O contrato

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– Peço perdões, majestade. Estou acanhado perante a sua presença. Eu... Até poucos dias atrás, apenas lidava com cargos maiores do que o meu quando se tratava de meu pai... – tentou explicar de forma mais clara e ainda assim, mantendo a formalidade.

– Não há necessidade alguma de tanta formalidade, príncipe Hwang. – o rei insistiu.

Um silêncio constrangedor se formou, enquanto Hyunjin temia abrir a boca e ser repreendido, Minho temia ser mais ríspido do que havia sido.
Com um suspiro, como de todas as suas forças estivessem nesse soltar de ar, o rei respirou fundo, se sentando sobre a cadeira aveludada.

– Eu sei que você está nervoso com a situação, eu também estaria no seu lugar... Se casar com um homem tão velho seria repulsivo. – o Rei tentou, na sua percepção, demonstrar um pouco de carisma – Sente-se. Vamos tentar entrar em um acordo?

– Acho que... É possível. – o príncipe se sentou de frente para o rei, em um banco tão parecido quanto o do mesmo. – O que planeja?

– Sei que seu reino necessita de recursos e o meu necessita urgentemente de mão de obra... Então estava pensando em um contrato consensual. – o Rei deu sua opinião, recebendo um olhar confuso do príncipe.

– Um contrato aonde ambas as partes assinam um documento que divide bens e direitos de ambos os reinos contando que, estejam incluídos na necessidade de ambos. A quebra do contrato significa traição... E traição significa guerra. – o rei pontuou, porém o príncipe não parecia tão satisfeito assim com a proposta – Têm alguma ideia a apontar?

– Continuarmos o casamento? – rebateu com uma pergunta, deixando um tom sarcástico no ar.

Minho não gostou disso, porém queria ver até aonde iria a acidez desse homem.
Aquela faixa de bonzinho era só uma máscara?

– Meu pai sempre desejou esse casamento desde a guerra, mesmo que alguns pontos tenham mudado, eu ainda penso que será extremamente benéfico a ambos! – o príncipe explicou, mesmo não entendendo de diplomacia, sabia que a ideia anterior dependia mais da confiança do que de qualquer outra coisa – Eu planejo seguir a frente com o casamento, senhor.

O rei suspirou, colocando o indicador entre as próprias sombrancelhas, tentando acalmar os nervos que faltavam explodir na primeira oportunidade.

– Você é bem teimoso... Eu sei que seu rei, seu pai, desejou esse casamento desde a guerra, afinal, eu recebia suas cartas e dotes. – explicou o básico, cruzando as pernas grossas uma sobre a outra – Eu apoiava o casamento... Antes de ter trinta anos de diferença com o meu noivo.

– Eu sou um príncipe amadurecido, senhor. Posso cuidar do nosso reino sabiamente. – explicou o príncipe, acreditando se tratar de falta de dotes reais.

– Esse tão pouco seria o problema, não duvido que tenha "a mão de um rei" e saiba governar tão bem, ou, até melhor que seu pai. – explicou baixo, tentando não soar rude.

– Então qual o impecilho de se casar comigo? Eu posso aprender rápido o que quer que seja. Eu... Eu posso fazer o necessário...  Por favor, eu preciso desse casamento. – o Hwang faltava chorar.

Seu reino poderia vir a total falência se não concluísse o casamento, ou pior, de acordo com o contrato de seu pai, caso o Rei do Sul negasse o casamento, seria então revogado o casamento com o reino do Suldoeste, no qual é governado por Park Jyoung, um homem de quase 70 anos e que possuí dois paus, não queria ter a obrigação de se casar com um homem tão mais velho assim, além do fato de que, ele odiava dois paus.

Era um homem considerado hetero na sociedade, pois gostava do pau oposto ao seu, o melhor que poderia fazer era aceitar o casamento com Minho de braços abertos.
Principalmente pelo fato de que, Minho necessitava de sua ajuda, enquanto ele precisava também da ajuda de Minho.

Se pudesse nomear o sentimento que entalava em sua garganta nesse instante, Hyunjin chamaria de um misto entre agonia, pavor e desespero.
Minho estava sério, o encarando, como se cogitasse retrucar sua decisão.

– Eu sou ativo, Hwang. – o homem tentou, podia-se dizer que ele realmente tentou, espantar a ideia de se casar com o Hwang, de todas as formas depois dessa resposta.

– E eu sou passivo! – exclamou o Hwang, tentando mais uma vez se impor positivamente no casamento.

O Lee suspirou, parecendo um pouco mais relaxado, ou talvez desistente, depois dessa "sutil" troca de informação íntima.
O silêncio reinou por alguns longos minutos, quando finalmente alguém resolveu se pronunciar.

– Okay, então vamos fazer assim... Manteremos o casamento, porém sem contato sexual, sem intimidade exagerada, por favor. – Minho pontuou sua fala, recebendo um olhar confuso do mais novo – Você é trinta anos mais novo que eu, não me sentiria bem em me deitar com você. Sinto muito por isso.

Hyunjin apenas sorriu fraco.
Como Minho se sentiria se soubesse que sua mão seria entregue a um homem de setenta anos com fama de pervertido?

– Tudo bem! Então... O casamento segue. Correto? – o Hwang questionou, recebendo uma afirmação pela parte do rei – E... Você pode ficar aqui, no reino, por mais uns dias?

Minho levantou uma sombrancelha, mostrando um sorriso ladino que faltava criar um caos no peito de Hyunjin.

– Você quer que eu fique? – o rei refutou com uma pergunta, recebendo uma afirmação tímida do príncipe – Posso saber os motivos?

– O reino precisa de uma apresentação formal do novo rei e... Também não sei nada sobre casamentos, achei que o senhor poderia me ajudar... Mas se for incomodar eu posso recorrer a alguém! – o Hwang ofereceu temeroso, antes de receber um aceno positivo do Rei.

– Tudo bem, eu ajudo meu noivo com os preparativos e a apresentação formal de reinado. – Minho sorriu, enquanto o Hwang se encolhia ainda mais envergonhado naquele banco aveludado.

Pelos deuses, estava perdido e envergonhado.
Como conviver com um homem desses?

P3nysl@ndi4 ( HyunKnow ) Em HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora