Capítulo 4 - Sintomas

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O celular que o loiro me deu foi de grande ajuda para minha tarefa, consegui muitas informações boas sobre o plástico, "boas" soa contraditório se trocado o sentido, mas consegui.

Também tive a liberdade de pesquisar sobre o meu povo, gostaria de saber o quanto um humano comum tem acesso a nossa história, o passado de uma nação esconde os seus segredos e suas fraquezas, pensando nisso irei pesquisar a fundo as raízes  do povo brasileiro.

Pelo o que eu pude ver, eles sabem bem pouco. Somos vistos como lendas, criaturas místicas que não existem. Fico aliviado.

Jimin estava fazendo comida mais uma vez, era almoço, os humanos tendem a comer bastante, de manhã, de tarde e de noite. Foi o que eu li no google.

Jimin cantarolava vestido naquele avental fofinho, não sei o que ele tem, porém o ressentimento que tinha no ar hoje mais cedo tinha se cessado e eu gosto disso.

Encarei suas costas e ele se virou sorrindo para mim no mesmo instante, tive que fingir naturalidade com o meu coração querendo sair para fora em uma hora como essa, quando vou ficar recuperado? Odeio doenças.

- Eii, Jungkook. - Chamou divertido. - Onde você fez essas tatus no braço?

"Tatus?" - Percebi que ele se referia as imagens cravadas em minha pele.

- Meu pai que fez para mim. É uma tradição de família.

- Sério?! Minha mãe quase me matou por ter feito uma. - Disse cantarolando e voltando sua atenção para o fogão novamente.

- Você tem? - Larguei o celular de vez e me levantei para ir até o balcão que dividia a sala da cozinha.

- Tenho. Mais tarde te mostro.

Observei Jimin por inteiro, do piscar de seus olhos até o movimento de pegar um pouco da comida e colocar em sua mão, experimentando. Ele vestia uma roupa curta na parte de baixo e cobria seu peito e barriga com outra roupa.

Preciso pesquisar o nome dessas peças mais tarde.

Minha curiosidade é aumentada. Onde ele poderia esconder uma "tatu"? Assim como ele mesmo fala.

- Eles devem ser legais. - Jimin disse mais para si do que para mim.

- Quem? Minha família?

- Sim. - Ele finalmente deixou o fogão para se sentar em uma cadeira que ficava no balcão.

- Eles são mais que legais. - Falei convencido esticando meus lábios em um sorriso verdadeiro.

- Aé? - Jimin me instigou a falar e eu mesmo não me importei naquele momento de dizer sobre minha família, vou sair logo dessa casa e nunca mais nos veremos, não há motivo para tanta discrição.

- Sim. Meu irmão do meio é uma pessoa muito responsável, acho que de nós três ele é o que mais leva a sério nossas tradições. - Jimin me serviu um copo de água, acho que eu estava ficando com sede mesmo. - Meu irmão mais novo, é um aventureiro nato, ele tem coragem além de ser muito bonito. - Deixei escapar um riso e sussurrei a última parte - Só não diga isso pra ele.

Rimos, e a fileira de dentes do Jimin foi vista por mim, eu nunca tinha percebido, mas ele tem um dente torto e antes que eu soltasse suspiros de alívio de ter achado um defeito nesse humano, aquilo não se tornou feio para mim, pelo contrário, se tornou um detalhe pequeno porém de grande relevância na composição de sua aparência perfeita.

Chega de enrolação. Eu não sou alguém que esquiva da verdade. O que eu quero dizer é que até seus defeitos se tornam bonitos porque são dele, apenas por esse motivo, ninguém mais ficaria tão bonito quanto Jimin se tivesse dentes tortos na frente, é injusto porém um fato.

Siren  | JIKOOK |Onde histórias criam vida. Descubra agora