Capítulo 6 - Quero ser seu "amigo"

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Jungkook

— Você quer fazer o quê?! — Reclamou.

Eu não poderia deixar Jimin sair ileso depois de ter me enganado. Sou alguém extremamente rancoroso, se fosse em Atlântida, eu teria pedido alguma parte do corpo decepada do delinquente nos meus dias de melhor humor, porém, eu sequer senti uma gota de rancor pairando sobre mim desde que descobri a farsa desse baixinho insolente! E lindo...

Foco!

O que eu senti foi tristeza. Como se a pontada no meu peito estivesse apertando com tamanha pressão que estourou toda minha expectativa de que Jimin seria diferente.

Sei que não devo cobrar perfeição de seres defeituosos como os humanos. Mas para mim de alguma forma, Jimin não tinha defeitos, quase me afoguei nessa afirmativa errônea.

Jimin tem defeitos, isso é óbvio. O motivo pelo qual não consigo diminuir essa  minha admiração insensata por ele ainda não tem respostas. Mas, com toda certeza, serei mais cauteloso com ele. Se não, esse loiro pode muito bem controlar-me se saber dessa fraqueza.

Pelas consequências de seus atos, Jimin deveria agradecer por eu aplicar uma punição nele menos severa que as leis de Atlântida.
Essa é a minha deixa para fazer tudo que quero sem peso na consciência.

— Algum problema? — O desafiei. Ele abaixou sua cabeça e suas orelhas vermelhas ficaram evidentes. Ainda estávamos bem próximos. O sol em minhas costas e minha sombra protegendo-o.

— N-Nenhum.

Peguei seu queixo erguendo seu rosto para me olhar, Jimin é muito vergonhoso, qualquer coisa o faz ficar vermelho. Entretanto, imagino que não devo estar muito diferente.
Aos poucos estou me acostumando com essa arritmia — pesquisei no google o nome da suposta doença que me ataca — quando acontecer, Jimin vai pagar até a última gota! E caro.

O que eu pedi foi simples.

— Se me permite.

Aproximei-me e depositei um beijo singelo em sua bochecha, assim como ele fizera antes comigo, meu coração acelerou de novo, achei isso estranho, por que ele apresentou sintomas justo agora?
Dia 3 convivendo com humanos e começo a desconfiar que Jimin é o que está me causando a doença.

O som do mar calmo foi o único que eu ouvi além do meu coração.

A pele dele tomou minha atenção total, a toquei de novo com meus lábios, era macio, quente.
A impressão de que o toque de Jimin queimava estava em parte correta, "em parte" porque quando eu o toco também queima. Não somente isso, Jimin é um grande problema como um todo. O seu cheiro é ávido, quanto mais sinto, mais quero ter e não posso me tornar dependente. Querer percorrer suas maçãs vermelhas deixou de ser uma vontade e está passando a se tornar necessário para que minha inquietude se cesse. Incendeia-me pensar nos meus lábios em suas bochechas, e por mais contraditório que seja, inflama minhas mãos pela carência de contato entre nós.

Não era o suficiente. Jamais foi.

— Jimin. — O chamei.

Não obtive resposta.

— Jimin? — Afastei minha cabeça para vê-lo, de novo vi a coloração vermelha por toda a extensão do seu rosto. Então reparei onde eu nunca antes tinha notado com centralização, seu pescoço. Aquele lugar me cativou por instantes intermináveis, eu estava vidrado, curioso ao ponto de querer saber como era tocar com meus lábios ali, naquela parte bem sensível, como Jimin iria reagir? Sua bochecha é uma coisa, mas e se eu... Tive que engolir seco para libertar-me daquela região estranhamente convidativa.

Siren  | JIKOOK |Onde histórias criam vida. Descubra agora