Capítulo 1 - O despertar

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Sinto minha cabeça rodar, abro os olhos lentamente e vejo um relógio marcando 9h34 AM. Um quarto amplo com luz natural e um janelão de vidro. Levanto-me, me aproximando da janela, contemplando a vista. Depois de alguns minutos, pego-me pensando sobre algo que me causa preocupação e desespero. Onde que eu estou? Analiso, paro e penso. Espera, eu estava no BBB. Cadê todo mundo? Cadê eles? O que aconteceu? Saio procurando pelo quarto por qualquer dica que possa me ajudar a entender onde estou. De repente, escuto a porta abrir e alguém falando.

"Não, vou demorar não, só vou checar os sinais vitais dela". Quando a moça olha para frente e percebe que estou acordada, fica branca e começa a gritar desesperadamente por socorro. Eu falo.

"Moça! Para de gritar, eu tenho sensibilidade auditiva!". Sinalizo, tentando entender tanto quanto ela o que diabos está acontecendo.

"Dona Lica, corra aqui. A sua filha está acordada." Me questiono por que ela parece tão desesperada. Minha mãe entra correndo no quarto e corre para me abraçar.

"Filha, você acordou, está bem? Está conseguindo ouvir bem? Vanessa, filha, você acordou!" Diz ela, parecendo que faziam anos que não me via. De repente, olho para a porta e vejo meu pai parado, balançando a cabeça e saindo em direção a um corredor. Ele parecia tão desapontado, me causando mais preocupação.

"Mãe, o que aconteceu, onde que eu estou, eu estava dormindo no BBB, na minha cama, e agora eu estou aqui! Que diabos aconteceu! Me conta."

"Filha, não vamos pensar nisso agora. Está com fome? Vou pedir para Clara fazer uma comida para você e chamar o doutor Pacheco, a doutora Beatriz e a doutora Ana!" Diz minha mãe com um sorriso no rosto, demonstrando estar muito feliz.

Ainda com muito para processar, vejo uma figura de relance na porta. Alicia estava parada com um sorriso de canto de boca me encarando com uma cara de preocupada, mas um misto de alívio também.

"Oi, meu amor, vem aqui." Falo com ternura para encorajá-la a se aproximar. Minha irmã é o meu bem mais precioso, e ela estar bem é a minha prioridade. "Me dá um abraço, calma, vai ficar tudo bem."

Ela começa a chorar baixinho enquanto me abraça e faz carinho no meu braço. Sinto que ela quer me perguntar algo, mas vejo muito medo em seu rosto e ouço sua voz trêmula chamando meu nome.

"Van, você ficou louca como todos dizem?" Aquilo vem como um choque. Louca, eu? "Papai falou que você estava louca depois de tudo que aconteceu, você não lembrava deles e nem de mim."

"Meu amor, não, não. Que isso, eu nunca vou esquecer da minha família, vocês são tudo para mim." Tento acalmá-la quando escuto a porta abrir.

"Alicia, sai de perto dela. Depois de tudo que ela fez a gente passar, sai de perto dela." Meu pai diz irritado. Temos nossas diferenças, sempre tivemos, mas vejo raiva em seu olhar, como se eu tivesse feito algo muito errado.

"Por que você está me tratando assim, o que eu fiz?" Pergunto, já perdendo a paciência, chegando perto dele. "Porque o senhor está me tratando assim?" Grito com ele quando, de repente, a porta abre com tudo. Era minha mãe.

"Sai agora daqui, Rico, sai e deixa ela entender o que está acontecendo." Minha mãe suplicava para que meu pai saísse.

Minha mãe senta na cama e bate no espaço ao lado dela para que eu faça o mesmo. Sento, e ela me abraça de lado.

"Doutora Rafaella e a doutora Beatriz já estão a caminho, meu amor. Como você está se sentindo?" Pergunta minha mãe virando-se de frente para mim.

"Confusa, a cabeça um pouco pesada, mas bem confusa, não entendendo a reação das pessoas. Parece que fiz algo horrível." Falo, deixando claro minha frustração.

O tempo perdido   -  GinessaOnde histórias criam vida. Descubra agora