Cláusula primeira - não aperte a mão do diabo

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você sabe me puxar de volta quando estou fugindo, tentando escapar de amar você

Sádico. Cruel. Egocêntrico. Gostoso.

Park é um filho da puta — com todo o respeito aquela megera que ele chama de mãe — com uma essência intensa, terrosa e levemente adocicada, que remete a café recém torrado.

Ele sabe que é poderoso. Sabe que sua beleza incalculável pode ser comparada ao canto de uma sereia. Ele sabe que com apenas um olhar faz qualquer um ceder, a fim de fazer o que ele bem entender. Ele sabe. Ele joga com isso. E ele ganha. O pior tipo de ser humano que pode existir.

Ele vai te pegar e usar a seu bel-prazer. Ele sugará tudo de você, e no fim? No fim, você agradecerá; esse é seu maior poder. Ele te tem na palma da mão antes mesmo que você ou ele abra a boca. Não tem como escapar. É areia movediça e você vai se afundar até estar imerso por sua energia devastadora. E você irá gostar e se bestar, pedir para passar pelo vale da sombra e da morte, outra vez. Pois é assim que ômegas lúpus são.

Jimin está acima do topo da cadeia alimentar. Uma tatuagem de dragão no ombro, uma adaga no meio do peito, uma cobra nas costas, piercing nos mamilos e um piercing no pau. Loiro e com uma bunda que faz qualquer santo cair em pecado.

E eu? Sou o Jungkook, muito prazer. Sou um alfa, também lúpus. Gosto de iogurte natural. Ioga. E sitcoms. Minha essência? Bom, dizem é picante e vibrante, emanando uma energia ardente que desperta os sentidos e eu nunca teimei com ninguém sobre esse consenso. E acredito piamente que sou o inimigo número um desse homem terrível, simplesmente por existir.

Somos polos opostos. Água e óleo. Divergentes.

Sou o assistente pessoal dele. Querendo ou não, o homem de confiança. Sei tudo a seu respeito. Cada passo, senha, gosto e vontade. Tenho acesso a tudo.

Sou aquele que compra o café. Aquele que reserva o quarto mais caro, do hotel mais chique da cidade, para que ele possa distrair a cabeça, se é que me entende. Sou aquele que está em todas as reuniões e consultas médicas. O único funcionário que sabe onde ele mora e as senhas dos seus cartões. Tenho uma cópia da chave da sua casa, assim como tenho do seu Mercedes G63. Às vezes, eu sou aquele que o busca em algum ponto sujo da cidade e o coloca em segurança em sua cama super king.

Entrei aqui por mérito. Continuarei por mérito. E para a infelicidade dele, não misturo serviço com a minha vida pessoal. Tudo bem que o mérito é seu pai, sendo amigo de longa data do meu. Oh, sim! Conheço esse maldito desde a infância, e diariamente me pergunto o que fiz de errado para merecer isso.

— Bom dia, chefe! — desejo, e ele me analisa dos pés a cabeça, como sempre faz desde que entrei. Cinco meses sendo mais exato.

Coloco uma pasta com três contratos a sua frente e seu café na mesa. Com um sorriso matinal, que ele detesta, ajeito o colarinho da sua camisa.

Agora é esperar seu bom dia. É segunda-feira, e dependendo da sua maneira ao responder, eu saberei se foi um fim de semana bom, ou se jogo ele da janela e finjo que foi um acidente.

Não existe nada mais infernal que um Jimin estressado. E eu não estou com a mínima vontade de ser atingido por sua negatividade.

— Ajeita a sua gravata! Odeio gente desarrumada, principalmente você! — ordena todo ríspido.

Hm. Estressadinho. E sem bom dia. Um sem modos mesmo, única coisa que seus pais fizeram durante a vida, foi mimá-lo.

Por sua cara, seus olhos caídos e escuros, sua essência amarga e por meu lobo fazendo cara feia, sei que não deu a bunda para ninguém esse fim de semana. Ou deu, mas não fizeram do jeito que ele acha que merece, isso quer dizer que o dia hoje será um grande martírio.

Unidos pelo engano • pjm + jjk • aboOnde histórias criam vida. Descubra agora