Agora eu quero ir.

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Oi, meus amores, tudo bem? Vim postar mais um capítulo pra vocês porque no resto da semana vou estar mais corrida por causa do trabalho, então talvez eu só poste de novo no fim de semana.

Eu tô AMANDO os comentários de vocês, sério!!!!! Isso me motiva demais, então muito muito muito obrigada, viu?

Esse capítulo vai de 100 à 0 muito rápido e é um pouco mais "pesado", mas espero que ninguém me odeie por isso, hein? Prometo que logo menos tudo se ajeita pro nosso casal.

Um beijo e boa leitura 🩷

Nara Alvarez, dia doze.

Comecei a ficar preocupada quando percebi que Yasmin estava descontando toda sua ansiedade na comida, sinal de que sua compulsão alimentar estava fortemente atacada. Sabia que aquele era um assunto muito sensível pra ela, tanto que ela estava usando o cigarro como uma forma de aliviar a ansiedade e, até onde eu sabia, ela não fazia isso há tempos. 

Os comentários escrotos de Rodriguinho só pioravam a situação, e eu sinceramente já tinha perdido a minha paciência com esse cara. Sempre que ele dizia alguma coisa e eu estava por perto, intervia de alguma maneira. Não era grossa, até porque isso não fazia parte da minha personalidade, na maior parte do tempo, eu era uma pessoa bem calma, mas ele conseguia me tirar do sério, principalmente quando se tratava de Yasmin.

— Ô, daqui a pouco vão mandar uma mordaça pra Yasmin parar de comer, não é possível — disse rindo, e algumas pessoas riram junto, concordando. 

Respirei fundo, mas vendo como a mulher ao meu lado ficou desconfortável, foi impossível não me meter.

— Cara, qual é a porra do teu problema? — Perguntei, já muito irritada. — O que não é possível é que tu não consiga perceber o quanto esses comentários são ridículos. Nem se tu fosse o homem mais padrão do mundo isso te daria o direito de falar sobre o corpo dela ou de qualquer outra pessoa, mas pelo amor de Deus, se enxerga antes de abrir a boca pra falar dos outros.

Não esperei uma resposta dele e saí da mesa, indo pra área e externa e sentando no sofazinho que havia ali pra tentar me acalmar, sozinha.

Só quando Yasmin apareceu com os olhos marejados foi que percebi que deveria ter ficado quieta, pois era uma situação extremamente delicada e poderia colocar um alvo em cima dela.

— Yas, desculpa, eu sei que não deveria ter falado nada, mas eu não aguento mais esse cara falando de você e... — antes que eu terminasse a frase, ela se sentou ao meu lado e me abraçou apertado.

— Obrigada por me defender — disse baixinho, com a voz embargada. — Sério, eu não aguento mais isso, odeio essa merda, mas não consigo reagir, me sinto paralisada... — a essa altura ela já tinha começado a chorar. — Eu fico com tanta vergonha e tão culpada, tenho medo de falar alguma coisa e ele implicar ainda mais.

Respirei fundo, também sentindo meus olhos lacrimejando por vê-la daquele jeito. Apertei a loira em meus braços, acariciando suas costas e tentando lhe passar um pouco de conforto.

— Eu sempre vou te defender se isso estiver ao meu alcance, linda — afirmei e ela começou a chorar ainda mais. — E sinto muito que tudo isso esteja acontecendo, mas eu tô aqui com você, viu?

Demorou algum tempo pra que ela se acalmasse, então fiquei fazendo cafuné em seus cabelos e deixei que ela chorasse tudo que precisava. Quando o choro cessou, sequei suas lágrimas com cuidado e deixei um beijo delicado em sua testa.

— Minha cara deve estar horrível agora — ela riu, passando as mãos no rosto.

— Tu nunca fica horrível, Solzinho — disse, e Yasmin sorriu de um jeito tão fofo que fez meu coração apertar no peito. — Tá melhor? — Perguntei, e ela fez que sim com a cabeça, bocejando. — Quer ir dormir?

Tenta acreditar. | YASMIN BRUNETOnde histórias criam vida. Descubra agora