Capítulo 1: Lance de verão.

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Acampamento october moon 1984

- Nathaly, pelo amor de Deus.- Jony quase grita. O som da chuva está abafada pelas janelas do carro.- Só um pouquinho vai.- Ele se aproxima para dar outro beijo, mas Nathaly o empurra para longe.
- Não estou no clima Jony. - Ela olha aos arredores do carro, eles encostaram perto da rodovia 66 no meio de um matagal fechado e escuro. - Esse lugar me dá arrepios.
Jony suspira.
- É só uma floresta. Não tem nada de mais aqui.
- Mas foi aqui perto onde encontraram o corpo de Daniel Johns.
- Isso foi há meses.- Jony disse. Ele bate no painel do carro e o rádio liga, talvez seja porque o carro seja velho. Um Opala 67 azul escuro.
- E daí? Podemos ser os próximos.
Jony balança a cabeça em desaprovação. Ele estava perdendo a paciência com Nathaly.
Ele se endireitou no banco e segurou o volante. Será que ela não quer transar? Pensava Jony.
- E. - Ele faz uma pausa. Pensava no que dizer, nada vinha da cabeça dele. - Onde quer ir então?
Ela volta a olhar para ele, depois para fora do carro.
- Qualquer lugar menos aqui.
- Você disse isso em todos os lugares que já fomos.
Ela o olha, não por muito tempo, não consegue olhar no fundo dos olhos dele. Então ela diz:
- Não estou pronta pra transar okay.
Ele olha para frente e balança a cabeça de novo. "Puta merda, por que ela não disse isso antes. Que caralho." Ele pensa fechando os olhos.
- Você está com raiva. - Ela diz. - Meu Deus, Josh não é o fim do mundo.
- Você podia falar isso antes não dava Nathaly?- Grita Josh
- Não grite comigo. - Ela fala.
Josh liga o carro. Não fala mais nada. O único som que queria ouvir era do rádio. Apenas do rádio, nada mais. O som da voz de Nathaly o deixa frustrado.
- Onde vamos?- Pergunta Nathaly.
Ela é tão idiota as vezes.
- Pra casa.
- Josh não fique com raiva.
- Nathaly. - Ele faz uma pausa, fecha os olhos e respira fundo. - Será que o assunto pode morrer aqui?
Ela faz que sim com a cabeça.
Josh percebe que o carro apagou, ele gira a chave novamente , mas o carro não liga.
- Só pode tá de sacanagem. - Ele diz.
- O que está acontecendo?
- O carro não pega.
- Vá consertar.
Ele a olha furioso, "vadia estúpida" ele pensa.
- Eu não vou lá fora.
- Ah tá, e vamos ficar aqui?
- Tá chovendo.
- Um homem não diria isso para a mulher que ama, ele iria consertar o carro.
- E se eu disser que não a amo
Ela vira a cabeça devagar, olhando diretamente para mim.
- Como disse?
- Você me ouviu. Estou cansado de você ficar mentindo pra mim, e ficar me mandando. E quer saber?
- O que?
- Não quero mais nada com você.
Ela me olha por uns segundos, depois abre a porta do carro e grita:
- Então vá se ferrar Josh.
Isso ficou marcado na cabeça de Josh Colleran pra sempre.

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- Que baita cuzão.- Diz Nathaly pra ela mesma.
A chuva molhou seus cabelos e suas roupas. Ela passa pelo meio das árvores altas. O solo está escorregadio. E ela quase tropeça em umas raízes de árvores que saem do chão.

A noite está muito escura, e a neblina começa a ficar densa. Estava com medo mas, não queria dizer a si mesma que estava assustadaera um lugar assustador.
E

la anda pela pequena trilha de terra com poças de lama em algumas partes.

- Como ele pode me deixar sozinha nesse lugar horrível. Espero encontrar o acampamento. Preciso ligar para meu pai.- Ela resmunga chutando as poças que encontra no caminho.
No meio da escuridão, ela ouve um som de folhas sendo esmagadas por passos de algo grande. Nathaly olha na direção do barulho. Assustada. Não podia ser um coelho ou esquilo era grande demais.
Ela observa a escuridão que a intimida desde pequena. Consegue ver uma coisa brilhando no meio das árvores, ela consegue ver os olhos de uma criatura horrível que se mostra com a luz da lua cheia que está no céu a observando.
Nathaly paralisa de medo ao ver a criatura se aproximar lentamente. E sem um aviso prévio a criatura corre em sua direção rápida como uma bala cortando o vento gelado que sopra levando seus cabelos junto. Nathaly tenta correr, mas a criatura pula em cima dela a derrubando, a garota grita por sua vida mas, eles  são abafados pelo sangue de sua garganta cortada por uma mordida.
Nathaly está no chão, sendo devorada viva pela coisa. Ela se alimenta de sua carne. Seu coração ainda pulsa forte em seu peito. Mas não demora muito para ele parar de bater.

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Ao lado do meu armário de metal, Brandy jogava seus cadernos com violência para dentro. Era o último dia de aula. Logo estaríamos indo para a faculdade.
Pego meu livro de matemática e o coloco na bolsa pendurada no meu ombro.
- Você sabe que a gente vai ter que levar pra casa esses livros, não sabe?
- Não quero carregar peso- Brandy enfia o livro de gramática no armário.- Aliás,o que vou fazer com eles? Eu nunca mais vou abri-los novamente.
- Você pode jogar fora. Tem uma lata de lixo ao seu lado.- Aponto para a lata com o dedo.
Ela olha para a lixeira e fala:
- Filha da puta. Eu não tinha visto ela aí.
- Claro que não.
Ela retira os livros e os joga na lixeira. Depois vai para a sua mochila. Tira os cadernos menos o de desenho. Que não tem nada nele.
- O que vai fazer com o caderno de desenho? Não tem nada nele.
- Vou dar para a Débi.- Ela tira seus lápis e canetas - Isso também vai ser dela. Estão novos.
-Ahhh. Então você dá lápis e cadernos usados para seus amigos? Legal.
- Eles não são usados. Eles...
Ouvimos a voz do diretor nas grandes caixas de som embutidas nas paredes.
- Olá alunos de claremont Woody 's. Hoje terá uma reunião obrigatória no ginásio da escola. Como muitos de vocês já sabem, Nathaly Harper foi encontrada morta na floresta perto do acampamento october moon, Algum animal a devorou, um tipo de cachorro e Josh Colleran está sendo investigado.
- Deus que Horror.- Falo olhando para o alto falante - Você não acha que foi Josh, acha?
- Holly eu não sei. Mas não acho que Josh comeu a carne de Nathaly.
Um suposto canibal, entre nós? Aqui em Alverton? Não poderia ser, em cidades pequenas não acontecem crimes nesse nível, e se acontecesse a polícia o acharia em menos de uma semana.
- Holly, vamos pro ginásio.
- Tá bem.- Falo enquanto fecho a porta do armário.

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Meu lápis tem a marca de meus dentes de tão forte que o mordo, Billy senta ao meu lado e se inclina para perto de mim.
- Não vai comê-lo. - Ele segura minha mão e o afasta da minha boca. Olho para ele e sorrio, ele retribui o sorriso.- Tá tudo bem? Você parece nervoso.
Seu jeito me deixa louco, sinto vontade de pular nele e o beijar. Às vezes ele parece um Golden retriever.
- Tudo bem. E com você?
- Tudo bem também.
Ele me encara, seu sorriso me excita muito. Penso em nosso trabalho de monitor do acampamento. Até lembrar do acontecido.
- Você viu o que aconteceu com Nathaly Harper
- Sim. Acho que irão fechar o acampamento por um tempo.
- Sério?- Pergunto.
- Mas nós vamos ter que ir lá pra ajudar em algumas coisas.
- Bem, é um pouco estranho, não é? Tipo, Josh Colleran matá-la.
- A polícia está investigando Josh. Não sabemos se é ele o assassino.
- E se for?
Billy suspira.
- E qual seria o motivo?- Ele pergunta.- Um assassino sempre tem um motivo.
- Traição talvez. Ela pode ter traído ele.
- Ela não faria isso. Ela não pegava ninguém além dele.
- Bem, não sabemos.
Ele se levanta, pega meu lápis e diz:
- Bem, melhor irmos pro ginásio.
Me levanto e fecho o caderno, vou até a porta da sala e ando pelo corredor da escola. Billy suspira ao meu lado e abre a boca como se fosse falar alguma coisa mas desistiu no último segundo. Nós vemos a porta dupla do ginásio. Meu coração acelera a cada passo que me aproximo. Ao lado do extintor de incêndio, Holly e Brandy estavam conversando com Greta encostadas na parede juntas.
Elas nos olham e se aproximam de nós.
- Oi.
- Oi. - Não estou muito animado para uma reunião na escola. Nunca estive, mas essa vem uma tristeza junto com o desânimo. Penso nos pais de Nathaly , na dor que eles sentem por perderem a filha.
Passamos pelas portas duplas andamos em direção a arquibancada onde tem outros alunos sentados, Brady e Alice estão sentados dois bancos atrás de nós. Seu braço encima do ombro dela indo por trás do pescoço. Eles nos olham, Alice sorri ao nos ver e Brady vira a cara.
Nunca fui com a cara dele também, então me sento ao lado de Billy.
O diretor entra e vai para o meio do ginásio. Ele começa a falar.

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