18+ | Um mundo onde opostos se tornam iguais. Um amor que floresce como um mofo no quarto ao lado.
O proibido, que ao mesmo tempo é permitido.
Dois lados opostos, praticamente rivais.
Um Herdeiro renegado. Uma líder ambiciosa.
Um passado traumático...
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A fina garoa caía sobre minha varanda, molhando suavemente meus pés descalços.
A fumaça que eu tinha soprado, havia sumido por conta dos pingos da garoa.
O vento gelado batia contra meu corpo desnudo, fazia meu corpo arrepiar e estremecer.
Após a intensa chuva que caiu durante a madrugada, deu uma pausa para a garoa cair suavemente.
Não era raro chover tanto em Manhattan. Mas também não era com frequência.
Minha mente estava longe enquanto olhava a chuva cair sobre a água contaminada pelo cloro da piscina.
Ela odiava chuvas, enquanto eu passei à adorar.
Como será que ela passou a noite? Será que ficou com medo igual quando mais nova?
Era uma questão um tanto duvidosa.
Jogo a metade do cigarro sobre a pequena poça de água que se formava em minha varanda.
Perdi a vontade de fumar.
Ao entrar novamente em meu quarto, limpo meus pés no pequeno carpete em frente a porta, e a fecho logo em seguida.
Ares estava deitado relaxadamente em minha cama. Ao menos alguém conseguiu ter uma boa noite de sono.
Meus pés vão em automáticos até minha escrivaninha, onde bem a frente havia um calendário marcado em vermelho cada dia que passava.
Só havia um marcado em específico, que era hoje.
Durante cinco anos eu marquei cada dia se quer, sem deixar passar um.
Levanto a página do calendário, fazendo isso duas vezes seguidas até levar ao outro dia marcado.
20 de Maio
Batidas em minha porta me fez olhar o relógio ao lado da minha cama.
11h27
─── Ethan? Está acordado? ─── A voz cautelosa me fez colocar o calendário em seu devido lugar novamente.
As vezes, quase nesse mesmo horário, Ellie vinha me chamar.
Seu sorriso de canto, deixando o pequeno furo à mostra em sua bochecha.
Seus olhos castanhos claríssimos, que dava pra ver cada partícula.
Seus cabelos loiros, até o meio das costas.
Era como se ela estivesse em minha frente.
─── Venha tomar café, já preparei a mesa. ─── Afirmou assim que abri a porta.
Apenas aceno com a cabeça e logo escuto sons de pegadas atrás de mim.
Ares sai de meu quarto, se esfregando nas pernas de mulher em minha frente.
Ellie se afasta, enquanto acariciava Ares.
Seu vestido branco com mangas longas, se balançavam delicadamente à cada passo. Como se fosse um anjo que acabou de descer dos céus.
A saudade e a ansiedade arranhava meu peito, o fazendo queimar. Havia dias que eu estava sentindo isso, já que o dia da sua chegada estava chegando.
E chegou
Levo a escova de dente até minha boca, a esfregando calmamente. Retirando o hálito de cigarro.
Não era segredo que eu fumava, mas eu detestava ficar perto de alguém com o cheiro forte do cigarro.
Meus olhos a tudo momento estava na tatuagem no lado esquerdo de meu abdômen.
A tatuagem que tinha um grande significado para mim, que também foi minha primeira tatuagem.
Com um grafite fino e delicado. Não pequeno, mas também não grande, estava escrito Strega, em italiano.
Enfio minhas mãos no bolso de meu moletom, enquanto descia as escadas. Sentindo a maciez do carpete sobre meus pés descalços.
Meu pai nunca mudou o carpete das escadas. Ele mudou a casa de ponta a ponta, metro por metro. Mas uma única coisa que ele não se atreveu à mudar foi isso. Eu não permiti.
O carpete que minha mãe escolheu. A única coisa que me fazia me sentir mais próximo dela, de onde quer ela estiver.
─── Bom dia. ─── digo assim que adentro a cozinha.
A mesa estava repleta de comidas, fazendo meu estômago roncar, implorando por elas.
─── Aonde estão suas vestes, Ethan? ─── Meu pai pergunta, assim que me sento à mesa.
─── Lhe pergunto a mesma coisa, Michael. ─── Rebati, preenchendo meu prato.
Tinha vezes que eu descia sem camisa, que era bem raro. E nesse momento eu estava apenas de moletom, e ele também.
─── Daqui a dois dias, iremos a um jantar, em comemoração a volta de Kristen. ─── Meu pai diz, fazendo meu estômago revirar.
Eu não o respondo, apenas continuo comendo meu café, como se àquilo não tivesse me afetado.
Meu pai sabia que àquilo mexia comigo, ele havia notado desde o dia que eu à conheci. Já que o que aconteceu comigo, aconteceu com ele.
Tal pai, tal filho
Ao terminar, recolho meu prato, o colocando na lavadoura e saio da cozinha, indo em direção ao meu quarto novamente.
Sinto meu celular vibrar em meu bolso quando comecei a subir as escadas.
─── Diga.
─── Tem uma corrida pra você. ─── Neitan afirma do outro lado da linha.
─── Para quando? ─── Abro a porta do meu quarto, adentrando ele.
