18+ | Um mundo onde opostos se tornam iguais. Um amor que floresce como um mofo no quarto ao lado.
O proibido, que ao mesmo tempo é permitido.
Dois lados opostos, praticamente rivais.
Um Herdeiro renegado. Uma líder ambiciosa.
Um passado traumático...
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Manhattan-Nova York Dias Atuais
A adrenalina queimava em minhas veias, fazendo meu estômago revirar e minhas pernas tremerem.
O vento gelado batia contra meu corpo, fazendo minha jaqueta balançar e meu corpo arrepiar.
Era exitante sentir a adrenalina e o ar gelado ao mesmo tempo. Eu adorava isso.
Meu olhos vão em encontro com o espelho esquerdo da minha moto, e logo avisto uma moto branca se aproximando.
Hoje não.
Com o pé esquerdo, mudo a marcha da minha moto e acelero ainda mais, sentindo minha mão começar a doer levemente.
O som de minha moto fica ainda mais alto, mas é abafado por conta de meu capacete.
As vezes, era sempre bom comprar peças novas para sua moto.
Os pneus da minha moto derrapa, fazendo um som agoniante quando passei por uma curva.
Eu era louca por fazer isso sem ao menos frear um pouco. Bom, mas essa era a graça dos rachas, não?
A linha de chegada estava próxima e eu nem se quer via a sombra da moto branca.
Ótimo.
Pessoas vão se aglomerando perante o ferro que separava a pista, gritando meu nome.
Ao ultrapassar a linha de chegada, dou uma derrapada com a moto, fazendo a fumaça levantar em torno de mim
Não demorou muito para o local em minha volta encher de pessoas, tanto do meu grupo, tanto de grupos rivais.
"Parabéns, Zynner!"
"Você mandou bem demais!"
"Não é atoa que é a nossa líder!"
Era o que eu estava escutando, e isso fazia meu peito encher.
─── Se continuarem a bajulando assim, o ego dela irá ficar bem alto.
Dou uma risada retirando meu capacete, sentindo meus cabelos caírem feito cascata pela minhas costas.
─── Deixe eles. Eu gosto. ─── Lhe lanço uma piscadela.
Isso era uma fato, eu realmente gostava de receber elogios a cada vitória.
Era como se, esses elogios fossem algum tipo de escudo para as minhas inseguranças durante e depois das corridas.
Deiver inclina a cabeça para o lado, enquanto me lança um olhar duro
─── Não ligue para esse imbecil, Kris. Eles estão certos, você foi incrível hoje!
Um corpo é atirado sobre o meu, me fazendo cambalear para trás. Anally aperta meus ombros e pescoço, nos sacudindo rapidamente.
─── Queria que ficasse mais tempo… ─── Dyllan diz, afastando sua irmã que estava pendurada em meu pescoço.
─── Eu também. Mas felizmente falta poucos dias. ─── Lhe entrego meu capacete.
O mesmo o pega, sem antes apalpar minhas costas em forma de conforto.
─── Até semana que vem, Kris.
Dou um sorriso de canto e me despeço deles três com um breve abraço.
Antes de mergulhar diante a multidão de pessoas dançando e bebendo, escuto Anally dizer;
─── Não esquece de passar lá, Zynner
Zynner era uma junção de Crazy Runner. Nunca entendi o porquê desse apelido, mas confesso que gosto dele.
Adentrando a multidão, levanto meu polegar direito para o alto, sinalizando que havia entendido.
A música latina penetrava meus ouvidos, fazendo meu coração palpitar a cada batida da música conhecida.
Corpos são colididos ao meu, me fazendo cambalear minimamente.
Meus olhos percorre em um lugar ao longe específico, um lugar onde eu sabia que ele estaria. E de fato estava.
Sentado ao capô de um carro branco, vestindo apenas uma regata — Também branca e um cigarro entre os lábios, estava Neitan.
Seu rosto vai ficando cada vez mais nítido conforme eu vá me aproximando.
Seu olhar estava escuro, por conta da sombra que cobria grande parte de seu rosto.
─── Você deu um belo show hoje, Zynner. Comparado a última partida.
A fumaça que ele havia jogado para o ar, ia desaparecendo junto ao seu cheiro agonizante.
─── Apenas peguei minha vitória de volta, Neitan. ─── Afirmo, dando um sorriso de canto.
Ele dá de ombros, enquanto passava a língua no lábio inferior.
─── Acredito que sim, já que meu líder a levou de bom grado. ─── Deu um sorriso amarelo.
Na partida anterior eu havia perdido por pouco — No meu ponto de vista, já que para seu grupo, foi uma vitória e tanto.
─── Bom, você já sabe o motivo de eu ter vindo até você, não? ─── Pigarrei, mudando de assunto.
Ele acena com a cabeça, levanto o olhar rapidamente até meus seios e me entende seu cigarro.
─── Segure para mim um estante?
Apunhalo o cigarro, levando-o até meus lábios enquanto observava Neitan contar a grande quantia de dinheiro que eu havia conseguido com minha corrida contra alguém de seu grupo.
─── Uma coisa eu não posso negar, você conseguiu mais dinheiro do que a última vez. ─── Me estende boa parte do dinheiro no qual estava contando.
Agarro o dinheiro e lhe estendo seu cigarro, que o mesmo nega.
Me viro de costas e o levo até meus lábios, o tragando lentamente.
Mas antes de soltar a fumaça, eu digo por cima do som alto.
─── Hasta pronto, Muchacho.
E adentro a multidão novamente, sentindo minhas costas queimar, como se alguém estivesse me olhando intensamente.
Não, não era o olhar de Neitan sobre mim, era diferente.
Jogo a bituca do cigarro em um canto da estrada vazia e escura.
A única coisa que eu escutava era o barulho do salto da minha bota colidindo contra o chão, e o som distante da música do local onde eu estava a poucos minutos.
Com os pés quase latejando, avisto o carro típico amarelo, com uma placa brilhante ao topo.
Táxi.
Ao chegar perto, vejo que está deixando um garoto desconhecido por mim.
O mesmo me olha de cima abaixo e faz uma referência. Ele me conhecia?
O ignoro e vou até a janela do senhor com um boné gasto.
─── Já encerrou por hoje?
Ele dá um sobressalto, colocando a mão em seu peito e concorda.
─── Sim, estou!
Estalo a língua no céu da boca e entro no pequeno carro, relaxando meu corpo.
─── Para o internato central, por gentileza.
Fecho os meus olhos e o escuto ligar o carro e o acelerando, partindo em direção ao meu inferno de cinco anos.
