun e MisoraOnde histórias criam vida. Descubra agora