capítulo 2: Bem vindos a Moonlight

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       Finalmente o diretor para de falar seu discurso fúnebre E nos libera. Billy suspira aliviado ao sair do ginásio.
     Olho para Brandy ao meu lado e ela diz:
– Aí Holly, quer ajuda pra arrumar suas coisas?
– Ah sim, eu adoraria.– Ela sorri pra mim, e aposto que não é só arrumar minhas coisas. – E você? Quer ajuda?
– A não, eu já arrumei. Sabe como é, sou muito organizada.
– É– Falo sorrindo
   Saímos da escola, Billy e Joe vão em direção ao Opala amarelo e eu vou para meu Mercury azul marinho e Brandy para o camaro vermelho. Nós saímos do estacionamento e vamos para nossas casas.

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No outro dia. 27 de junho de 1984

– Billy, anda logo.– Grito buzinando – A gente vai se atrasar.
    A porta da frente da casa de abre e Billy sai rápido, como se a casa tivesse gospido ele.
     Ele se aproxima do carro e abre a porta.
– Finalmente.
– Oii – Ele fala sorrindo.
– Vamos logo.
    Joe acelera o carro.
– seu carro tá bem sujo.
– Vai se fuder.
– Não tenho tempo. Aliás você tá levando spray contra urso.
– Não tem ursos em Moonlight. – Falo – pelo menos nunca vi um por aqui.
–  Mas não significa que não tenha nenhum.– Ele me diz olhando para mim.– Sabe mais quem vai ir trabalhar no acampamento?
– Bem. Eu e você, Brandy e Holly, Alice e Brady– Billy suspira angustiado– Alex e Leah e mais unsde Michigan ou sei lá.
– Hummmmm.
– Espero que Brady não encha o saco. – Falo – Ele é um baita cuzão.
– É né.– Billy olha para o retrovisor e limpa o dente com o dedo
– Você é nojento.
– Aí, cala a boca– Ele fala ainda olhando para o retrovisor.– dirige mas rápido.
– Eu vou te jogar desse carro– Falo olhando para ele, ajeito meus óculos que estavam tortos no meu rosto.
     Um carro da direção contrária se aproxima em uma velocidade razoável, uns  80km  por hora. O motorista faz um sinal para nós pararmos. Eu troco as marchas e começo a freiar.
– O que está fazendo?– Pergunta Billy.
– O que você acha? Tô parando.– falo olhando para o cara depois para ele – Ele fez um sinal.
– E se eles forem assassinos?
– Deus do céu. Você acha mesmo que um assassino estaria dirigindo um Mercury Bob cat amarelo? Para de pensar o pior.
   Ele se encolhe, perto da porta.
– O que tá fazendo?
– Me encolhendo como um ratinho assustado. Vai saber.
– Você é tão tapado.
   O carro para junto com o meu. Um mulher abre a porta, ela era linda demais e eu senti uma leve ereção. Billy me dá um tapinha no braço me levando para o mundo real.
– Oi, eu e meus amigos estávamos dirigindo E nos perdemos.
– Onde estavam indo?
– Acampamento Moonlight.
Nós também estamos indo pra lá.
– Sério?! – Ela sorri – Se importa se a gente seguir vocês?
– Não
– Sim – diz Billy ao mesmo tempo que eu.
    Olho para ele sério. E ele se encolhe mais.
– Bem, obrigada por sua ajuda.
– De nada.
    Ela volta para o carro dela, Billy volta a sentar no banco. Olho para ele confuso.
– O que aconteceu com a sua masculinidade?
– Se perdeu, a muito tempo.
– ohhhhhh. Você ficou com medo dela.
– Vai se fuder.
– Ah espera. Você tá com ciúme dela? Por que eu fiquei olhando pros peitos dela enquanto ela se aproximava?
     Ele coloca o dedo em minha boca e faz um som para que eu fique quieto.
– Apenas dirija baby.
   Eu então acelero o carro, vejo o Mercury Bob cat amarelo atrás de nós nos seguindo.
– Como eles não viram a placa do acampamento?
– Não sei, mas é sempre bom ajudar os outros.
Ele olha para a estrada depois sorri.
– Que foi?
– Nada, só achei engraçado o momento.
– Não entendi.
– Deixa quieto. Aliás você realmente olhou prós peitos dela?
   Agora eu é que estou rindo enquanto levo um sermão pela minha olhada.

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    O acampamento era grande, e a cabana podia ser vista de longe. Ela era de madeira pintada de verde com detalhes de pedra.
    Brandy a olha admirada pelo tamanho da casa.
– Até parece uma mansão.
– Bem, praticamente é uma mansão.
– Será que é pra compensar alguma coisa?
   Rio alto.
– Anda logo sua maluca.
    Subimos as escadas da cabana e paramos na frente da porta. Tento abrir mas está trancada.
– Bosta – Falo.
– Holly Jackson falando palavrão. Quem diria.
– Cala a boca.– Falo. – Vamos descer e procurar o senhor Tompson.
    Ela concorda comigo e nós descemos a grande escada.
    Andamos pela trilha do acampamento até chegar na área da fogueira. Perto do lago.
– Olha essa paisagem.– Diz Brandy– Isso até merece uma foto.
   Ela pega sua câmera e me abraça, ela estica a mão com a câmera e aperta o botão, o flash quase me cega, a câmera gospe um papel em branco, a foto aparece aos poucos. Nós duas abraçadas com o lago atrás de nós e o sol se pondo ao fundo nas montanhas.
– Isso ficou muito lindo. – Ela diz– E você tá muito gostosa com essa blusa – Ela aperta meu seio direito e aproxima sua boca na minha, um beijo doce e suave com o vento batendo em nossos rostos. Vejo outro flash e paro de beija-la.
– Você tirou mais uma foto? De nós duas se beijando?
– O que que tem?
– Nada.– Sinto meu rosto ficar vermelho.– Esconda bem essa foto. Sabe como é se virem isso.
– Fica tranquila. Ninguém vai achar ela.
   Ouvimos um som de folhas sendo esmagadas por pegadas. Olhamos em direção a um arbusto a uns 4 metros de distância de nós. Ouvimos outro estralo e Joe saindo do meio do mato com Billy.
– Nossa que puta susto que você nos deu Joe.
– Vocês estão namorando?
– Não é isso que estão pensando.
– Tá tudo bem Holly, eu... Nós não vamos contar a ninguém. Né Billy?
– É isso aí. De boa que vocês estejam namorando ou sei lá o que.
    Brandy aperta meu braço com força, começa a doer então peço que ela se acalme.
– Só não deixe os outros verem isso. – Fala Joe.
– Claro.
     Billy olha para a câmera na mão de Brandy e sorri.
– Posso? – Ele aponta para a câmera.
–  Ah. Claro?
    Billy se aproxima e chama Joe.
Eles se abraçam e tiram uma foto dos dois juntos. Depois Joe faz um sinal com a cabeça nos chamando.
– Venham. Pra registrar o primeiro dia em  Moonlight. Nessa porra de lugar.
    Nós nos olhamos e cedemos, chegando mais perto deles nos tiramos a foto e Joe guarda no bolso de sua camisa amarela Xadrez.
– Bem Holly,Brandy e Joe.– Diz Billy sorrindo quando diz o nome do Joe– Bem vindos ao acampamento Moonlight. Lar de ursos e guaxinins.
– Gosto de guaxinins.– Diz Brandy.
– Então não vai se incomodar com aquele que está mexendo na bolsa do Joe.
– Mas que... Porra – Diz Joe se virando para a bolsa dele – Sai daí caralho.
    O guaxinim sai assustado segurando um pacote de biscoitos.
– Mas que porra Billy.
– Foi mal. É a lei da natureza.
– Vai se fuder.– Diz Joe, ele pega a bolsa no chão e a fecha. – Aquele idiota abriu minha bolsa.
Brandy ri alto.
– Vamos logo grande chalé. O Sr Tompson está nos esperando.
    
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     Uma kombi verde musgo se aproxima de mim lentamente. Levanto uma das minhas mãos livres e faço um sinal. Um sinal de carona.
        A Kombi diminui a velocidade até ela parar uns 48 centímetros de mim. Corro para a janela aberta e vejo um garoto da minha idade, uns 18 anos.
— Oi. — Falo — Pode me dar uma carona?
— Claro. Sobe aí.
     Minha mochila estava pesando minhas costas. Foi um alívio tirá-las. Abro a porta da Kombi e jogo minha mochila no banco de trás.
— Estou indo para o acampamento Moonlight.
— Sério? — ele perguntou sem olhar para mim. Estava focado na estrada no meio da floresta. — Estou indo pra lá também. Sou cozinheiro.
— Eu não sabia que teria ajuda. — falei espantada. Sr Tompson não me falou sobre um colega.
— Então você é minha ajudante? Sou Chucky. Chucky Raven.
— Sou Anne Hyder.
     Pela primeira vez ele olhou para mim. Reparei em seus olhos. Seus olhos estavam profundos. Parecia que não dormia a dias, seu cabelo loiro e longo estava bagunçado.
— Está tudo bem Chucky? Você parece cansado.
— Claro. Estou bem. Só não dormi essa noite.
— Bem. — Falei abaixando a cabeça e olho minhas mãos entrelaçadas. — Espero que não cause nenhum acidente. — Não sei o por que, mas, me senti envergonhada ao falar isso. Ele pareceu não se importar com a piada, ele apenas riu e falou:
— Pode deixar.
    Meu rosto ficou levemente corado com as palavras “pode deixar” que eu entrelacei meus dedos  mais ainda.
     Nós andamos uns 4 quilômetros em silêncio, o clima estava tão pesado que poderia ser cortado com uma faca.
— Então. – Tento pensar em alguma coisa para falar. – Em que ano você nasceu?
  Ele me olha confuso por um momento, eu podia ver as engrenagens de sua cabeça girando.
— 1969? — A resposta dele pareceu mais uma pergunta. — Tenho 18 anos. É só fazer as contas.
— Faz sentido.
     Outra vez ficamos em silêncio.
      Desta vez um som foi quem quebrou o silêncio. Um som vindo do motor, algo estava errado e Chucky conseguiu sentir isso. Era um som parecido com algo emperrado no meio das engrenagens de uma máquina.
— Bosta — Ele xingou batendo as duas mãos no volante. — Espero que não esteja com pressa para chegar ao acampamento. — Ele diz para mim.
— O que houve?
— Eu não sei. Já faz um tempo que o motor tá uma bosta. — Ele diminui a velocidade da Kombi. O motor continua fazendo o barulho irritante. Chucky não para. Ele continua dirigindo devagar até começar a sair uma nuvem de fumaça no motor. Ele freia bruscamente e eu quase bato a cabeça no painel. — Desculpe Anne.
— Sem problemas. — Eu falo. — Acho que teremos que ir a pé para o acampamento.
— Percebi. — Ele falou olhando para trás da Kombi. — Espero que tenha um telefone no acampamento. Vi um guincho perto do bar ao lado do motel Moonlight.
— Qual é a tara com lua nesse lugar?
— Eu também não sei. Eles apenas apreciam nosso grande satélite natural. — Ele tira a chave da ignição e abre a porta. — Bem. É melhor irmos. Faltam duas horas para o anoitecer.
    Pego minha mochila no banco de trás e abro a porta, saio da Kombi e fecho com uma batida forte. Chucky vai para trás dela e abre o porta malas pegando uma bolsa de viagem grande.
    Andamos uns 6 quilômetros até vermos a entrada do acampamento.
     Uma placa de madeira pintada de amarelo com letras vermelhas e azuis estava escrito:
BEM VINDOS AO ACAMPAMENTO MOONLIGHT.  No outro lado da estrada tinha uma outra placa de madeira escrita: LEALDADE, CORAGEM, FORÇA, DETERMINAÇÃO, VIRTUDE, UNIÃO E GRATIDÃO.







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