Cap.02

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Rose Sully

Ainda não estava acreditando que aceitei o pedido de Otto e meu irmão, eles são loucos, eu não irei conseguir, Steve é um cabeça dura e sempre, sempre vai dá um jeito em arruinar todas minhas tentativas de fazer ele voltar a vida. Mas como pode, ele tem tanto o que viver, ele tem como viver, ele não vai morrer de alguma doença, certo que ninguém sabe o dia de amanhã, mas pelo menos ele não tem aquela certeza que vai morrer a qualquer momento.

Meu Deus, eu te peço Senhor, eu te imploro, me ajude a fazer o Steve enxergar que ele tem muito o que viver.

Quando cheguei em casa, coloquei Eddy na cama para dormir, fui para meu quarto e já me posicionei para dormir. Dormi pensando nele, no olhar dele sob mim, ele me olhou de um jeito estranho, um jeito estranho só que bom. E eu gostei.

O alarme do meu celular tocou, tinha que dá remédio para o Eddy. Me levantei e já fui diretamente para o quarto de meu sobrinho, dei a dose diária de seu remédio e mandei ele banhar, iríamos sair em poucos minutos. Aproveitei e já fui para o meu quarto banhar também, tinha que fazer um homem crescido voltar a ser criança.

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Steve Aeryn

Estava a um tempão escutando Otto falar um monte de baboseira, baboseira essas que eu nem dei ouvidos, estava entrando por um ouvido e saindo pelo outro, não tenho cabeça pra isso.

— Você tem que parar com isso Steve, uma hora você vai se machucar feio. — Otto diz olhando ao redor, todos aqueles cacos de vidros espalhados pelo chão da sala.

— Seria maravilhoso. — Digo sarcástico. — Só assim eu poderia encontrar minha Lauren.

— Não seja maluco meu filho. — Minha mãe diz.

— Deixe-a descansar, Lauren foi em paz, ela salvou sua vida. Deus te deu uma segunda chance. — Meu pai diz.

Dou uma risada irônica.

— Não seja hipócrita, não me venha falar de Deus, você sabe muito bem que eu não acredito nisso, e quem é você para falar de Deus, deixou sua família na miséria por causa de jogos, a bala que era pra você, miraram em mim e matou minha Lauren, a minha mulher. — Meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

— Não fala assim com seu pai. — Minha mãe diz.

— Me poupe você também. — Limpo uma lágrima solitária que caiu de meus olhos. — Se eu morresse hoje você ficaria feliz, ganharia minha fortuna e iria gastar tudo em roupas nas quais você não usa e nunca vai usar. Vocês dois são doentes. DOENTES!!!

Grito e saio de perto deles indo até meu quarto, me tranco lá. Ouvindo o choro forçado de minha mãe, os xingamentos de meu pai, e a voz de Otto tentando fazer com que eles se acalmem e que eu saia do quarto.

Meu pai é um viciado em jogos e minha mãe uma viciada em gastar dinheiro com futilidades, aqueles bandidos foram para matá-lo, mas viraram em mim, e minha Lauren morreu, por culpa deles.

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Rose Sully

Cheguei na casa de Steve e tudo estava um completo caos. A mãe dele chorava no sofá, seu pai andava furioso de um lado para o outro, Otto simplesmente batia enfurecido em uma porta, e tinha cacos de vidros por todos os lados. O que aconteceu aqui?

— O que aconteceu aqui?

— Rose! Que bom que veio, eu...eu sinceramente não sei o que fazer. — Ele me abraça e sinto a tensão em seus músculos.

Otto me contou tudo que aconteceu e lá estava eu, batendo calmamente naquela enorme porta e chamando por Steve. Ele abriu, e eu entrei trancando a porta de imediato.

— Steve...

— Rosa, eu não quero ouvir lição de moral, não mesmo, então por favor, não fala nada.

— Você sempre disse que eu era a pirralha, por ser mimada, coisa que eu nunca fui. — Suspiro. — Mas agora você está agindo como um adolescente mimado, playboyzinho idiota, agindo com ignorância e sendo arrogante com seus pais.

— Eles são dois encostos.

— Não fale assim, Steve.

— Você sabe de tudo, Rosa. Por culpa dele eu perdi a mulher da minha vida, por culpa dele perdi a chance de construir minha família. — As lágrimas desciam dos olhos dele, e ele não estava se importando.

— Certo que seu pai foi totalmente errado em se meter em jogatinas e colocar todos em perigo, mas você se perdeu em meio ao luto.

— Por culpa dele eu me perdi, e fiquei preso nessa cadeira de rodas, sou um inválido de merda.

— Cale a maldita boca, Steve. — Me exalto. — Não coloque a culpa dos seus erros em alguém inocente, você teve a chance de seguir em frente duas vezes, você teve a chance de continuar no caminho de Deus, você tem a chance de voltar a fazer fisioterapia e conseguir andar, você tem a vida na palma das suas mãos, é só você escolher viver e seguir em frente. Lauren iria querer que você formasse uma família com uma garota legal e seguisse feliz. Steven você está entregando sua vida de mão beijada para a morte, isso não é digno de perdão.

— Rosa...

— Deixa eu terminar... — Suspiro. — Você era brilhante, radiante, emocionante, quando eu olhava para você eu dizia, puxa, esse cara é magnífico, sua fé, auto estima e felicidade contagia qualquer um, sua vida me deu forças quando meu mundo caiu, mas isso não vem ao caso agora. —  Paro por um momento tentando engolir o choro que se instalou em minha garganta. — Você precisa seguir sua vida normalmente.

— Isso é impossível, Rosa.

— Não! Não é. A partir de hoje, irei frequentar essa casa muito, serei sua dama de companhia, você voltará a fazer tudo que fazia antes ou eu não me chamo Rose Sully.

— Você só pode está de brincadeira com minha cara, esta enganada se acha que vou voltar a fazer absolutamente tudo de antes.

— De brincadeira com a minha cara está você se acha que vou deixar você me dizer um não. Você me conhece o suficiente para saber que quando eu decido uma coisa, está descido.

— Tá! Que seja, só resta saber se irá conseguir me convencer.

— Nunca subestime minha astúcia, querido Steve. — Abri um largo sorriso que acabou por arrancar um de Steve também. — Vou fazer um lanche pra nós.

— Okay Rosa.

{...}

Continua...

Como Se Fosse a Primeira Vez - Livro.IOnde histórias criam vida. Descubra agora