Evitative (Tradução)

Capítulo 3 - Os Óculos

O dormitório da Sonserina tinha um layout diferente da torre da Grifinória. Era maior, por exemplo, e era retangular em vez de circular. Quatro conjuntos de camas, mesinhas de cabeceira, escrivaninhas e guarda-roupas ficavam de um lado do quarto, com mais dois conjuntos do outro lado. O espaço extra no canto do outro lado da sala foi preenchido com uma lareira e um sofá, como uma versão em miniatura da sala comum. As camas eram idênticas às da Grifinória, embora com dossel e cortinas verde-escuras em vez do familiar vermelho da Grifinória.

Harry ficou grato por encontrar seu malão ao pé da cama, mais próximo da porta. Pelo menos ele não se sentiria preso. Mesmo assim, ele imediatamente foi até seu malão e o destrancou com um toque de sua varinha. Ele primeiro puxou a faca que havia guardado em um compartimento sob a tampa e depois cavou no fundo de seus pertences embalados às pressas.

Uma onda de alívio o percorreu ao sentir as lombadas da dúzia de livros que trouxera da Biblioteca Black. Ninguém os encontrou e os tirou dele. Foi um risco trazê-los com ele, mas ele não achava que conseguiria encontrar material semelhante em Hogwarts.

Ele tateou às cegas em busca do menor livro da pilha e o puxou, derrubando a maior parte do que estava embalado em cima dos livros. Harry não prestou atenção na bagunça que fez e bateu o malão enquanto abria o livro em uma página que havia marcado.

Por precaução, Harry pensou. Parece que eu realmente preciso disso, afinal.

Ele colocou o livro, intitulado Todas as proteções que você precisará, em cima do baú e estudou a página. Ele tinha quase certeza de que já havia memorizado tudo, mas queria ter certeza. Afinal, ele tentou maldições e feitiços básicos, mas ainda não havia tentado uma proteção de sangue.

Todo o feitiço parecia muito simples. Era uma ala básica que deveria apenas permitir que ele e qualquer parente próximo tivessem acesso a tudo o que ele havia protegido. Qualquer um que não fosse de seu sangue e tentasse acessar o objeto protegido ficaria congelado no lugar até que ele os soltasse.

Harry supôs que, como não tinha nenhum parente vivo além dos Dursley, ele tinha pouco com que se preocupar.

Harry leu a página mais duas vezes antes de se levantar e caminhar para o lado da cama. Ele se preparou e, segurando a faca na mão direita, fez um corte no dedo indicador esquerdo. Ele apertou um pouco o dedo para permitir que o sangue brotasse e então começou a traçar um símbolo na mão direita.

“Foot sanguinis."

Ele então se ajoelhou ao lado da cama e levantou a colcha, descobrindo a madeira escura da moldura por baixo.

“Laca!"

Ele disse enquanto batia a palma da mão ensanguentada na moldura.

Na verdade, ele viu o feitiço se estabelecer, com uma luz azul-púrpura escura originando-se na palma da mão e espalhando-se por toda a cama antes de desaparecer.

Harry teve que admitir que se sentiu bastante impressionado consigo mesmo. Ele percebeu que havia feito o feitiço corretamente e que a proteção estava no lugar. Se ele colocasse a mão perto da cama, ele poderia realmente sentir a magia vibrando através dela. Ele repetiu o processo em seu baú, embora já estivesse trancado magicamente. Se alguém tentasse acessar seu porta-malas, ele queria saber quem era.

Harry sorriu satisfeito e então olhou de volta para o livro. Ele ainda não havia estudado o texto inteiro. Na verdade, a única razão pela qual veio com ele foi porque ele encontrou aquela ala de sangue, e sabia que precisaria dela se fosse selecionado para a Sonserina. Após um momento de reflexão, Harry colocou o livro debaixo do travesseiro antes de abrir o malão para desfazer as malas.