O tratado

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Uma troca de posse precisa de um ou mais testemunhas, assim, não seria fácil uma pessoa comum servir como testemunha, também não valeria um único nobre.
Para uma troca de posse ser realizada de forma legalizada e bem estruturada, ao menos metade de sua população deveria estar ali, presente, isso é, dependendo do tipo de troca de posses.

No caso de uma troca de posses simples, como em um terreno pequeno, uma casa ou até mesmo um carro, bastava vinte ou mais pessoas.
No caso de um reino inteiro, pelo menos metade do reino deveria estar presente e dois nobres, podendo esses serem parte ou não deste reino.

Minho não estava pronto para ser chamado como um dos principais auxiliares de Hyunjin na sua troca de posses, principalmente o fato de que, o Rei que iria passar suas posses ao Hwang estava falecido, então isso seria ainda mais burocrático.
Precisaria de dois nobres reconhecidos, o filho e um responsável, este último, seria Minho assumindo o papel.

Pois é, uma situação complicada, mas não teria muito o que fazer.
Seu segundo passo agora, seria buscar dois nobres para comparecerem, o mais complicado seria arrumar tempo para chama-los enquanto organizava todo o tema, todo o escript.
Nem para isso Hyunjin prestou, já que estava tão ansioso que nem saia mais do quarto.

Em um revirar de olhos, Minho faltava tacar a própria cabeça na mesa até sangrar e, quem sabe, ter no mínimo, ao menos, um traumatismo craniano.

– Majestade, eu enviei uma carta para o príncipe do Noroeste, ele disse que o seu Auxiliar, o filho de um conde, estava próximo a este reino e poderia servir de testemunha como um dos nobres, assim, viria o filho do Conde, Kim Seungmin e o próprio príncipe, Choi Mingi.

Minho estava quase surtando, mas aquelas palavras de Jisung trouxeram uma paz incomparável para seu coração.
Um sorriso calmo escapou de seus lábios, Jisung era perfeito demais. Ele merecia um aumento.

– Jisung, você é simplesmente o melhor conselheiro que já tive! Pode tirar o restante do dia de folga remunerada. – o Lee disse empolgado, voltando a pegar na papelada que Hyunjin havia deixado acumular.

O Han apenas agradeceu e se retirou, franzindo as sobrancelhas em sequência que a porta havia sido fechada.

– Mas eu não sou seu conselheiro... – o Han sussurrou para si mesmo confuso – Vossa majestade merece mais essa folga do que eu.

De fato, Minho merecia, porém ele não iria sossegar até que finalmente conseguisse diminuir aquela maldita pilha de documentos que Hyunjin parecia ignorar.
Como a criatura planejava se tornar um rei, se nem cuidava do básico da parte burocrática de seu futuro reino?

Sinceramente, se o povo soubesse que todas as solicitações que deveriam estar "em análise", na realidade, sequer foram tocadas, estariam tratando de uma rebelião.
Um suspiro escapou de seus lábios, quando um documento interessante pousou em suas mãos.

Jisung realmente não cansava de o surpreender.

– Esse tratado foi entregue agora mesmo pelo carteiro do reino. Veio do reino do estremo Sul. – Jisung explicou, se curvando antes de se retirar.

Minho por sua vez, faltava surtar novamente.
Em tantos momentos, logo um desses?

Trêmulo, não tardou a abrir aquela carta, um tratado do extremo Sul era pior do que o imaginado. O reino do Sul era subdividido entre Sul e Extremo Sul, quase beirando o reino Ocidental.

Quando o Extremo Sul entrava em contato, nada de bom vinha dali. Com suor nas mãos, a carta foi aberta, as letras miudas sendo a maior prova de que deveria se preocupar.

Conforme seus olhos passavam pelas folhas, suas mãos suavam frio cada vez mais, seus lábios tremeram como uma vitrola conforme terminava a longa e demorada leitura.
Não poderia deixar algo assim acontecer.

Seus passos seguiram firmes e rápidos, não poderiam vacilar novamente, não com isso.
Estava tão absorto em pensamentos, que não notou a presença de Hyunjin, o seguindo seja lá para aonde for, no caso, até o quarto de seu conselheiro.

– Jisung, preciso entrar em contato com o Extremo Sul. – o Lee disse ao ver o servo, assim que o mesmo abriu a porta.

O olhar de Jisung pousou de Minho para Hyunjin, só assim, o rei notou a presença do príncipe, porém não seria um impecilho para resolver tal questão.

– Eu preciso convocar uma reunião geral entre os reis. – Minho disse rapidamente, olhando para o Hwang em seguida – Nosso casamento deverá ser o mais cedo possível.

– Algum problema sério o suficiente para chegar a este ponto? – Hyunjin questionou preocupado.

A última vez que viu um rei, no caso seu pai, dessa forma, tão apavorado e apressado, foi dias antes da guerra.

– Algo pior do que você imagina. – o Rei suspirou, não poderia segurar a notícia por muito tempo – o Extremo Sul possuí os melhores satélites, assim, eles entram em contato constantemente com o planeta parceiro, Cuzãolândia... Pelo visto, receberam um hackeamento no sistema e tiveram uma ameaça.

– Uma ameaça? Nosso planeta aliado está planejando nós atacar? – Hyunjin quase berrou, isso seria péssimo.

– Não... Pior. Bocetalândia planeja invadir nosso planeta e levar uma possível mulher trans que nasceu a alguns anos. – Minho suspirou cansado demais para debater o quão desesperador era a situação – Não sei como elas possuíram essa notícia e nem sei qual reino está escondendo uma mulher trans.

– Provavelmente o reino do Nordeste ou Centroeste. – Hyunjin chutou, recebendo uma negação por parte do rei.

– São dois reinos fracos em batalha, não conseguiriam esconder algo tão importante por tanto tempo... Eu acho que essa Mulher Trans está mais próxima do que imaginamos. – Minho sussurrou o final, recebendo uma afirmação por parte do príncipe.

Por outro lado, essa foi a vez das mãos de Jisung soarem frio.
Ele era melhor amigo do príncipe do Noroeste, assim, conhecia a história do reino como a palma de sua mão, claramente ele sabia quem era essa mulher trans.
Só esperava que o príncipe soubesse o que estava fazendo escondendo essa mulher de tudo e todos.

Era lei, todos sabiam, quando uma mulher trans nascia, os pais deveriam entregar ao governo, assim, a criança seria levada a Bocetalândia como parte do acordo de paz, caso contrário, todas as mulheres de lá viriam em guerra para Penyslandia.

Explicação do capítulo:

Estou deixando aqui uma breve explicação, no qual vai me evitar futuras dores de cabeça.
Bocetalândia é um nome meme, igual Penyslandia, que é um nome meme da obra.

Não é por ser mulher trans que a pessoa vai ter boceta, obviamente. Porém por ser mulher, seja ela trans ou não, deve ser enviada a outro planeta.

O planeta Penyslandia é machista, com excessão de pouquíssimos personagens, então o tratado de paz seria levando essas mulheres, trans ou não, para o planeta no qual não teria machismo algum.

Nessa obra é "tudo ou nada", um planeta é machista (e dois pauzistas, já que só respeitam quem possuí dois pênis) e o outro é feminista (e peitista, já que as mulheres com mais de três seios eram as mais respeitadas).

Então entendam, é uma forma de retratar uma crítica social real, mas de forma zoeira e traumática kkkkkkkk.

Espero que tenham entendido e não venham me chamar de transfobica do nada. Eu ia ficar muito puta, até pelo fato da personagem trans ser a mais importante da obra.

Então aguardem as atts e não me julguem, já leram coisa mais traumática que isso.

Até logo!

P3nysl@ndi4 ( HyunKnow ) Em HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora