Capítulo 1 - Magos nunca Morrem

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Acho que agora realmente acabou pra mim, eu não tenho como sobreviver com essa ferida enorme no meu peito...

Nesse estado até mesmo respirar exigia um esforço hérculeo, que me fez cair no chão.

É patético ver a minha situação atual, meus antecessores foram todos Grandes Magos, mas eu?

Eu sou apenas um lixo que desonra nossa Ordem pelo simples fato de existir, meu mestre cometeu um Grande erro ao me escolher como mago, pois hoje o último mago morre, peço perdão a todos os meus antecessores, por minha causa a nossa grandiosa Ordem acabou.

No final eu não consegui fazer nada do que meu mestre me pediu, sou um verdadeiro fracasso, me perdoem ancestrais por eu ter destruído a Ordem, se houver alguém nesse vasto mar de estrelas que possa ouvir os meus pensamentos, meu unico desejo é que o Concílio Estelar não seja destruído, não desejo nada além disso.

Mas não há nada que possa ser feito...

Caído no chão eu fechei meus olhos, desisti de viver e aceitei que minha hora de partir havia chegado.

Em breve eu acordaria no Reino de Acheron e receberia o julgamento devido pela minha vida medíocre.

Assim depois de longos instantes que pareceram uma eternidade minha consciência desligou.

Quando abri meus olhos, podia jurar que havia acordado no Reino de Acheron, o garoto na minha frente devia ser o guia do Submundo, que por sinal diferia muito das estatuas que eu havia visto no Templo em Gonaia, mas isso é o esperado de um deus, mesmo os mortais mais habilidosos teriam dificuldades em manifestar a verdadeira magnificência de Anímanos.

Eu sei que ele está aqui para me levar ao julgamento do pós vida, mas poder encontrar um deus real não deixa de ser uma grande alegria, me pergunto se o Grandioso Acheron é tão majestoso e divino quanto ele

Esforçando-me herculeamente eu me levantei para me prostrar diante do guia do submundo, estranhando que eu continuasse a sentir dor no pós vida.

Mas quando eu consegui me prostrar o deus riu, não me atrevi a olhar para cima mas parecia a risada de uma criança e não a de um ser divino.

Ainda rindo o deus me segurou com suas mãos e voltou a me recostar em uma árvore.

-Tome mais cuidado senhor, acabei de finalizar o seu tratamento, se você se esforçar demais vai acabar morrendo então é melhor descansar.

-Não estou morto senhor deus?

-Eu não sou nenhum deus e você não está morto, talvez viva por um longo tempo ainda se cuidar da sua saúde. Indo um pouco pra frente eu vi que o garoto estava pilando algumas folhas que eu desconhecia.

O pilão era improvisado com várias pedras pequenas e um galho que caiu no chão, pelo visto ele era um médico e não um deus, que Acheron e Anímanos me perdoem por tê-los confundido com uma criança qualquer.

-Só por garantia, você não é deus, nem nenhum emissário dos imortais certo?

-Sou só um garoto qualquer senhor. Ele falou sem parar de pilar as plantas.

-E o que um garoto qualquer faz no meio dos Enredos da Perdição?

-Digamos apenas que eu não conheço nada nesse mundo, estava procurando um penhasco muito alto quando de repente encontrei você.

-De que reino você é?

-Não venho de nenhum reino desse mundo, mas meu país era chamado de República Federativa da Boa Fortuna. o garoto suspirou soltando o galho que usava para pilar as folhas e se recostou em uma arvore a minha frente.

CRÔNICAS DE EMULHALAN: O Mago e o fio do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora