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— O que faz aqui? — após longos minutos de silêncio, onde passou estes me analisando da cabeça aos pés, engolindo em seco ao passo em que suas bochechas vai tomando cor aos poucos, ele me pergunta.

— Como assim o que eu faço aqui? A pergunta certa é “o que você faz aqui?” — devolvo a pergunta, me sentindo um pouco atordoado.

Eu estou perdido. Tão perdido que eu não sei dizer ao certo quanto, mas eu estou muito — e quando digo muito quero dizer, extremamente — perdido.

O que diabos está acontecendo?

— Eu moro aqui, portanto, é você quem tem que responder a esta pergunta. — retrucou. — O que o senhor faz aqui?

Eu acabo me perdendo em sua beleza vertiginosa, olhando para seu rosto angelical de forma encantada, mal me dando conta da minha demora, quando de repente, dedos são estalados em frente ao meu rosto para chamar minha atenção.

— Vamos, diga-me de uma vez o que está fazendo aqui, antes que eu dê ouvidos às minhas paranoias e comece desconfiar que você é um maníaco, perseguidor lunático, que veio a minha casa para me sequestrar e depois arrancar dinheiro dos meus pais ricos, só para no final de tudo acabar me matando e jogando meu corpo sem vida nas profundezas do rio mais profundo que existe aqui, na cidade de Seul.

Arregalo os olhos espantado com suas palavras delirantes e por diversas vezes nego com balançares frenéticos de cabeça, um pouco nervoso e talvez um pouco desesperado também.

— Não, não, não. Não é nada disso que você está pensando! — desesperado, eu começo uma explicação. — Eu fui convidado a vir aqui hoje pelo sócio do meu pai para conhecer o meu noivo. Aquele que eu te contei que meu pai me arranjou, lembra? Ele conversou com o sócio dele, o Sr. Park, e juntos eles marcaram esse jantar para que o garoto e eu pudéssemos finalmente nos conhecer. É por isso que eu estou aqui. Provavelmente meus pais chegarão em breve também. Não sou nenhum tipo de perseguidor maluco ou o que quer que você esteja pensando que eu sou. E é claro que eu também não vim aqui para te seques… Espere! — paro bruscamente as tentativas desastrosas de me explicar ao me dar conta de algo um tanto quanto curioso que ele havia dito a pouco atrás. — Você disse que mora aqui? E seus pais…

— E você disse que foi convidado a vir aqui em um jantar pelo meu pai para conhecer o seu noivo? — pergunta, parecendo estar tão perdido quanto eu nessa situação toda. — M-mas como? Eu não entendo…

— Como eu disse… — torno a repetir. — Meu pai marcou com o sócio dele, o Sr. Park, para organizar este jantar em sua humilde mansão no intuito de apresentar o noivo de seus filhos. Filhos esses que, no caso, seriam eu e…

— Eu.

Nós nos encaramos por um tempo em silêncio, quase uma eternidade, sem reação alguma para tal informação enquanto eu ainda a processava de forma lenta, sem conseguir acreditar em tal hipótese.

— Você é Jeon Jungkook? — ele pergunta com uma expressão indescritível no rosto, sem demonstrar qualquer reação, emoção ou algo do tipo quando afirmo:

— Sim.

Depois disso, nós não falamos mais nada. O silêncio ensurdecedor novamente se faz presente ao nosso redor e apenas nossos olhares um para o outro diziam alguma coisa. Algo que eu não conseguia compreender e explicar com palavras fáceis, mas que estava tão claro e transparente quanto água que me fazia parecer burro de uma forma nada legal.

É algo complicado, eu realmente não consigo explicar, mas é tão profundo e intenso quanto nossos olhares significativos. Eu vejo através dos olhos dele. Existe algo ali. Algo que também existe em mim, eu sinto, mas não consigo de forma alguma descrever o que é.

Love at first sight - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora