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Frustrado, eu caminho a passos largos até a praça da cidade. Me sento em um banco qualquer, bem no centro do lugar e fecho os olhos, respirando profundamente enquanto levo uma das mãos até a as têmporas e as pressiono devagar, como em uma massagem lenta, a fim de diminuir a dor de cabeça latejante que estou sentindo desde cedo, após uma manhã de trabalho cansativa e o falatório desnecessário que parecia não ter fim do meu velho pai. Nem ao menos reparei nas pessoas ao meu redor, foi somente quando uma voz jovem e máscula foi captada pelos meus ouvintes que eu percebi não estar aqui sozinho:

— Dia ruim? — paro o que estou fazendo e abro os olhos, movendo a cabeça para o lado e encarando o dono daquela voz tão doce e suave, capaz de acalmar até mesmo as tempestades mais turbulentas que assombram os mares violentos do mais imenso e perigoso oceano.

O garoto é novo, parece ter em torno de uns 19 a 20 anos. Ele possui cabelos loiros, tão dourados quanto os raios do sol. Olhos azuis como o céu límpido, sem qualquer vestígios de nuvens. Seus lábios são tão bem desenhados a cada mínimo detalhe. O volume e o brilho me encantam, fazendo-me totalmente hipnotizado por eles. Seu nariz é pequenininho semelhante a um botão e suas bochechas são rechonchudas e adoráveis, com uma leve coloração de vermelho pintado ali, se assemelhando a dois deliciosos moranguinhos maduros.

Um garoto muito bonito e adorável, devo confessar.

— Péssimo. — digo após um tempo o encarando em silêncio, encantado demais com sua beleza exorbitante, semelhante a de um anjo. — E o seu?

— Igualmente péssimo. — responde, desviando os olhos para um ponto aleatório no chão a sua frente, parecendo um pouco envergonhado ao que me pegou lhe admirando na maior cara dura. — O que houve para deixá-lo tão frustrado em plena manhã de sábado? Se me permite perguntar, Senhor.

Pensei um pouco se poderia responder a sua pergunta. Afinal, ele é um estranho para mim. Eu nunca o vi em minha vida, então, por quê de repente eu contaria sobre as frustrações dessa para ele sem mais nem menos?

Bom, eu não sei ao certo o porquê, mas sei que apenas dou de ombros, tacando o foda-se para isso e logo já estou lhe contando sobre o ocorrido frustante do dia. Até porque, o que de ruim poderia acontecer ao fazer isso, não é mesmo?

Não é como se isso pudesse me prejudicar ainda mais.

— Depois de velho, meu pai quer que eu me case com um completo desconhecido para aumentar ainda mais o poder e o reconhecimento do sobrenome da família. E é claro, os benefícios das empresas também. — falei tendo toda a atenção dos olhinhos azuis curiosos em mim. — Eu acho a ideia um absurdo. Nós não precisamos de um contrato de casamento para crescer a fama, os benefícios das empresas e muito menos ter mais reconhecimento com o sobrenome da família. Nossa família já tem o bastante e se precisar de mais, eu sei que sou muito capaz de conseguir fazer isso sozinho. Com muito esforço, trabalho duro e também muito suor eu sei que eu consigo. Eu não preciso casar e… Muito menos casar com alguém que eu não conheço para isso

Ele me olha por alguns segundos em silêncio e depois sorri para mim. Um sorriso tão doce e bonito que levara seus olhinhos azuis a se tornarem dois pequenos risquinhos, deixando-o imensamente adorável. Eu achei o sorriso dele muito bonito. Muito bonito mesmo. Na verdade, acho que o sorriso desse garoto é o sorriso mais belo que eu já tive o prazer de ver em toda a minha vida. E acredite, eu já sou velho o bastante para dizer isso com total certeza do que estou falando.

— Eu aposto que sim. — foi o que disse em resposta ao meu desabafo. — Quantos anos tem? — com as bochechas coradas ele abaixa a cabeça para evitar meu olhar, esse que carrega uma intensidade absurda, queimando sobre si em puro encanto e admiração. — Perdoe-me se estiver sendo intrometido demais, Senhor. Eu juro que essa não é minha intenção. Eu estou um tanto curioso, só isso.

Love at first sight - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora